A Galiza e os Ideais de Liberdade: Entrevista com Maurício Castro, do 'Diário Liberdade'
Fonte original: Diário Pravda.
Mais de dois mil anos contam a identidade da Galiza, nação hoje sem Estado que, no século V constituiu o primeiro reino da Europa. Situado a noroeste da Península Ibérica, o território que corresponde ao povo galego, ainda submetido ao truculento Estado espanhol, possui litoral dos mais belos e ricos do mundo.
Naquela região, cuja capital é a estupenda Santiago de Compostela, habitam hoje cerca de 2,8 milhões de galegas e de galegos portadores de valor histórico imensurável: entre eles nasceu nada mais, nada menos que a língua portuguesa a qual galegos idealistas lutam, há muito tempo, para manter viva em seu território.
25 de julho é a data da Pátria Galega, quando milhares de cidadãos da nação saem às ruas para manifestar seu amor ao país que compõe um dos 17 regiões autônomas do Reino da Espanha. Outras regiões que lutam por independência da Espanha são a Catalunha e o País Basco. Quanto á Galiza, não se resume ao dia 25 de julho a saída das e dos galegos às ruas: diversas vezes por ano, cidadãos comprometidos com sua identidade cultural e com a soberania da nação, manifestam-se publicamente, sempre através de protestos pacíficos.
Historicamente reprimidos, tendo a cultura completamente menosprezada e até ridicularizada pelos neocolonizadores de mentalidade elitista e mesquinha em pleno século XXI, os galegos lutam pela independência do moribundo Império espanhol. O preço desse engajamento em prol de suas raízes e de suas paixões não é baixo, mas eles continuam.
Em meio à ditadura midiática global com sua tão precária quanto famosa arte de desinformar as massas, esta entrevista com professor de Português e ativista Maurício Castro traz providenciais detalhes da Questão Galega, com viagem histórica de como se dá essa luta e as perspectivas envolvendo o atual cenário, local e espanhol.
Maurício faz importante abordagem do regime de Franco, garantindo que o franquismo perpetrou "um dos grandes holocaustos do século XX, muito maior em termos quantitativos do que qualquer das ditaduras latino-americanas dos anos 70". Comenta ainda o que representa a atual ascensão do partido de esquerda Podemos, em relação à soberania galega, e apresentando fatos relevantes desmistifica a difundida ideia de que o Estado espanhol vive plena democracia.
Residente e originário da cidade de Ferrol, Maurício é também fundador do portal Diário Liberdade (www.diarioliberdade.org). Na Internet desde 2010, o portal foi banido duas vezes no Brasil: "O pessoal lá [no Brasil] não conseguia acessar [o Diário Liberdade], e as companhias fornecedoras de internet diziam que estava tudo normal. Curiosamente, quando a gente iniciou uma campanha nas redes sociais com chamadas e com contatos por e-mail contra essas companhias, denunciando abertamente censura, aí é que tudo voltou ao normal", conta um dos mais ativos militante do Diário Liberdade, que prefere o anonimato a fim de não sofrer represálias em solo galego.
Os desafios da Galiza não são poucos, e Maurício Castro traz uma visão tão precisa quanto crítica de um povo que luta há séculos pela autodeterminação, deixando claro ainda os motivos pelos quais sem socialismo, não há independência.
A seguir, a entrevista com um dos líderes do combativo movimento independentista da Galiza, silenciado pelos grandes meios locais e internacionais - justamente pelas grandes lições que pode dar ao mundo (de história que os livros de História não contam, de dignidade, de respeito à própria identidade), além do temor que causa aos usurpadores do poder dentro de casa, que matam seres humanos e ricas culturas através da caneta e de muita repressão policial.
1. Conte sobre você, sua formação e militância.
Nasci em 1970 e participo no movimento popular galego desde a juventude, principalmente faço parte de coletivos defensores dos direitos linguísticos de nosso povo. Também participo politicamente na esquerda independentista galega, que defende a independência do nosso povo com uma perspectiva revolucionária, socialista e feminista.
