O canal divulgou a nota publicada no domingo no diário pró governamental La Nación, que adiantou a intenção do Estado argentino de deixar a rede, o que também implicaria a eliminação da mesma do programa da Televisão Digital Aberta.
Tendenciosidade denota o artigo de La Nación para defender o pluralismo de Mauricio Macri, que decidiu abandonar a Telesur, sem estabelecer comunicação formal alguma com a direção deste meio de comunicação, como tampouco ante os canais diplomáticos correspondentes, se queixa a direção da Telesur em sua resposta.
Refere-se na nota a Hernán Lombardi, diretor de Meios e Conteúdos Públicos, sobre quem disse que só tem proferido declarações à imprensa sem estabelecer nenhum contato, nem notificação com a multiestatal.
Com o lema "Nosso norte é o sul", o sinal - lançado pelo falecido Hugo Chávez em 2005 - nasceu com o objetivo de ser uma voz alternativa ao fluxo informativo hegemônico e neoliberal, expressando todas as vozes do continente e do mundo.
Segundo La Nación, após várias semanas de análise jurídica, Lombardi e o secretário de Comunicação Pública, Jorge Grecco, resolveram abandonar La Nueva Televisión del Sur C.A.
Essa é a companhia estatal integrada pelos governos da Venezuela, Cuba, Equador, Bolívia, Nicarágua, Uruguai e, até agora, Argentina, que tinha 16% das ações.
O encerramento do convênio significará inclusive o desaparecimento da sucursal e do escritório da Telesur em Buenos Aires, onde trabalham 10 profissionais da informação.
A direção da Telesur argumenta que do governo argentino não houve nenhuma comunicação até o momento para informar sobre a decisão de abandonar a emissora na qual participam vários Estados latino-americanos.
"Destacamos que este canal não recebeu por nenhuma via, oral ou escrita, comunicação alguma sobre o referido trâmite para abandonar a Telesur (...) Não houve nenhuma comunicação entre o ministro Lombardi e a presidenta de nossa rede, portanto, não houve nenhuma discussão sobre temas editoriais nem jornalísticos", afirma o comunicado.
"Telesur reitera ao povo argentino seu amor, sua incondicionalidade, assim como o compromisso de fazer em cada jornada o melhor que possamos fazer para falar sobre nossa região da melhor maneira possível", aprofunda o texto.
"Nossa equipe na Argentina continuará trabalhando, e exigimos para eles as condições para o exercício livre do jornalismo", ressalta.
Telesur reitera aos funcionários do governo de Mauricio Macri nossa disposição ao diálogo dos argumentos e razões, bem como a verdade para garantir nossas relações. "Não vai desaparecer a verdade. Não vai desaparecer a Telesur", conclui a nota.