O imperialismo norte-americano quer que a América Latina volte a ser seu quintal. A partir dos anos 50, patrocinou uma série de golpes pela América Latina, ajudando governos direitistas a assumir o poder. Começou pela Guatemala, depois passou por golpes no Brasil, no Chile e na Argentina, entre outros.
Atualmente, grande parte dos países da América Latina, depois do fracasso das políticas neoliberais na região, estão sob governos nacionalistas burgueses que se apoiam na classe operária e ao mesmo tempo são pressionados pela classe operária. Esses governos fazem uma série de concessões aos trabalhadores, com uma série de programas sociais. É assim na Venezuela, na Argentina e no Brasil.
Em 2008, as políticas neoliberais conduziram a economia a um estrondoso colapso nos países mais desenvolvidos, levando a crise capitalista a uma nova etapa. Diante dessa crise econômica, a receita dos grandes monopólios capitalistas para que continue sendo possível lucrar, é esfolar os trabalhadores, com mais neoliberalismo, ou "austeridade": ataque aos salários e aos direitos trabalhistas, aos aposentados, corte de gastos públicos, privatização de tudo etc.
Também em 2008, os EUA reativaram a Quarta Frota, divisão da Marinha norte-americana que opera no Atlântico Sul. Acontece que os governos nacionalistas burgueses são um obstáculo para o imperialismo (os grandes monopólios) impor o neoliberalismo outra vez na América Latina. Embora esses governos sejam capituladores e aceitem fazer "ajustes" na economia, não são capazes de implantar as medidas neoliberais no ritmo e com a força necessárias para os capitalistas dos grandes monopólios.
Por conta disso, há uma onda golpista na região, novamente com apoio dos EUA, para colocar uma direita feroz no poder, que tente impor o neoliberalismo à força bruta. No Paraguai e em Honduras, recentemente, já aconteceram golpes brancos, onde os governos eleitos foram derrubados com uma aprência de legalidade.
No Equador, em 2010, a direita coordenou uma série de ações contra o presidente Rafael Correa. Houve uma greve da polícia, protestos da direita nas ruas e o presidente foi sequestrado. O povo foi às ruas e impediu aquele golpe, frustrando os planos da direita pró-imperialista.
Na Venezuela, o imperialismo norte-americano tentou derrubar o chavismo desde o início, no fim dos anos 90, quando Hugo Chávez assumiu o governo. Em 2002, a direita venezuelana chegou a tirar Chávez do poder, mas a resistência popular o levou rapidamente de volta ao governo, derrotando a direita.
De lá pra cá, os EUA já gastaram mais de US$ 100 milhões com a oposição venezuelana. Nesse momento, o governo de Nicolás Maduro, sucessor de Chávez, enfrenta uma guerra econômica e de desestabilização do País, e já desmantelou duas tentativas de derrubá-lo, no espaço de uma ano.
Na Argentina, a oposição acusa a presidente Cristina Kirchner pela morte do promotor Alberto Nisman. O judiciário tem agido como um partido contra o governo, com apoio da imprensa burguesa teleguiada pelo imperialismo. Primeiro a direita tentará capitalizar essa campanha nas eleições, no final do ano, ao mesmo tempo em que prepara um golpe, no caso de mais uma derrota eleitoral.
No Brasil, a direita, como de costume, usa casos de corrupção para tentar desgastar o governo. Desde o julgamento arbitrário do "mensalão", que a direita tentou capitalizar já nas eleições de 2006, até o caso de corrupção na Petrobras, que a direita tenta usar para fortalecer a campanha golpista pelo "impeachment" da presidente Dilma Rousseff.