Chamar a atenção dos chefes de Estado ou Governo, participantes no evento panamenho, sobre a situação dos povos indígenas da região, é o objetivo central do encontro, que será realizado paralelamente ao de presidentes, nos dias 10 e 11 de abril próximos, nesta capital.
Confirmaram participação líderes de etnias originárias dos Estados Unidos, Canadá, América Central, Amazônia e as aldeias radicadas no Panamá, asseguraram os organizadores.
A Cimeira Indígena de Abya Yala, em sua quinta edição, denunciará que os povos originários são vítimas de discriminação sistemática de seus direitos políticos, econômicos, sociais e culturais, o que se evidencia nas comunidades empobrecidas, afirmou à Prensa Latina, o cacique Jeremías Cansarí, da diretoria da COONAPIP.
Além disso, provas da segregação são os conflitos permanentes com governos e multinacionais pela mineração, hidrelétricas, extração de hidrocarbonetos, concessões florestais, militarização e as infraestruturas que invadem os territórios ancestrais em nome do desenvolvimento, expôs o porta-voz da organização, William Barrigón.
Todas estas ações atentam contra a sobrevivência de nossos povos, que não apenas sofrem o genocídio, mas deslocação forçada de suas terras, inundações das aldeias e prejuízos aos campos de cultivo, denunciou Barrigón.
"Os povos indígenas consideramos positiva a reunião dos altos dignatários das Américas no Panamá, que em 1925 foi o primeiro Estado na região em reconhecer nossos direitos", disse.
E acrescentou que têm esperanças que entre os acordos, os presidentes incluam a adoção da declaração americana sobre os direitos de nossos povos, que tem mais de 20 em discussão, sem ser aprovada.
Barrigón afirmou que pedirão aos presidentes a implementação da Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, adotada pelas Nações Unidas em 2007 e a criação de um mecanismo interamericano para o monitoramento desta e de outras regulamentações sobre os povos originários.