Pela manhã, na BR-040, região metropolitana de Belo Horizonte, pouco mais de uma centena de manifestantes fechou uma das principais rodovias federais que ligam a cidade para protestar contra o perigo que os passageiros correm naquela região em função da falta de infraestrutura para pedestres e demandaram mais ônibus, pois estão fartos de serem espremidos como sardinhas nos poucos ônibus que são oferecidos a esses trabalhadores e jovens marginalizados.
Às 13h, cerca de duas mil pessoas se reuniram na Praça Sete, o centro nervoso de Belo Horizonte. Até 14h, já somavam mais de quatro mil, e o movimento tomou todas as pistas da Avenida Afonso Pena, ponto histórico da capital mineira. Ali, o protesto era contra a desproporcionalidade entre o preço e a qualidade do transporte público, contra as políticas privatistas e "antimetrô" da Prefeitura de BH, contra a política tucana do governo do PSDB no estado e em revolta contra as promessas não cumpridas de melhoria da educação, saúde, transporte e infraestruturas na cidade, entre várias outras bandeiras que se uniram.
Então, próximo de 14h40, o movimento decidiu caminhar rumo ao Mineirão, onde ocorreu a partida entre Nigéria e Taiti pela Copa das Confederações, e milhares de pessoas se somaram ao movimento.
Entre 16h e 17h, mais de 35 mil pessoas marchavam enquanto cerca de 1.200 policiais militares e a Tropa de Choque promoviam barreiras no trecho da Av. Antônio Carlos que dá acesso à Favela da Pedreira. Após negociações, a PM liberou, e o movimento seguiu até a UFMG. Entretanto, quando o movimento somava mais de 40 mil manifestantes, a Tropa de Choque passou a disparar balas de borracha e bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes, quando estes negociavam a liberação da pista para avançarem rumo às proximidades do estádio Mineirão.
Vários manifestantes se feriram com as balas de borracha e outros com a inalação do gás. Após o início da confusão, um grupo de jovens montou duas barricadas com pedaços de madeira, lixeiras, cartazes e entulhos e atearam fogo. Os manifestantes também gritaram e pediram por um protesto "sem violência". O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar as chamas.
Após a confusão, que durou cerca de meia hora, a polícia liberou novamente a passagem para que os manifestantes seguissem até as imediações do estádio do Mineirão. Entretanto, um novo bloqueio policial foi montado um pouco mais à frente, no início da Avenida Abrahão Caram e a polícia informou que se os jovens tentassem furar esta barreira seriam impedidos. Militares do Batalhão de Choque, Cavalaria e Tático Móvel estiveram no local.
Depois de serem reprimidos, cerca de 500 pessoas ocuparam o Anel Rodoviário da capital mineira, impedindo o trânsito de carretas, caminhões e carros.
A partir de 18h o movimento retornou à Praça Sete, ponto de partida, e reuniu cerca de duas mil pessoas, apesar dos bloqueios promovidos pela Polícia Militar em todo o entorno.
Às 19h, uma multidão que resistiu a toda a repressão na região da UFMG tentou fechar novamente a Avenida Antônio Carlos e foi duramente reprimida pela Polícia Militar e as Tropas de Choque com balas de borracha, bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo. A polícia criou ali um cerco pelas duas saídas da avenida para criar uma armadilha e reprimir os manifestantes. Um homem e uma mulher caíram de um viaduto entre a Avenida Antônio Carlos e a Avenida Abrahão Caram e se feriram gravemente, mas não foi informado por nenhuma autoridade se correm risco de vida. Essa multidão, então, reuniu-se e foi rumo à Praça Sete, onde os manifestantes se reconcentraram e protestaram até cerca de 21h, apesar do cerco policial, que contou com helicópteros e cavalarias policiais para intimidar os manifestantes.