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Captura de Tela 2015 12 10 às 13 38 55Brasil - Le Monde Diplomatique - [Cristiano Navarro] Cerca de 15 mil pessoas participaram de manifestação que percorreu as ruas de São Paulo. Ao chegar à Secretaria de Educação, o ato foi recebido pela PM com violência. Um estudante agredido relatou as agressões que sofreu de policiais.


Após mais de um mês resistindo à violência policial e à ameaça de reintegração de posse de suas ocupações, o movimento estudantil secundarista pôde realizar nesta quarta-feira, dia 9, um grande ato para comemorar a vitória que impediu o fechamento de 93 escolas estaduais, previsto no projeto de reorganização do governo Geraldo Alckmim. 



Cerca de 15 mil pessoas, estudantes e apoiadores do movimento, partiram da Avenida Paulista em direção à Secretaria de Educação do Estado, no centro da cidade. Na saída, um jogral chamou a atenção para a sequência na luta pela melhoria na qualidade da educação, a não criminalização de manifestantes que participaram da mobilização e a ocupação da Colégio Estadual José Carlos Almeida que ocorreu ontem no centro de Goiânia, em protesto contra o projeto de "terceirização" da rede pública de ensino imposto pelo governador de Goiás, Marconi Perillo.

As quatro horas de protesto contra a política educacional de Alckmin fluíram de maneira tranquila e com forte apoio popular por onde passou. No entanto, ao chegar ao destino final, em frente à Secretaria de Educação, o ato foi recebido pela polícia com bombas de efeito moral, gás de pimenta e tiros de bala de borracha. Um grupo de manifestantes revidou. Na confusão dezenas de pessoas, entre manifestantes e jornalistas, ficaram feridas e ao menos dez foram detidas. 

Uma das vítimas da violência policial, Rafael, estudante do terceiro ano do ensino médio em uma escola particular e apoiador das ocupações, relatou ao Le Monde Diplomatique Brasil as razões para o apoio e as agressões que sofreu dos PMs:


“Acho importante as ocupações porque o movimento secundarista tem que mostrar sua força e suas posições sem ser cooptado por outros movimentos ou organizações. Para mim as ocupações são um dos melhores exemplos da auto organização de um movimento social que não só já trouxe mudanças ao sistema educacional como continuará a trazer. Participei do ato por acreditar na luta dos secundaristas e na luta por uma educação melhor. Acompanhei o protesto por todo o percurso, da Avenida Paulista até a Secretária de Educação. O ato se manteve pacífico. Isso só mudou no momento em que chegou à Secretaria. Alguns minutos depois que chegamos, escutei uma explosão vindo do meu lado direito. Nesse momento, a manifestação se dispersou, atravessei a avenida e encontrei, junto de mais dois amigos, uma senhora desmontando sua banca de vendas. Enquanto ajudávamos a senhora, a polícia cercava as ruas em volta. Quando os policiais se aproximaram, decidimos correr para uma rua do lado. Chegando lá, fomos cercados. Nesse momento tentamos correr de volta para onde estávamos. Foi quando levei um golpe de cassetete no braço. Porém, continuei correndo até a frente da estação República. Lá fui abordado de forma abusiva. Um dos policiais, usando capacete, me deu uma cabeçada, cometeram agressões, fizeram ameaças e discutiram com jornalistas, procurando impedir a gravação da ação. Após a ação abusiva e truculenta fui liberado junto com as outras duas testemunhas”.



No último sábado, dia 5, foi publicado no Diário Oficial o decreto que revoga a transferência dos funcionários, suspendendo assim o projeto de fechamento das escolas. Com um número de ocupações menor do que na semana passada, ainda não há definição sobre os rumos que o movimento irá tomar. 


Cristiano Navarro é editor web do Le Monde Diplomatique Brasil.


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