O diário Jornal de Angola revela que a solicitação emergiu em Nova York durante uma audiência que sustentou Cassamá com seu homólogo angolano, Fernando da Piedade Dias dos Santos, paralelamente ao quarto Encontro Mundial de Líderes Parlamentares.
Durante o intercâmbio, Piedade Dias dos Santos foi informado sobre a situação política nesse país, "caracterizada pela incerteza e a paralisia das instituições da República", afirmou Cassamá.
Indicou que entregou ao parlamentar angolano quatro resoluções nas quais a Assembleia Nacional guineana manifesta total apoio ao governo do destituído primeiro-ministro Domingos Simões Pereira e seu desacordo com o presidente José Mario Vaz por destituí-lo do Executivo.
O Parlamento, acrescentou, adotou iniciativas para encontrar uma solução e aguarda com expectativa pela decisão do Tribunal Supremo de Justiça, único órgão competente para dirimir os diferendos em Guiné-Bissau.
Além da experiência que possui para resolver conflitos, assinalou, Angola ocupa desde janeiro passado um dos assentos como membro não permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas para o mandato 2015-2016.
Uma prolongada crise institucional serviu de pretexto para que Vaz destituísse em 13 de agosto o governo guineano e argumentasse que eram excessivos os confrontos com o outrora primeiro-ministro.
O chefe de Estado acusou Simões Pereira e seu governo de nepotismo, corrupção e falta de transparência na gestão pública.
Sob um cenário de instabilidade e fazendo caso omisso às demandas nomeou então Dja como novo premiê.
Desde o primeiro momento, o dirigente Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) não concordou com a nova eleição e defendeu restituir no cargo o deposto.
A Assembleia Nacional também condenou energicamente o fato e explicou que na designação realizada pelo presidente não se teve em conta o proposto pela organização política (PAIGC), que ganhou as eleições legislativas no ano passado.
O Tribunal Supremo de Justiça da Guiné-Bissau pediu informação à presidência do país e à Procuradoria Geral sobre o decreto que nomeou um novo premiê.
Depois das respostas de ambas instituições, a Corte reunirá o plenário de oito juízes conselheiros para a fase de discussão e elaboração do acordo que sustentará sua decisão.