Pergunta obrigada, por que escreves e sobre tudo, por que em grafia reintegrada?
Para mim escrever é umha forma de expressom, sempre tivem essa pulsom de escrever o que sentia ou o que pensava. Sou reintegracionista, porque nom concivo ser internacionalista sem ser reintegracionista.
Ramiro ativista e Ramiro poeta, criador, escritor, como for, sodes um ou sodes vários Ramiros, e que relação há entre eles de seres vários?
Eu acho que tudo o que fago está interrelacionado, sou umha pessoa muito política desde sempre. A arte é intervençom, para mim. Escrevo para intervir na realidade.
Tens publicado em papel as obras Letras de amor e guerra e Mares de Queijo, em qual das duas está mais representada essas lutas das que falavamos acima?
Entre Mares de Queijo e Letras de Amor e Guerra, há muita relaçom. Há muitos anos de distância, mas nas duas obras estám as minhas teimas na arte; a procura da liberdade e a relaçom do ser humano com o méio. Há um continuum nas duas obras que acho se pode aprezar facilmente.
Tu fazes parte do coletivo poético A porta verde do sétimo andar, conta-nos quando, como e por que ultrapassaste um dia o umbral dessa porta.
Foi no ano 2010, quando me oferecerom participar na antologia “Sétimo andar, poesia alén”. À partir da minha participaçom aí tivem umha alta implicaçom no coletivo, no sucessivo se calhar nom é tam intensa a minha participaçom porque estes cinco anos de trabalho no seio da Porta Verde forom muito intensos e quero dar-lhe mais atençom a outros projetos, que tenho pensado desenvolver na comarca onde resido que é a da Corunha. Porque cumpre dizer que A Porta Verde se move fundamentalmente polo Sul do País.
Estais a festejar os dez anos do coletivo, como definirias o mesmo e o teu passo por ele.
As definiçons d’A Porta Verde dam origem sempre a discusom. Quase, mais do que definir, prefero convidar a quem tenha curiosidade a que ultrapasse essa porta e tire as suas próprias conclusons. A Porta Verde é um projeto que promove encontros artísticos e que edita material literário diverso (ainda que sobre tudo poesia) a travês do carimbo Q de Vian Cadernos. À partir daí…o único que farei é que quem tenha curiosidade se assome.
O que tem este coletivo para ser conservar vivo e ativo tantos anos (e os que ficam por ser!)?
Suponho que ilusom e vontade de afrontar reptos. E também muito trabalho invisível.
-Para que achas que serve este e o resto de coletivos poéticos ou de criadoras?
Para intercambiar ideias, para intervir de um modo diferente na realidade, e para fazer possíveis projetos que dificilmente se poderiam materializar agindo de maneira individual.
Qual é o futuro que desejarias para A porta verde?
Que morresse sem rancores quando lhe toque morrer, mas sobre tudo que continue aportando criatividade de umha maneira digna e honesta como até agora fixo.
Quais são ao teu entender, os problemas mais graves aos que vos enfrentais como coletivo e como criadoras, nomeadamente as que criais em ortografia não “oficial”???
Eu acho que as dificuldades para a ediçom seriam o mais ressaltável em geral, aqui ou ganhas prêmios ou dificilmente editas. Por suposto, nesse sentido as dificuldades som ainda maiores para os reintegracionistas.
Conta-nos desses festejos, que eventos tendes já realizado e quais tendes na manga para os próximos dias?
Uf, nom sei, eu já perdim a conta…recentemente tivemos apresentaçom da antologia “Dez Anos na Porta”em Compostela, Lugo, em Vigo, e em Fevereiro fixemos um ato nos centros sociais de Monte Alto, A Comuna e Gomes Gaioso
Dás-nos alguma primícia? Que tens no tinteiro pronto a sair? Em que projetos é que andas metido, quer literária quer de outro corte?
Quero editar umha cousa de narrativa em breves, e também organizar um festival de poesia, ainda que isto segundo está ainda bastante “verde”. Também andam outras cousas bailando-me na cabeça, mas nom quero falar de mais, por se ficam em águas de bacalhau. Ter ideias é fácil, materializá-las nom tanto, como já sabes.