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Foto Samuel TostaBrasil - Brasil de Fato - [André Vieira] Como principal reivindicação, a categoria luta em defesa da empresa onde trabalham, a Petrobras, a maior do Brasil.


Quando se fala em greve, a primeira coisa que vem à cabeça é a luta dos trabalhadores por questões salariais e outras condições de trabalho. Completando mais de 10 dias, a paralisação dos petroleiros tem se espalhado pelo Brasil. Como principal reivindicação, a categoria luta em defesa da empresa onde trabalham, a Petrobras, a maior do Brasil. Balanço divulgado nesta quarta-feira (11) aponta que somente na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, 50 unidades marítimas estão paradas e fazendo com que mais de dois milhões de barris de petróleo deixem de ser produzidos.

Espalhada por todo o país, a mobilização chegou aos principais pontos de produção de petróleo e seus derivados. Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP) e a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), esta é a maior greve da história da empresa. Como ponto alto, os petroleiros destacam a participação dos novos funcionários da empresa, que estão engajados para que a estatal continue controlada pelo Estado, ou seja, para que continue nas mãos dos brasileiros.

Há quatro anos trabalhando como operadora de plataforma na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, Michele Capone, de 29 anos, destaca a importância da mobilização. “Estamos numa greve não só por um acordo salarial digno, mas principalmente contra a privatização da empresa, contra a venda de ativos, contra o desinvestimento que está ocorrendo”, reclama.

A preocupação da jovem trabalhadora é evidente. No Congresso Nacional, projetos como o do senador José Serra (PSDB-SP) buscam retirar da Petrobras algumas funções, como, por exemplo, ser a operadora única do petróleo do pré-sal. Se isso ocorrer, os cidadãos mais pobres serão os prejudicados, já que projetos sociais que dependem dos recursos da extração do petróleo podem sofrer reajustes.

“A Petrobras representa muito para o povo, já que é uma questão de soberania. Está em jogo o futuro do nosso país. Temos que ter muita atenção ainda mais agora que os recursos do pré-sal estão sendo destinados à educação”, pontua Juliana Schwartz, de 37 anos, sendo 13 deles dedicados ao trabalho na empresa.

No Rio, greve atinge também a distribuição dos derivados do petróleo

Além dos trabalhadores que atuam em plataformas e em sedes da estatal, a mobilização também ganhou a adesão dos funcionários responsáveis pela distribuição dos derivados do petróleo. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores no Comércio de Minérios e Derivados de Petróleo do Rio (Sintramico), a greve nesses setores se dá em forma de paralisação de 72 horas por semana, mas assegura que continua sendo garantindo o abastecimento de locais essenciais para a população, como os hospitais.

Como principal ponto de negociação, este setor também sai em defesa da Petrobras enquanto empresa pública. “A sociedade precisa defender a Petrobras porque é essa empresa que faz o Brasil girar. Vários empregos são gerados pela empresa e é ela que faz o nosso país melhorar”, destaca Ligia Deslandes, presidenta do Sintramico. 

Sobre a luta contra a privatização da empresa, ela lembra que 70% das empresas de petróleo no mundo são controladas pelo Estado, por se tratar de setor estratégico. “Além de ser importante economicamente para o país e gerar empregos, precisamos ter a tecnologia desenvolvida com o dinheiro público preservada e não entregar a empresas privadas”, conclui a sindicalista. 

Mobilização

Ao todo, 17 sindicatos ligados à Federação Única dos Petroleiros (FUP) e à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) aderiram à paralisação.

“Não existe a possibilidade de faltar gás de cozinha e combustível para os setores estratégicos da sociedade, isso é uma questão de honra para a gente. Queremos que a greve seja sentida no bolso dos investidores. São esses que vão reclamar do governo porque vão ver que os seus lucros vão diminuir”, afirma Emanuel Cancella, secretário-geral do Sindicato dos Petroleiros do Rio (Sindipetro) e da FNP.

Conclusão de obras

Segundo Simão Zanardi, presidente do Sindipetro Caxias e diretor da FUP, a conclusão de três obras também consta na lista de reivindicação. “São três obras fundamentais para a geração de empregos no país: a fábrica de fertilizantes no Mato Grosso do Sul, a Refinaria Abreu e Lima em Pernambuco e o Comperj no Rio de Janeiro. Além de gerar empregos, a conclusão dessas obras vai reforçar nossa soberania”, cobrou o sindicalista.

Perseguição

Para Zanardi, além da dificuldade nas negociações com a empresa, a greve tem sido marcada por perseguição à categoria. “Estamos sofrendo um ataque aos dirigentes sindicais. Vários companheiros nossos estão sendo presos por fazer greve e estão sendo enquadrados como criminosos”, denuncia.


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