Nos últimos anos, em 2010, junto a outros companheiros, participei na criação do Diário Liberdade, como meio ao serviço da internacionalização da luta galega e para trazer à Galiza informações sobre as lutas populares que acontecem no mundo, principalmente do Brasil e Portugal.
2. Como surgiu o Diário Liberdade?
Como eu já disse, na Galiza tem um movimento histórico de reaproximação lingüística a Portugal e Brasil: chama-se "reintegracionismo" e luta por fazer da variante do português falado na Galiza (que nós chamamos "galego") a língua hegemônica no país em que ela nasceu. É dentro dessa estratégia que decidimos criar um meio de comunicação digital que ligasse a Galiza com os países que falam português, sempre com uma perspectiva anticapitalista.
Começamos em 2010, conseguindo uma significativa audiência tanto na Galiza como em Portugal e no Brasil. Também aderiarm ao projeto, já desde o início, companheiros desses países, que fazem um grande trabalho solidário e como ativistas informativos, para fazer crescer o Diário Liberdade e espalhar informações geradas pelos movimentos sociais populares.
Devemos destacar que se trata de um trabalho militante, sem fins lucrativos e ao serviço das lutas populares na Galiza, Portugal, Brasil e resto do mundo. O financiamento é feito com contributos e através de publicidade.
3. Quais as dificuldades no que diz respeito à auto-afirmação linguística, e as conquistas na defesa desse direito da nação galega?
Como já disse, nosso idioma, até faz pouco maioritário no nosso país, é marginalizado em todas as esferas da vida social e institucional. Tem uma limitação legal no ensino, ficando por baixo do espanhol, tem uma presença marginal no mundo da justiça, assim como na mídia privada, que é majoritária na Galiza.
O que até hoje se conseguiu nessa matéria, como que o galego (português da Galiza) tenha estatuto legal de "cooficialidade" junto ao espanhol, foi por uma prolongada reivindicação do nosso povo, que desde o século XIX está reclamando o uso normalizado do idioma próprio. Agora temos reconhecida a "cooficilidade", mas como disse, na prática o espanhol tem todo o apoio institucional espanhol, assim como dos grandes poderes econômicos, vinculados aos interesses da oligarquia espanhola.
4. Como o cidadão galego médio enxerga hoje o português-galego, e sua identidade cultural em geral?
O espanhol é obrigatório para qualquer emprego, existindo preconceitos em relação à nossa língua devido a longos anos de submetimento, tal como aconteceu com outros povos aqui na Europa Ocidental (caso da Irlanda, que chegou a perder quase completamente sua língua céltica, o irlandês, em favor da língua colonial inglesa).
O caso do galego é semelhante, e nosso povo vê como o galego tenta ser reduzido a fala sem futuro. Tem setores que desistem do nosso idioma e outros que reclamam, é uma situação contraditória como acontece em todos os contextos de imposição linguística.
Porém, a nossa língua tem ainda uma importante vitalidade e sua vinculação ao português abre grandes possibilidades para o futuro, se existir um poder galego que aposte na sua recuperação. É isso que o independentismo galego defende.
5. Conte um pouco da história da Galiza envolvendo o moribundo Império espanhol.
A Galiza é uma nação hoje sem Estado, que constituiu já no século V o primeiro reino da Europa: o Reino Suevo da Galiza (ano 410 d.C.).
O expansionismo primeiro de Castela, e depois do seu sucessor o Império espanhol, fez a Galiza perder progressivamente sua independência, após várias derrotas impingidas à classe dirigente galega pelo poder castelhano. Contudo, a Galiza tem mantido diferentes graus de autonomia ou soberania ao longo dos séculos, e uma forte identidade própria. No século XIX, coincidindo com a articulação do Estado-nação espanhol, surgiu um movimento de reivindicação dos direitos nacionais do povo galego.
A grande dificuldade para a vitória de um movimento independentista tem sido a traição da burguesia galega, que desde o seu surgimento como classe social foi aliada da oligarquia espanhola. Isso tem ligado fortemente o movimento pela soberania da Galiza aos interesses das classes populares.
