A área, de propriedade da empresa Rural Whittmann Agropecuária Ltda, foi flagrada com 33 trabalhadores em situação análoga à escrava no último dia 3 de julho, após uma operação de resgate realizada pelo Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal (MPT-DF) e do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
"Exigimos que essa área seja destinada à reforma agrária. É um exemplo bem debaixo dos olhos dos parlamentares brasileiros que, no Congresso Nacional, tentam mudar a descrição do que seja trabalho escravo, o que é um retrocesso para qualquer trabalhador/a rural e um alívio para os ruralistas continuarem com esta prática desumana. O Parlamento, depois de 15 anos, decidiu pela expropriação de propriedades rurais e urbanas de empregadores culpados de utilização de trabalho escravo ou análogo à escravidão e é a isto que estamos reivindicando", disse Edmar Tavares, integrante da coordenação do MST DF e Entorno.
Os 33 trabalhadores encontrados pela operação de resgate trabalhavam, desde junho, sem carteira assinada e sem equipamento de proteção, ficavam em alojamentos precários e superlotados e não tinham recebido nenhum salário.
O grupo foi aliciado em Nova Floresta (PB) para trabalhar na colheita de café, com a promessa de emprego por um período 90 dias. Após o flagrante, o MPT convocou a empresa Rural Whittmann Agropecuária Ltda para pagar verbas rescisórias e demais direitos trabalhistas aos explorados.