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cubillo canarias independenciaCanárias - Diário Liberdade - Vítima do terrorismo do Estado espanhol manteve-se fiel ao povo canário reclamando o seu direito à independência até o dia da sua morte.


Antonio de León Cubillo Ferreira nasceu em 1930 em San Cristóbal de la Laguna, nas Ilhas Canárias, arquipélago africano colonizado por Espanha.

Advogado desde 1956, funda no franquismo o Movimento Autonomista Canário e posteriormente a organizaçom nacionalista Canárias Livre que mantinha ligaçons com o Partido Comunista da Espanha nas Canárias.

Umha batida da polícia fascista detém quase a totalidade de membros de Canárias Livre, mas Cubillo consegue fugir e reúne-se com o secretário geral do PCE na clandestinidade, Santiago Carrillo, para debater a criaçom de um Partido Comunista das Canárias independente do Partido Comunista de Espanha. Após a briga com Carrillo, Cubillo desvincula-se totalmente do PCE. Em 1960 exila-se primeiro a Paris e depois a Argélia.

Em 1964 funda a organizaçom independentista Movimento pola Autodeterminaçom e Indepêndencia do Arquipélago Canário, MPAIAC, e é eleito o seu máximo dirigente.

bandeira independentista canariaCria também a bandeira tricolor com sete estrelas verdes como bandeira da "luita pola independência das Canárias e o socialismo".

O MPAIAC opta estrategicamente por umha linha africanista, recorrendo à exaltaçom do povo Guanche, povo amazig que habitava as ilhas antes da colonizaçom espanhola.

Conseguiu o apoio do Comité de Libertaçom da Organizaçom da Unidade Africana dirigido por Argélia, que numa reuniom reconheceu o arquipélago das Ilhas Canárias, geograficamente africano, colónia espanhola em África. Em 1975 o MPAIAC inicia as emissons de rádio da Voz das Canárias Livre desde Rádio Argel para o arquipélago canário. Para isto contava com a ajuda do governo socialista argelino. Porém, pressons da diplomacia espanhola acabam com o programa em 1978.

Em 1976, o MPAIAC cria as Forças Armadas Guanches e enceta umha série de açons armadas contra interesses do Estado espanhol.

Em abril de 1978 será vítima do terrorismo do Estado espanhol. Cubillo sofre um intento de assassinato na sua casa do exílio em Almuradieh, Argélia por parte das forças policiais espanholas sob ordens do ministro da Governaçom Rodolfo Martín Villa. De facto, é o único caso reconhecido até agora pola justiça espanhola como terrorismo de Estado. O advogado canário embora ficasse gravemente ferido consegue sobreviver. Devido a este atentado ficará aleijado de por vida tendo que usar muletas para caminhar. En 2003 a Audiencia Nacional condenou o Ministério do Interior a pagar umha indemnizaçom de 150.000 euros a Antonio Cubillo polo atentado de 1978

Em 1979 o MPAIAC abandona a luita armada e um setor acaba por expulsar o seu fundador e secretário geral.

Em 1986 Antonio Cubillo volta às Canárias do seu exílio em Argel e funda o partido político Congresso Nacional das Canárias (CNC), do qual será o principal dirigente. O CNC, partido minoritario, conseguiu certa presença na ilha de Lançarote.

Antonio Cubillo continuou a exercer como advogado. É autor de vários livros sobre lingüística guache, entre eles Nova análise de algumhas palavras guanches; também editou dous volumes das suas memórias intituladas Trópico cinzento. Semimemórias.

Em 2007, Antonio Cubillo trouxo à tona de novo o debate independentista ao publicar um anteprojeto de Constituiçom da República Federal Canária no diário tinerfenho El Día na qual defende que o berber ou tamazig seja idioma oficial junto ao castelhano, árabe e francês, língua que faria parte do curriculum universitário; a criaçom de forças regulares de defesa, as FAG (Forças Armadas Guanches) e no Art. 43.5 fala da moeda nacional, que se denominaria Áfrico. As suas colaboraçons no El Día se mantuvérom até a sua morte.

Em 2012 propujo voltar a sabotar, como é comum noutras naçons sem estado do Reno de Espanha, a Vuelta a Espanha como fora feito nas Canárias em 1988.

Faleceu na madrugada desta segunda-feira, dia 10 de dezembro de 2012, aos 82 anos, na sua casa de Santa Cruz de Tenerife devido aos seus problemas de saúde.

Fontes familiares apontam que Cubillo tinha problemas circulatórios por culpa do atetado sofrido que lhe impedia caminhar sem ajuda de muletas.

Desde ontem, a naçom canária está de luto pola morte de um dos patriotas que mais luitou pola sua legítima independência do Estado espanhol.

Da Galiza, só podemos desejar honra e memória para a luita exemplar deste patriota canário.


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