Já no século XX, a ditadura franquista supôs um verdadeiro extermínio dos setores socialmente mais avançados da Galiza. Mais de 5 mil galegos e galegas foram assassinados pelos fascistas logo a partir do golpe de Estado e a Guerra Civil de 1936. A brutal repressão não cessou, e obrigou a oposição galega a se enfrentar ao regime militar com uma forte guerrilha que manteve a atividade até os anos 60, quando cessou sua atividade.
Nos anos 70, na fase final da ditadura teve um crescimento do movimento popular galego pela plena soberania, sempre à esquerda e com uma forte componente sindical.
6. De que maneira, exatamente, o regime franquista exterminou galegas e galegos?
Os fascistas utilizaram desde o primeiro momento (1936) esquadrões da morte que liquidaram fisicamente toda uma geração de lutadores e lutadoras na Galiza e no resto do Estado espanhol.
Foram muitos milhares de mortos executados e enterrados em valas comuns, a maioria das quais continuam sem ser reabertas e os corpos sem serem recuperados pelas suas famílias.
O do franquismo foi um dos grandes holocaustos do século XX, muito maior em termos quantitativos do que qualquer das ditaduras latino-americanas dos anos 70, só para dar um exemplo. Continuou ao longo de 40 anos de ditadura, com repressão permanente até a morte do ditador Franco.
Depois disso, o novo regime não só não recuperou a institucionalidade republicana anterior, como instaurou a atual monarquia reacionária e esqueceu qualquer compromisso com as vítimas da ditadura. Não houve nenhum castigo para os militares, que mantiveram os seus postos, tal como o poder judicial da ditadura. Daí que o atual regime espanhol tenha tão visíveis carências em matéria de direitos democráticos fundamentais...
A perseguição dos movimentos independentistas foi parte de todo esse processo repressivo a que aludi.
7. Como se dá a repressão policial espanhola, pela Questão Galega?
A polícia espanhola carateriza-se pela sua especial dureza e violência. Diferentes organismos não governamentais internacionais têm denunciado a prática de torturas, existindo muitas evidências disso nas últimas décadas. O sistema penal é também dos mais duros na Europa, tendo sido nos últimos anos ainda mais reforçado para impingir pesadas condenas por assuntos políticos a todo o tipo de sectores militantes. Existe mesmo uma pena de "prisão perpétua revisável", recentemente aprovada.
No caso galego, temos vários independentistas presos, os quais são levados a prisões fora da Galiza, numa política de grande crueldade contra as famílias e amizades que querem visitar esses ativistas políticos. Ficam presos preventivamente durante anos, sem julgamento, o que viola seus direitos fundamentais. Isso contrasta com a falta de punições para grupos de extrema-direita ou mesmo políticos corruptos, em um regime, o espanhol, caraterizado por uma corrupção política generalizada.
8. Você mencionou a burguesia galega como obstáculo à independência da Galiza. Precise como essa elite se impõe à Questão Galega.
Também é típico dos países dependentes como o nosso que suas burguesias se liguem a partir de certa altura histórica aos projetos hegemônicos (em nosso caso, o hegemonismo espanhol, com uma conhecida história imperialista). A classe dirigente galega mantém um claro colaboracionismo com o projeto assimilacionista espanhol, em função de seus interesses imediatos de classe e exercendo, como boa parte das burguesias crioulas latino-americanas, de vende-pátrias. Só para dar um exemplo, o dono da Inditex, um dos maiores multimilionários do mundo, é um representante dessa burguesia galega integrada como parte da oligarquia espanhola, negadora dos direitos da Galiza.
Tem setores minoritários burgueses favoráveis à soberania galega, mas é claro que só o avanço de um projeto de libertação nacional com hegemonia das classes subalternas poderá garantir a recuperação da nossa soberania plena.
9. Como é a vida cultural e educacional na Galiza?
Hoje a Galiza conta com uma autonomia limitada dentro do Estado espanhol, daí que exista uma reivindicação galega de que a Espanha reconheça nosso direito de autodeterminação nacional e permita que o povo galego decida seu próprio futuro, o que até agora não foi possível. A nossa língua tem uma posição legal de subordinação relativamente ao espanhol, que há séculos é imposto, uma imposição ainda mais forte durante o século XX e especialmente no franquismo.
