Foto: Pedro França/Agência Senado
Em meio a ampla mobilização de estudantes, professores e comunidade escolar contra o projeto dereorganização escolar, que prevê - neste momento - o fechamento de pelo menos 93 escolas (o governo chegou a falar de mil) e que afetará diretamente mais de 1 milhão de estudantes (como fechamento de milhares de salas e turnos), o governo tucano decidiu vincular na TV aberta uma campanha publicitária, a custo de 9 milhões de reais, gastos até o fim da campanha, para, supostamente, esclarecer as dúvidas da população.
O governo afirma, segundo o site UOL, que: “É uma campanha de utilidade pública em que se informam as bases do processo de reorganização, procedimentos a pais e alunos e respostas mais frequentes das comunidades escolares”.
No entanto, não se trata de esclarecimento, pois os filmes apresentados na TV nada esclarecem. Por um lado o governo transfere dinheiro público para sustentar os grandes capitalistas e seus monopólios de comunicação. Por outro tenta iludir a população sustentando que o projeto de reorganização escolar seria para melhorar a qualidade da educação pública.
Esta campanha aparece justamente no momento em que se ampliam as mobilizações e as ocupações de escolas pelos estudantes e comunidade escolar, é por meio desta campanha, ou transferência de recursos, que o governo, dentre outras coisas, garante o apoio da grande mídia, ou pelo menos seu silêncio. É por isso que nunca vemos os “especialistas” em educação criticarem na grande mídia a reorganização, blindando o governo de toda responsabilidade do enorme ataque à educação pública.
O governador Geraldo Alckmin adotou a reorganização de maneira ditatorial, sem nenhum diálogo com professores, estudantes e pais. Sua política direitista é alheia a qualquer diálogo. A política educacional deste governo é um ataque direto ao direito à educação dos trabalhadores e do conjunto da população pobre. No entanto, os filmes de sua campanha sustentam - de maneira cínica e sem nenhuma explicação - que a reorganização, com fechamento de escolas, transferência forçada de centenas de milhares de estudantes, é para supostamente "melhorar a educação".
Quando a mercadoria não é boa é necessária ampla propaganda em seu favor, no entanto, nem toda propaganda será capaz de convencer estudantes, professores e pais de que a reorganização, que é ataque aos seus direitos, é boa e nem toda mídia será capaz de impedir a mobilização crescente dos estudantes, professores e pais contra a reorganização escolar.