O Serviço de Inteligência da Venezuela prendeu na noite desta quinta-feira (19/02) o prefeito da região metropolitana de Caracas, Antonio Ledezma. O oposicionista é acusado pelo governo de participar de uma tentativa de golpe contra o presidente Nicolás Maduro.
"Ledezma, que hoje foi capturado por ordem do Ministério Público, será processado pela Justiça venezuelana para que responda por todos os delitos cometidos contra a paz do país, a segurança, a Constituição", afirmou Maduro durante discurso em rede nacional.
De acordo com informações da Agência Efe, Ledezma foi preso na sede do partido no centro de Caracas em ação realizada por agentes do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional).
De acordo com a rede Telesur, Maduro afirma que Ledezma, assim como os opositores Leopoldo López e María Corina Machado, assinaram um documento intitulado "Acordo Nacional para a Transição". Segundo o governo, o manifesto intentava tirar Nicolás Maduro do poder.
"Apenas por meio da Justiça, poderemos derrotar essas tentativas de golpe de Estado e dar ao país paz em definitivo. Quem estiver envolvido em tentativas de golpe tem que pagar", disse Maduro. "Eles o chamam de vampiro, e não sou eu quem diz isso, mas várias gerações de venezuelanos", disse o presidente, que lembrou que o líder opositor "esteve no golpe de Estado" contra seu antecessor, Hugo Chávez, em abril de 2002, e em "todas as conspirações".
O presidente do parlamento venezuelano, o chavista Diosdado Cabello, afirmou que, no suposto complô, identificado como "Plano Jericó", estavam envolvidos os opositores Ledezma, López, María Corina Machado e Diego Arria, ex-embaixador da Venezuela na ONU.
"No governo Maduro, já são 12 supostos golpes de Estado. Aqui, os que têm o golpismo nas medulas são estes senhores [chavistas] que estão no governo. O governo fala de movimentos de desestabilização e o que desestabiliza o país é a corrupção", afirmou Ledezma, que, ontem ao receber a informação que seria preso usou as redes sociais para negar as acusações.
EUA criticam prisão de Ledezma
Os Estados Unidos criticaram na noite de ontem (19) a prisão de Antonio Ledezma, dizendo que o governo da Venezuela deve "parar com acusações falsas e sem fundamentos" contra outros países para "desviar a atenção dos problemas reais" de seu país."
Os problemas econômicos e políticos da Venezuela são o resultado das ações de seu governo. E o governo deveria deixar de tentar desviar a atenção sobre esses problemas e se concentrar em encontrar soluções através de um diálogo democrático entre os venezuelanos", afirmou em comunicado a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.