Foto: Michel Meusburger (CC BY-NC 2.0)
Alckmin declarou que vai "adiar" a reorganização e "aprofundar o diálogo", que dialogaria durante 2016, com "os alunos continuando nas escolas onde estudam". No entanto, reafirmou a defesa do projeto de reorganização e ainda condenou com uma citação do Papa Francisco, o "protesto violento".
Essa vitória é muito importante, é fruto da força da luta secundarista que contagiou toda a população e derrotou Alckmin, que se pensava invencível. Foi irresistível a força dessa nova geração de luta que surge com força para mudar a educação e o país. Um exemplo de luta a ser seguido por toda a juventude e os trabalhadores, mostra que é possível vencer.
Frente a isso, nós que estamos apoiando ativamente a mobilização e atuando nas escolas com toda força com a Juventude ÀS RUAS e o Esquerda Diário, com professores, universitários que hoje encabeçaram os atos de solidariedade na USP e Unesp, propomos:
1 - manter as ocupações como mínimo até decidir entre todas as escolas de luta os próximos passos da mobilização;
2 - não aceitar desocupar sem a libertação de todos os presos;
3 - exigir compromisso de nenhuma punição aos estudantes, professores, comunidade e apoiadores da luta;
4 - organizar uma reunião estadual para discutir os próximos passos da luta. É importante reunir urgente, ainda neste fim de semana, para avaliar a possibilidade de ir por mais além disso, assim como manter as atividades do fim de semana como a Virada Cultural em SP.
Mas é necessário debater uma questão. Nós opinamos que o movimento ainda tem condição de avançar por mais. Alckmin recuou porque sua popularidade está despencando, porque o secretário de educação Herman já está derrotado, porque há um enorme rechaço a este projeto em todo o mundo da educação, porque seu "plano de guerra" simplesmente fracassou e está sendo um escândalo a dureza da repressão da PM, que até a ouvidoria da polícia teve que reconhecer "excessos".
Por isso, avaliamos que a partir de uma reunião estadual de todas as escolas de luta é possível convocar uma manifestação urgente, convocando toda a população a tomar as ruas junto aos secundaristas para enfrentar o problema da educação pela raiz. Começando por derrubar definitivamente esse projeto, pois é muito importante ter claro que ele só falou em adiamento e não revogação do projeto. Mas a força do movimento permite avançar na luta pela educação gratuita e de qualidade em todos os níveis, questionando o ensino voltado para o mercado, a super-lotação das salas, o baixo salário dos professores e uma série de outras demandas para garantir qualidade do ensino. Uma grande luta pode conquistar a mudança da estrutura de poder nas escolas, conquistando a auto-gestão de estudantes, professores e comunidade, e também questionar o elitismo da universidade pública, inclusive o vestibular.