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270615 dilma obamaBrasil - Esquerda Diário - [Flávia Ferreira] Na última quinta-feira, 25, o embaixador do Brasil nos EUA, Carlos Antônio da Rocha Paranhos, afirmou que a visita de Dilma aos EUA, marca uma retomada de diálogo político bilateral entre os dois países, isto após a descoberta pelo governo brasileiro de que a própria presidente e a Petrobrás haviam sido espionados pelo governo norte-americano em 2013.


Para o embaixador, segundo noticiou a imprensa, a visita de Dilma servirá para mostrar que o Brasil "está levando a sério o programa de ajuste fiscal e o programa de investimento em infraestrutura". Esta declaração mostra bem, o principal objetivo de Dilma com a visita aos EUA de se reunir com empresários, investidores e banqueiros do país para “atrair” novos investimentos para o país em meio a estagnação do crescimento, com aumento da inflação e do desemprego, que passa a economia brasileira.

Os investimentos norte-americanos estão ligados a política de ajuste fiscal e cortes no investimentos públicos realizados por Dilma e Levy. Estes investimentos tem o destino certo: as concessões do serviços e obras de infraestrutura e logística no país, como aeroportos, rodovias, ferrovias e entre outros, que estão na verdade sendo cada vez mais privatizados para o capital estrangeiro.

Os EUA tem grande importância para a economia brasileira, é o segundo maior destino das exportações brasileiras, depois da China, sendo assim, outro grande objetivo da viagem é abrir o caminho para aprofundar as relações comerciais bilaterais. Para assim, buscar ampliar as exportações brasileiras aos EUA (75% das exportações nacionais aos EUA são de produtos manufaturados, que passaram por algum processo industrial), o Brasil, é também um grande importador de produtos norte-americanos.

O roteiro de Dilma: de Wall Street à Nasa

No domingo, Dilma deve se reunir com empresários brasileiros nos EUA, na segunda-feira, 29, Dilma se reunirá com investidores do setor financeiro e empresários do setor manufatureiro em Nova York. Esta reunião também terá como objetivo, atrair o capital estrangeiro norte-americano a participar dos leilões de concessões (privatizações disfarçadas) no setor de infraestrutura.

Na terça-feira, 30, a reunião será com empresários em Washington, capital dos EUA. Na quarta-feira, 1º, Dilma se encontra com empresários do setor aeroespacial em um centro de pesquisa da Nasa em San Francisco.
Na terça, em Washington, ela encerrará um encontro de empresários na Câmara de Comércio americana e, na quarta, se encontrará com executivos do Vale do Silício, na Califórnia.

Esperam-se na visita aos Estados Unidos alguns anúncios pontuais, como a abertura do mercado americano para a carne brasileira in natura, medidas para facilitar o comércio nos setores de cerâmica, máquinas e materiais de construção e ações para reduzir os custos e a burocracia nas transações bilaterais.

A agenda da viagem: garantir os lucros dos empresários

Empresários de diversos setores tem pressionado aos governos para leis de livre-comércio entre Brasil e EUA, este discursos se fortalece com a recessão econômica no país e o ajuste fiscal, já que a exportação é um mecanismo para entrar dólares no Brasil e com isto, manter os lucros dos capitalistas. No ano passado, o comércio entre os dois países rendeu U$ 62 bilhões.

Há duas semanas, Dilma lançou, em Brasília, o Plano de Investimentos em Logística, que prevê até 2018 concessões em áreas como aeroportos, portos, rodovias e ferrovias. Segundo as estimativas do governo, o pacote envolverá R$ 198,4 bilhões em investimentos. Até o momento, de acordo com o governo, há 108 pedidos norte-americanos de reuniões para discutir as concessões em aeroportos, 110 para tratar dos portos, 103 interessados nas ferrovias e 91 para discutir rodovias, segundo a Agência Brasil. Os EUA são o país que mais investe no Brasil, em investimento direto externo.

Na área de educação, o destaque do governo é “cooperação com foco em gestão de escola pública, formação de professores, estrutura curricular e tecnologias educacionais”, Dilma inclusive, visitaria a sede da empresa Google, na Califórnia.

Também serão feitas discussões entre os dois países com impacto no setor de turismo, com a discussão da possibilidade de entrada do Brasil no programa Global Entry , no qual turistas brasileiros não precisariam de visto para entrarem nos EUA.

O que se vê é como a agenda de Dilma nos EUA será voltada para uma agenda econômica relacionada as medidas de ajuste fiscal no país, sinônimo de privatizações, ataques aos direitos dos trabalhadores e cortes nos gastos socais, em saúde, educação e previdência. Com relação aos EUA, uma primeira análise, mostra que é parte de um movimento geopolítico em direção às economias latino-americanas, que de evidenciou com a Cúpula das Américas.

Foto: Roberto Stuckert Filho/PR


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