Este encontro permitiu socializar as conclusões de nosso V Congresso Nacional, assim como os principais desafios e propostas defendidas pelas FARC para este período. Concordamos com a importância das raízes de ambos os processos insurgentes na sociedade colombiana e na ratificação da vigência da luta pelo socialismo e pela paz.
Confluímos na necessidade de construir um governo democrático e popular, que coloque em primeiro lugar os interesses da Colômbia e que contribua com o desenvolvimento de um caminho latino-americano, junto ao resto dos povos irmãos do continente.
Avançamos em especificar tarefas para a construção da unidade do movimento popular e revolucionário na Colômbia, que no desenvolvimento da solução política do conflito se concretiza no propósito de avançar nas duas mesas de diálogo, dentro de uma visão comum de paz.
Assumimos o desafio de um processo de paz, com a responsabilidade e o compromisso histórico que requerem, tendo sempre em perspectiva a necessidade de desenvolver uma agenda séria de negociação, que não gere falsas expectativas na sociedade e que aponte para o tratamento das causas estruturais que geraram o levante armado.
Coincidimos – as duas organizações – que um processo de paz exitoso só será possível mediante um grande exercício de participação popular e cidadã, que impulsione a partir da organização e da mobilização as mudanças necessárias que sustentem a paz na justiça e na equidade social; distanciando-se de uma paz instantânea, como processo de submissão da insurgência.
A realização deste encontro contou com o apoio de países garantidores e acompanhantes das duas mesas de diálogo, dentro da contribuição que vêm dando desde o início deste processo de paz. Acompanhamento e suporte que ambas as forças valorizamos por demais.
A realização deste encontro dos comandantes Timoleón Jiménez e Nicolás Rodríguez tem suscitado as controvérsias próprias dos setores da direita e extrema direita, opostos desde sempre a buscar uma solução política para o conflito; esta divisão do regime frente ao caminho da paz evidencia a débil sustentação que teriam os futuros acordos a que possamos chegar com o governo Santos.
Manteremos a plena vontade de seguir na construção de um diálogo que permita superar o levante armado; que inaugure um novo capítulo na luta pelo poder, no qual não sejam usadas a força e as armas no tratamento de conflitos entre colombianos.
Tradução: Partido Comunista Brasileiro (PCB)