Foto: 15 mil nas ruas de São Paulo. Por Ninja/Conta da Água.
A manifestação tinha a intenção de cobrar do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), e da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) soluções para reduzir o impacto da crise hídrica sobre a população mais pobre, que já vem sofrendo com a falta d'água nas periferias.
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"Em primeiro lugar, nós queremos um plano emergencial para minimizar o impacto desse racionamento que já ocorre nas periferias. Instalar caixa d'água, cisternas e poços artesianos", disse Guilherme Boulos, coordenador nacional do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), durante o ato.
Além da preocupação com as demandas dos mais pobres, o ato também defendia maior transparência do governo sobre a real situação dos reservatórios de água no estado, participação popular nos espaços de gestão da crise, repúdio ao novo aumento de tarifas, que pode ocorrer em abril, e defesa do fim dos privilégios que os grandes gastadores de água têm junto à Sabesp.
O protesto que iniciou por volta das 17 horas no Largo da Batata, zona oeste de São Paulo, teve destino final na sede do governo estadual, localizado na zona sul da cidade.
Tendo o MTST como principal articulador, a manifestação foi recebida pelo Chefe da Casa Civil do governo do Estado de São Paulo, Edson Aparecido, no Palácio dos Bandeirantes.
Foto: Comissão do MTST e dos movimentos da Marcha pela Água com o chefe da Casa Civil, Edson Aparecido. Por MTST.
Em nota o MTST diz que o governo de São Paulo comprometeu a atender algumas das demandas reivindicadas pelos manifestantes. Entre elas: incluir o MTST, e outros movimentos sociais, no Comitê de Gestão da crise da água, que atualmente conta apenas com autoridades do campo institucional e avaliar os contratos de demanda firme estabelecidos com os grandes gastadores. Outra demanda atendida foi o compromisso em formar uma comissão para identificar os locais que tem falta d'água crônica. Além disso, medidas como distribuição de caixas d'água, construções de cisternas/poços artesianos e envio de caminhões pipas às regiões mais necessitadas também foram acertadas.
Porém, o governo recusou compromisso no cancelamento do reajuste da tarifa de água e das multas. Sem contar, que ainda insiste em não reconhecer o racionamento seletivo, mesmo com apresentação de inúmeros casos de regiões que já vem convivendo com o problema.
O movimento ainda considera que foram alcançadas várias vitórias com a manifestação e que ficará atento e mobilizado para que as promessas do governo sejam cumpridas.
Foto: Manifestação vista por cima. Por Conta da Água.
E disse mais: "não aceitaremos nenhum aumento da tarifa".
Além do MTST, a marcha contou com a participação e apoio de vários movimentos sociais, partidos políticos, sindicatos, entidades estudantis e populares.