Esta é a soluçom decidida por um poder evanescente (que parece nom querer concretizar-se nem nos diretivos das caixas, nem nos do banco, nem nos políticos, nem na Uniom Europeia) que elude o debate, e que é dada por definitiva por fontes de NGB. A indignaçom dos afetados bordeia a insurreiçom, enquanto os meios de comunicaçom aditos ao regime tendem umha cortina de fume de confusom sobre o assunto, mentindo e insinuando falsidades.
Promessas de lucros indefinidos...
O problema teórico é que as “participaçons preferentes”, “dívida subordinada” et cétera fôrom ferramentas das caixas de aforros para conseguir capital, quando como tais caixas nom tinham nem podiam ter capital nem portanto vender açons. As ferramentas estas, tam particulares, prometiam umha alta rendibilidade, condicionada a que a caixa obtivesse lucros, mas ao contrário que as açons de um banco nom conferiam umha parte da propriedade da entidade. Depois das fusons das caixas, e com as contas de resultados em perdas perpétuas, as pessoas que investírom milhares de euros em preferentes encontram-se com que nem perceberám os lucros prometidos, nem sequera ficarám como co-proprietários dos novos bancos criados. Aí começou o problema.
Sessenta por cento de que?
Depois de centenares de mobilizaçons dos afetados, o poder político e económico decidiu fazer algo. A soluçom consistiu em fazer umha “troca” de preferentes por açons da nova entidade, neste caso NovaGalicia Banco, com umha “quita” do seu valor. Assim, quem antes tinha um papel que punha “100 euros em participaçom preferente de CaixaNova” agora trocarám-lho por um outro papel que dirá “60 euros em açons de NGB”. Esta mesma soluçom foi adotada no caso de Bankia, o gigantesco furado financeiro criado pola fusom de várias caixas, entre elas Caja Madrid. A diferença é que Bankia cotiza em bolsa, de maneira que os titulares de preferentes de Bankia podem simplesmente vender as açons que lhes som entregadas e conseguir, assim, recuperar algo do dinheiro que tinham investido.
Polo contrário, NovaGalicia Banco nom cotiza em bolsa, nem o fará no futuro. A única perspetiva de NGB é ser vendida por um euro a qualquer banco espanhol, amanhá ou dentro de três anos. Isto quer dizer que um papel que pom “60 euros em açons de NGB” nom pode ser vendido, posto que nem existe mercado para ele (as açons de NGB nom se vendem na Bolsa) nem existem vendedores. Esta mesma semana os grandes capitalistas galegos (os donos de Azkar, Estrella Galicia, Gadis, Coren, Rianxeira, os empresários Manuel Jove e Jacinto Rey...) que investíram em NGB fôrom informados polo FROB de que as suas açons valiam exatamente zero euros, devido à “recapitalizaçom” com fundos europeus que vai reconfigurar o acionariado dos bancos.
A única dúvida nestes momentos é se a troca de preferentes terá lugar antes ou depois da recapitalizaçom. No caso de se fazer antes, os afetados terám um “sessenta por cento de zero”, ao igual que Manuel Jove e demais ralé. No caso de se fazer depois, os afetados seguirám sem poder recuperar o dinheiro e sem esperanças de poder fazê-lo nunca, mas converterám-se automaticamente em proprietários de 20% do capital de NGB, portanto com direito a representaçom no Conselho de Administraçom.
“Vai haver sangue e mortos”
Umha reportagem do Galicia Confidencial relata a participaçom de vários afetados no pleno de constituiçom do Parlamento Galego, o 19 de dezembro. Estas pessoas, que acedêrom em qualidade de público, provocárom tal escándalo com os seus insultos e ameaças aos parlamentares do PP que se tivo que suspender a sessom depois de que estes parlamentares se retirassem da sala, intimidados. Há que dizer que os ativistas eram só sete pessoas, mas por vezes a paixom pode mais que o número... Estes som alguns dos berros de um dos assistentes aos parlamentares, como mostra de como está o ánimo:
“Isto nom vai ficar aqui, aqui vai haver sangue”, “com o pouco que tenho vou comprar umha escopeta de caça e depois já veremos”. Outro, um portavoz da plataforma de afetados, já avisou antes: “Que tenham cuidado, que vamos começar a ir-lhes polas casas”, em alusom aos políticos do PP, igual que umha outra afetada: “Se tem que morrer alguém, vai morrer... Vai haver sangue e o rio Minho vai correr cheio dela”.
Som somente palavras, mas som pronunciadas depois de que um diretor de sucursal de um banco fosse apunhalado em Baiona, como se encarregou de lembrar um dos afetados no próprio Parlamento.
A imprensa, no seu papel
Como é de rigor, a imprensa adita ao regime cumpre a sua funçom. Perante umha situaçom explosiva, em lugar de informar com objetividade do acontecido os meios tentam criar confusom. Assim se explica o titular de La Voz de Galicia, segundo o qual os afetados “recuperarám 60% do seu dinheiro em açons”. Pola sua parte, o Faro de Vigo, que mantinha até há semanas umha hostilidade aberta com NovaGalicia Banco, foi comprada recentemente (algo mais de 200 milhons de euros em publicidade) e mudou o seu discurso, e despachou o tema com um “os afetados serám acionistas de NGB e Economia busca como dar-lhes liquidez”.