Nas despesas do orçamento da União em 2013 o governo federal destinou 40%, R$ 718 bilhões para o pagamento de juros e amortização da dívida pública. Dinheiro que vai principalmente para os grandes bancos. Para a saúde foram 4,3% do orçamento, R$ 83 bilhões, e para a educação 3,7%, R$ 53 bilhões. O pagamento de juros aos grandes grupos econômicos abocanhou cinco vezes mais recursos do orçamento federal do que essas duas áreas fundamentais ao bem estar da população. O mesmo ocorre nos governos estaduais e municipais.
Outro exemplo gritante: O Brasil, 7ª economia do mundo, em 2011 ocupava a 112ª posição no quesito saneamento básico, de um total de 200 países. 48% da população do país, mais de 90 milhões de brasileiros, não têm coleta de esgoto.
Mesmo com algumas pequenas melhorias nas últimas duas décadas no Brasil, como aumento real do salário mínimo, o emprego com carteira assinada e a política de transferência de renda, a distância entre a renda dos trabalhadores e a riqueza dos bilionários aumentou. No Brasil aumenta a exploração dos trabalhadores, com precarização, jornadas de mais de 10 horas e terceirização. 90 % dos novos empregos criados são com baixos salários, a maioria com o mínimo: R$ 724,00. Salários baixos, quase sempre comprometidos com dívidas e ainda corroídos pelo crescente aumento do custo de vida. Enquanto isso, o lucro dos bancos continua batendo recordes. O lucro do Bradesco no 2º semestre deste ano foi de R$ 3,7 bilhões, um aumento de 28%. O Itaú ganhou R$ 7,1 bilhões, no 1º semestre, o segundo maior lucro da sua história.
Os gastos exorbitantes nas obras para realizar a Copa do Mundo da FIFA no Brasil foram uma verdadeira provocação ao povo, uma vez que faltam verbas para hospitais, escolas e moradia. A crítica contra a Copa tornou-se uma unanimidade nacional, o povo questiona a prioridade dos governos em destinar recursos públicos para as obras dos estádios.
Agora vêm as eleições e mais promessas de mudanças. As manifestações de junho de 2013, quando milhões foram para as ruas e conquistaram a diminuição dos valores das tarifas no transporte, mostraram o caminho: a luta, a mobilização e a greve para conquistar melhorias para o povo e dobrar os governantes e os patrões. As eleições servem para mudar os governantes e continuar a mesma política que garante o lucro dos grandes monopólios, dos bilionários. É uma farsa, que semeia a ilusão que as coisas mudam com o voto. Na sociedade, capitalista, o Estado garante o lucro máximo para os milionários e bilionários, garante a acumulação de riqueza. É uma sociedade de exploração do povo, dos trabalhadores.
Somente a luta popular e a solidariedade entre os explorados e oprimidos pode mudar essa situação, derrotando a política econômica do governo federal, do Estado brasileiro e das classes dominantes que estão no poder. Derrotar a política que garante os altos lucros dos grandes monopólios. A alternativa à atual política econômica é construir uma economia e uma produção, voltada para atender os interesses do proletariado e do povo, construir uma sociedade socialista, sem miséria e exploração.
Nesse período eleitoral, enquanto candidatos disputam quem é o mais adequado para cumprir as ordens da grande burguesia, o caminho a seguir é denunciar a farsa eleitoral e organizar a luta pela melhoria das condições de vida do povo, acumulando forças para a transformação da sociedade. As eleições não resolvem. Enquanto o poder reprime a luta e canaliza a participação política unicamente para o voto, nosso objetivo deve ser o contrário: votar nulo como protesto, e organizar e lutar nos locais de trabalho, moradia e nas escolas.