Devemos lembrar que foi na Galiza que o português nasceu, lá pelo século IX. Portugal era na altura parte do Reino da Galiza, rompendo o condado portucalense no século XII para constituir o Reino de Portugal. Aí a língua da Galiza (o galego) converteu-se em língua do novo reino, com o nome de "português", enquanto no país de origem foi sendo submetido pela imposição castelhana, principalmente a partir do século XVI.
Hoje, o movimento independentista reivindica uma aproximação aos povos de língua portuguesa como aliados na recuperação da nossa soberania linguística e política.
O galego (português da Galiza) é ensinado só como matéria nas escolas, mas o espanhol é idioma principal na educação. O mesmo acontece na mídia e em todos os âmbitos da vida social e institucional. Daí termos um movimento popular que reivindica nosso direito à normalização plena da nossa língua no seio da sociedade galega. O "governo autônomo" galego, hoje em mãos de um partido espanhol de direita (o PP), nada faz para defender nossos direitos.
10. Qual a abordagem da mídia espanhola em relação à Questão da Galiza?
A mídia no Estado espanhol, e também na Galiza, está em mãos do grande capital financeiro, vinculada portanto ao projeto da grande burguesia oligárquica. O tratamento dos meios de comunicação à questão nacional é muito agressiva e contrária aos direitos nacionais. Representam um apoio fundamental à manuetenção do sistema e censuram com total descaramento qualquer manifestação popular dos povos oprimidos como o nosso.
11. Por que você defende a independência da Galiza?
Os independentistas achamos imprescindível a recuperação da nossa soberania plena para afrontar os graves problemas que o nosso povo tem em todas as esferas: econômica, cultural, laboral, linguística... Nossa aposta é na independência e no socialismo, de maneira análoga a outros movimentos de libertação nacional na Europa Ocidental (Catalunha País Basco, Córsega, Escócia...). Todo povo tem direito à sua soberania e o povo galego também.
12. Quantos na região galega defendem esta ideia?
Nunca pudemos fazer um referendo em que isso pudesse ser esclarecido. Porém, os partidos que defendem o direito de autodeterminação representam na atualidade acima de 25%. Deles, uma parte querem a independência plena e outra uma federação ou confederação. O problema é que o Estado espanhol é -sempre foi- totalmente intransigente e não admite qualquer cedência na soberania aos povos oprimidos, nem sequer admite fazer uma consulta popular para que os povos decidam.
Essa negativa, a atitude antidemocrática e repressiva espanhola, expressa-se também na existência de presos políticos galegos, que são conduzidos a prisões espanholas longe da Galiza pela sua condição de independentistas, sendo acusados de "terroristas". A violação de direitos humanos pelas instituições espanholas é denunciada a cada ano por diferentes organismos internacionais não-governamentais, mas a política repressiva continua.
13. Quais as reivindicações, exatamente, da atual Questão Galega? Em que pontos a atual Constituição, autoproclamada por Madrid como altamente democrático, é insuficiente para a efetiva autodeterminação galega?
A Galiza, País Basco e Catalunha têm o estatuto jurídico de "Nacionalidades históricas", reconhecido na Constituição espanhola atual. Porém, esse reconhecimento legal tem pouco conteúdo real, principalmente, não reconhece o direito desses povos a decidirem o próprio futuro de maneira soberana. É o povo espanhol que fica constitucionalmente situado acima do povo galego (e do basco e do catalão) para qualquer assunto importante. Tem também âmbitos de decisão mais imediatos que ficam em mãos do governo espanhol e não do galego. É o caso da política económica, da soberania sobre a própria costa, a segurança marítima, ambiental... lembremos que a Galiza já viveu vários desastres ambientais por causa da circulação de grandes petroleiros que navegam perto das nossas costas, provocando periodicamente grandes marés negras. A mais recente, a do Prestige, aconteceu em 2003 com gravíssimas consequências ambientais e económicas para a Galiza. (pode ver aqui: https://pt.wikipedia.org/wiki/Prestige)
A falta de soberania fica também clara na imposição do idioma espanhol sobre o galego, que está já catalogado pela UNESCO como língua em risco de extinção, por causa das políticas espanholas nessa matéria. Carecemos também de qualquer capacidade de controlar a atividade de grandes empresas com atividade na Galiza, que tributam em Madri e levam para lá o grosso dos seus lucros, em âmbitos como o energético.
