Por parte das corruptas elites económicas e políticas espanholas, fala-se abertamente de umha segunda transiçom. Os mesmos que levam anos a tentar convencer-nos de que vivemos no melhor dos mundos possíveis e de que a Constituiçom espanhola é irreformável, agora falam de reformas e de umha necessária atualizaçom.
Pretendem, é claro, impedir que a desafeçom popular cara o regime se concretize em forma de rupturas democráticas. Quer dizer, querem enganar-nos como figérom após a morte de Franco, querem mudar algo para reconduzir o descontentamento popular e evitar que os seus privilégios e poder sejam postos em questom.
O povo galego nom pode cair nessa armadilha e as forças políticas galegas nom podem entrar nesse jogo. Nom podemos deixar que nos enganem outra vez, por vistosas que pareçam as diferentes alternativas que nos estám a vender.
Na Galiza, a dura crise social soma-se à precedente crise nacional. O Reino de Espanha e a Uniom Europeia nom nos servem agora, mas tampouco nos serviam antes de 2008. Ao contrário, som os marcos da nossa dependência e as causas da crescente pobreza, dos ataques aos serviços públicos, da corrupçom ou da conversom da democracia em palavras vazias.
Hoje, 6 de dezembro, nada temos que celebrar. O nosso povo tem que articular um caminho próprio que leve à ruptura com o regime. Umha via galega que passa pola conquista da independência para construirmos um país e umha sociedade justas. A soluçom aos nossos problemas nunca poderá chegar de fora, somos nós que devemos responsabilizar-nos polo nosso futuro. É o momento de sermos audazes.
Só conquistando a independência e rompendo com Espanha e a UE poderemos:
1- Abandonar a política neoliberal dos cortes, privatizaçons e obsceno enriqueciemento de empresários, banqueiros e casta política.
2- Pôr freio à sangria da emigraçom e garantir o direito a um trabalho digno na nossa Terra.
3- Assegurar umha educaçom pública e de qualidade.
4- Garantir umha sanidade grauíta e de qualidade, sem listas de espera, e construir os hospitais e centros de saúde que necessitamos.
5- Ter umhas pensons dignas.
6- Evitar que ninguém perda a sua casa e dotar o conjunto da populaçom de umha vivenda digna.
7- Controlar os nossos recursos energéticos em benefício exclusivo do povo, nom de empresas transnacionais estrangeiras.
8- Defender os nossos setores produtivos, agredidos continuamente pola UE e desamparados polo Estado espanhol.
9- Corrigir o abandono do rural e alterar os desequilíbrios demográficos e económicos internos.
10- Introduzir medidas reais para enfrentar as graves crises ambiental e energética, para as quais o desenvolvimentismo capitalista nom tem resposta possível.
11- Quebrar a lógica patriarcal inseparável do capitalismo e das suas instituiçons, com os seus resultados em forma de terrorismo machista, de opressom e de desigualdade para as mulheres.
12- Eliminar os privilégios da Igreja católica e estabelecer o laicismo.
13- Garantir um futuro de qualidade para a juventude.
14- Defender a nossa identidade, a nossa língua e o nosso património cultural.
15- Salvaguardar e reforçar os serviços públicos básicos, questionados e atacados permanentemente polo neoliberalismo encarnado na UE e no Estado espanhol.
16- Conquistar umha democracia verdadeira, combinando formas de democracia de base com o controlo e revogabilidade d@s representantes, frente à distáncia burocrática dos governos de Madrid e Bruxelas.
17- Estabelecer umhas relaçons de amizade e cooperaçom, em pé de igualdade, com os restantes povos da Europa e do mundo, abandonando as estruturas imperialistas e militaristas em que nos introduziu o Estado espanhol.
18- Erguer a base sobre a qual assentarmos transformaçons sociais mais profundas, contribuindo a partir da Galiza para a construçom do socialismo a nível mundial.
Galiza, 6 de dezembro de 2014