Está tramitando no parlamento chileno uma nova lei, chamada “Lei de Segurança Cidadã”, que autorizará a polícia a realizar detenções de até quatro horas para fins de “identificação”. Um instrumento que permitirá aos policiais uma série de abusos com a cobertura da lei. O critério para as detenções será subjetivo, bastando que o policial suspeite de alguém.
O projeto foi assinado pela presidente Michelle Bachelet, e além de aumentar o poder da polícia também aumento o poder de promotores e endurece penas por crimes comuns. Bachelet lidera um governo nacionalista burguês, e como todos os governos desse tipo na região, é alvo do golpismo. O projeto tem apoio de partidos de direita e da maioria governista, e tem tudo para ser aprovado, sob protesto de grupos de parlamentares e intelectuais.
O pretexto para a proposta da lei, que abrirá caminho para mais violações dos direitos humanos pela polícia, é o controle da violência. Em janeiro, Bachelet afirmou em discurso, quando assinou o projeto: “A delinquência se combate com feitos, não com palavras de ordem. Devemos endurecer o controle e a perseguição de quem, uma ou outra vez, burla a lei gerando em suas vítimas uma sensação de impunidade.”
Trata-se de mais um avanço da direita na região, sob um governo nacionalista burguês que cede à pressão dos direitistas. Bachelet também enfrenta denúncias de corrupção que são manobradas pela direita com um sentido golpista. O fortalecimento da direita enfraquece o governo e facilita um golpe, o avanço do programa da direita coloca a direita mais perto de tomar o poder.