Também em matéria educativa, o próprio currículo acadêmico galego é elaborado com conteúdos impostos e grande medida alheios ao nosso povo. Como já disse, nosso governo autônomo não pode defender os interesses galegos em organismos internacionais nos quais se decide a atividade econômica do nosso país, como a União Europeia.
É por tudo isso que reclamamos o direito de nosso povo a decidir o seu futuro mediante o exercícidio democrático do direito de autodeterminação, como tantos outros povos têm feito ao longo do século XX e mesmo no atual XXI. O último, no caso europeu, foi o escocês, ainda recentemente. O Estado espanhol nega-se radicalmente ao reconhecimento desse direito democrático estabelecido em numerosos tratados internacionais, inclusive alguns subscritos pelo Estado espanhol.
14. De que maneira se dá a influência imperialista espanhola sobre a Galiza? E como isso afeta, negativamente a seu ver, a nação galega?
A situação de dependência condena o nosso povo a não poder defender seus interesses contra as grandes oligarquias europeias. Só como exemplo, posso referir que, desde a entrada do Estado espanhol na União Europeia (nos anos 80 do século passado), a Galiza passou de ser a terceira potência pesqueira a nível mundial (só abaixo do Japão e dos EUA) e hoje ocupamos posições abaixo da número 50.
Nossa agricultura e o setor indústrial foram também desmantelados nesses anos e hoje a Galiza tem índices de desemprego elevados por volta de 18%. Os salários e pensões galegas estão muito abaixo da média espanhola e a situação só tem piorado nos últimos anos.
As multinacionais energéticas espanholas usufruem da importante produção energética galega sem qualquer contrapartida para nosso povo e carecemos até de um banco público galego que pudesse ser posto ao serviço de uma economia produtiva galega que está sendo massivamente substituída pelo setor serviços, reduzindo-nos a uma área de férias para o turismo espanhol.
Nom se enxerga qualquer perspectiva de mudança positiva para essas tendências que não passe por tomarmos conta do nosso destino, mediante o exercício do direito de autodeterminação nacional. A esquerda independentista galega defende essa via, que nos permitirá avançar para a independência e o socialismo.
15. Quais suas expectativas para a concretização desta emancipação, diante da vertiginosa ascensão do partido de esquerda Podemos?
Podemos é um partido explícitamente defensor da ordem capitalista e da integridade espanhola. Representa um projeto explicitamente social-democrata, sem perspectivas rupturistas e que aspira a integrar os movimentos independentistas da Catalunha, País Basco e Galiza. É verdade que não representa o núcleo duro do espanholismo reacionário, como o PP e o PSOE, mas sim colabora na manutenção do projeto imperialista espanhol, tentando atrair setores "progressistas" para evitar a ruptura dos diferentes povos face a Espanha. Não temos, por isso, qualquer ilusão sobre a falsa saída que Podemos representa para a crise estrutural do regime espanhol.
16. O que você gostaria de dizer, Maurício, ao público brasileiro e internacional que venha a ler esta entrevista?
Gostaria que esta entrevista servisse para dar a conhecer a existência do povo galego e da sua luta pelo reconhecimento de seus direitos nacionais. Também pediria que as pessoas visitem o Diário Liberdade e outros meios galegos alternativos, para assim terem acesso a uma informação que os meios oficiais ocultam.
Em nome do Diário Liberdade, fico muito grato ao Pravda pelo vosso interesse em dar a conhecer a nossa problemática como povo com direito à existência: com direito à independência.