A evoluçom da noite ao longo dos últimos quinze anos retrata com muita fidelidade o processo de regressom social em que estamos imersos.
Estratégia preventiva nos 90
Desde 1995, a subdelegaçom do governo aplicava-se no trabalho preventivo contra os actos do que chama 'independentistas radicais': controlo discreto dos actos, dispositivo policial modesto, e estratégia de espionagem oculta para nom alarmar a cidadania. Todos as Rondalhas da Mocidade da AMI eram gravadas, mas isto fazia-se desde andares cercanos à manifestaçom, ou desde o interior de carrinhas tintadas. O acto juvenil chegava à Praça das Pratarias, onde era habitual a queima da bandeira espanhola.
Cargas nos inícios de 2000
Desde inícios da presente década, os actos da mocidade recebem um acompanhamento policial relativamente importante, e com frequência rematam em pequenas cargas, simplesmente disuasórias. Os saltos e barricadas que empeciam o tránsito em vários pontos da zona velha eram despejados polos bombeiros e a polícia municipal. As sabotagens arredistas, que já deste entom começam a cebar-se em sucursais bancárias, ainda nom motivam umha ocupaçom das ruas tam intensa como uns anos depois.
A grande transformaçom: roubo do espaço público
Progressivamente, e de maneira paralela ao aumento do plano turistizador da capital galega, partes mais amplas da cidade som roubadas às e aos manifestantes. Acontece entom que nom som apenas os independentistas os que se vem obrigados a custes extra por fazerem pública a sua conviçom arredista, senom o conjunto de pessoas, de certo perfil social, que se decidem a passear pola zona velha: impossibilidade de andar certas ruas, proibiçom de facto de amossar simbologia nacionalista, cacheos arbitrários e mesmo insultos.
No atinente às mobilizaçons políticas, o seu custo repressivo é amplo: neste ano, a marcha de Ceivar saiu escoltada, e baixo a ameaça de carga de se incumprir umha por umha as normas de Interior; a rondalha de Briga foi disolta sem prévio aviso depois de celebrar-se com toda normalidade, e com o agravante, face outros anos, de estarem todas as pessoas mobilizadas rodeadas por um cordom de homens armados. No caso da de AMI, e ao igual que o passado ano, a subdelegaçom do governo apostou pola proibiçom de facto.
As condiçons das mobilizaçons de certos sectores já se semelham perigosamente, no aspecto técnico e também no político, com as que reinavam no franquismo.
Multiplicam-se os escándalos
A denúncia dumha jornalista de "El País" sobre os abussos idiomáticos da polícia, somada à queixa parlamentar do autonomismo, deu certo eco à realidade abafante do 24 de Julho. Na realidade, tal queixa é parte da verdade e, no substancial, colabora com a versom dos feitos que dá a imprensa da ordem. Porque o produzido em Compostela nom foi um abusso pontual contra umha cidadá espanhola, senom um estado de sítio que atingiu centos de pessoas, nomeadamente arredistas, mas também gente de outras ideias e filiaçons.
Vários jornalistas de galizalivre andárom toda a noite as ruas da capital, observando a conduta dos agentes antidistúrbios no seu propósito de expulsar da zona velha o independentismo. Como já narramos neste portal, alguns polícias chegárom a insultar adolescentes que faziam botelhom por levarem a bandeira galega ('metedla por el culo'); noutro caso, um agente ameaçou com agredir fisicamente um turista que recriminou o despregue e se perguntava polas razons da blindagem da sede de "El Correo Gallego"; abundam também as anedotas do tratamento recebido polos independentistas que eram cacheados: patadas nas canelas, empurrons contra as paredes, ameaças de paus e registos ilegais, que consistiam em deitar todas as propriedades polo chao e ciscá-las para que logo cada pessoa as tivera que recolher. Durante a marcha de Briga, alguns dos agentes com a escopeta de bolas carregada burlavam-se dos manifestantes e diziam as ganhas que tinham de apretar o gatilho.
A escolma de anedotas demonstra bem mais que a conhecida política anti-independentista do Ministério de Interior: vem a revelar que as forças de segurança espanhola estám formadas, num número mui importante, por pessoas com sérios desarranjos psicológicos, agressividade gratuita e ideologia anti-galega e de extrema direita.