Estamos nas ruas porque sentimos que pesam em nossas costas uma série de problemas sociais: somos nós, jovens, que sentimos as mais altas taxas de desemprego, que sofremos cotidianamente com a violência policial, que temos o acesso à educação negado, que nos endividamos antes mesmo de começar a trabalhar, que também sofremos com o racismo, o machismo e a homofobia.
Não é fácil ser jovem nos dias de hoje. O desemprego nos ameaça. A miséria nos ameaça. A polícia e o Estado nos ameaçam cotidianamente. Durante algum tempo tentaram nos enganar, repetindo a mentira de que esse era um modelo de desenvolvimento do país que beneficiaria a todos, porém, o que vemos, é um país que se consolida como uma grande potência capitalista mantendo uma grande desigualdade social, que tira a comida do prato dos trabalhadores para engordar os patrões. Os 10% mais ricos controlam 74% da riqueza nacional, tornando os ricos cada vez mais ricos e deixando para nós apenas as migalhas e falsas promessas.
Durante as últimas manifestações, os poderosos mostraram que não tolerariam qualquer tipo de mobilização da juventude e dos trabalhadores. Através de seus meios, a mídia ou a polícia, eles nos criminalizam e nos perseguem, sempre no sentido de garantir seus lucros e de combaterem qualquer risco de uma revolta e transformação social. Porém, se os ricos dominam os meios, as ruas são nossas!
Mostramos que não estamos dispostos a viver dessa maneira, que perdemos a paciência. A juventude tem muitos motivos para ir às ruas. São motivos que vão muito além dos vinte centavos. Mostramos a capacidade de mobilização que temos. Enchemos as ruas de esperanças, mostramos aos poderosos que não estamos dispostos a sofrer calados, que não iremos nos entregar sem lutar.
Porém, se conseguimos dar os primeiros passos e tomar as ruas, muito ainda deve ser feito. Nesse momento de eleições, mais uma vez a política aparece como um velho jogo de cartas marcadas, vinculada aos grandes monopólios empresariais. Mais uma vez tentarão deturpar as informações, reprimir os trabalhadores, reduzir o debate político a apenas poucas alternativas dentro de um mesmo programa, sem debater a fundo os verdadeiros problemas da sociedade.
Para nós, apesar de um momento muito importante na vida política do país, as eleições, mais do que uma ocasião para eleger candidatos, são um momento fundamental para apresentarmos uma alternativa política de poder, para criarmos nossos próprios meios contra a ofensiva dos poderosos, para expandirmos nossa visão de mundo, para fortalecermos nossos espaços de autodefesa e de elaboração política, como associações de bairros, sindicatos, organizações estudantis, comitês populares, fóruns unitários de luta, etc. Para, em suma, apresentarmos uma proposta e construímos coletivamente o Poder Popular.
É nesse sentido que lançamos o Comitê Nacional de Juventude: Mauro Iasi Presidente. Sem vender ilusões à juventude sobre a democracia burguesa, o que defendemos é que, através de uma candidatura, possamos contribuir para expressar os anseios da juventude e dos trabalhadores, apresentar uma real alternativa de poder e uma proposta de construção de um novo país. Para propagar e organizar nossas lutas, estaremos nas ruas, com toda a alegria e rebeldia da juventude, gritando em alto e bom som para os que nos exploram:
Se os ricos têm os meios, AS RUAS SÃO NOSSAS!