O conflito do carvom, que nas últimas semanas esta a mobilizar milhares de pessoas contra a destruiçom de um grande número de postos de trabalho directos e indirectos dependentes das centrais térmicas das Pontes e Meirama, pom de manifesto a extrema fraqueza da Galiza na hora de desenhar e decidir umha política energética e económica soberana.
Decisons tomadas longe do nosso país, em funçom de interesses da classe dominante espanhola e dos seus servidores políticos, determinam de maneira arbitrária o desvio de actividades energéticas a determinadas centrais, deixando as restantes sem alternativas para substituir umha energia cujo ciclo histórico acabou e deve ser abandonada: a procedente do carvom.
NÓS-Unidade Popular defende a imprescindível clausura das centrais termoeléctricas das Pontes e Meirama sobre a base de umha reconversom do sector que inclua um Plano Energético Nacional para a Galiza, garantindo a sustentabilidade ambiental e económica do mesmo e a reintegraçom de todos os trabalhadores e trabalhadoras afectadas de maneira imediata ao mercado de trabalho.
O Plano Energético Nacional que a Galiza necessita de maneira urgente deve ser elaborado por e para o próprio país e servir às suas classes populares. Ao contrário do errático Decreto do Carvom concebido polo Governo espanhol em conluio com a Uniom Europeia, a Galiza deve elaborar o seu próprio Plano Energético Nacional com total independência dos interesses da oligarquia espanhola, a partir das necessidades energéticas reais do nosso país e com base em fontes limpas e renováveis de produçom energética. Ao mesmo tempo, esse Plano deve partir de princípios como a racionalizaçom, a eficiência e a reduçom, em ámbitos como o consumo eléctrico e o transporte.
Quanto à reintegraçom das centenas de trabalhadores e trabalhadoras afectadas pola necessária reconversom do sector energético galego, NÓS-Unidade Popular exige a imediata suspensom de qualquer subsídio público a fundo perdido às empresas, que em muitos casos levam décadas a tirar lucro da poluiçom incontrolada do território e do ar da Galiza, com grave repercussom na mudança climática global.
Só assim será possível que os recursos públicos da Uniom Europeia e do Estado espanhol se dirijam ao investimento em novas actividades produtivas e energéticas de carácter público nas comarcas afectadas, que possibilitem a imediata criaçom de postos de trabalho imprescindíveis para evitar o impacto do abandono progressivo e acelerado das centrais térmicas.
A esquerda independentista galega reclama visom de País e compromisso de classe na hora de reformular o mapa energético galego, evitando "frentes comuns" como as que nestas semanas representam as forças do Parlamento autónomo, meios de comunicaçom reaccionários como La Voz de Galicia e cámaras municipais de todas as cores do sistema. "Frentes" que incluem até os redatores do Decreto do Carvom e que só jogam com as expectativas laborais do nosso povo para buscar benefícios eleitoriais ou comerciais e nom soluçons.
O curtoprazismo e o eleitoralismo que move o PP, o PSOE e o BNG pom em evidência que os três som agentes do capitalismo mais predador e sem escrúpulos. As prioridades de todos eles reduzem-se a ocupar a qualquer preço postos de poder político-institucional, assumindo reivindicaçons contraditórias com um futuro económica, social e ambientalmente viável para a Galiza.
Longe de qualquer cedência à demagogia ou ao localismo oportunista e eleitoreiro, NÓS-Unidade Popular manifesta o seu apoio à reclamaçom dos postos de trabalho que deverám ser restaurados ao mesmo ritmo que forem desmanteladas as obsoletas e poluentes centrais térmicas ainda existentes na Galiza.
Assembleia Comarcal de NÓS-Unidade Popular em Trasancos
19 de Outubro de 2010.