Vários milhares de mulheres ocupárom as ruas de Compostela entre a estaçom de comboios e a praça da Quintá, no centro histórico, na tradicional convocatória anual do feminismo galego, com adesom de todo o tipo de organizaçons sociais, culturais, políticas, sindicais etc, numha jornada reivindicativa centrada sobretodo no direito ao aborto livre, seguro e gratuito.
Os mais numerosos cantos e palavras de ordem fôrom contra a reforma ultra-reacionária da Lei do Aborto que o ministro espanhol Ruiz Gallardón quer impor, sem precedentes na Europa ocidental polo que tem de retrocesso num direito fundamental das mulheres.
Toda a esquerda social aderiu à convocatória feminista, lançada pola Plataforma Galega polo Direito ao Aborto. Representantes dos diferentes coletivos integrados na mesma seguravam a faixa que iniciava a coluna de mulheres que percorreu as principais ruas do centro de Compostela.
As denúncias fôrom contra o poder que a OPUS DEI está a demonstrar no seio do poder político nas diferentes instituiçons do Estado espanhol, ao ponto de conseguir impor a leitura mais reacionária da doutrina católica ao executivo presidido por Rajoi, com o apoio incondicional do Governo da Junta da Galiza, também em maos do Partido Popular.
A reivindicaçom da soberania sobre o próprio corpo e de umha clara divisória entre as instituçons públicas e a Igreja Católica foi unánime, tal como a denúncia da hipócrita "defesa da vida" por parte da direita governante, a mesma que aplica implacáveis cortes sociais, impom reduçons de salários, retira direitos, fai crescer a pobreza e privatiza serviços fundamentais como a saúde ou a educaçom.
De maneira simbólica, encenou-se a necessidade de viajar a Portugal ou Reino Unido se a proibiçom de abortar chega a vigorar mediante a nova Lei, reclamando-se como contrapartida "ilegalizar o Partido Popular" por milhares de vozes na praça da Quintá.
A leitura conjunta do manifesto entre várias mulheres participantes na mobilizaçom, na escadaria da praça, deu passagem a diferentes intervençons de mulheres do mundo da cultura e das artes, como Mercedes Peom, Uxía Senlhe, Sés ou as Boubas, apresentadas polas atrizes Comba Campoi e Mónica Caamanho.
A jornada deste 9 de março demonstrou que a luita contra a Lei reacionária de Gallardón vai continuar, tal como aconteceu noutros países que também padecem o governo ultradireitista espanhol, com maioria absoluta do PP.
Foto: @rebecabravogz