1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 (0 Votos)

261110_capetownÁfrica do Sul - PCO - A Universidade da Cidade do Cabo já foi a principal instituição de supremacia branca nas encostas do majestoso Pico do Diabo, na África do Sul.


No auge do apartheid, a instituição admitiu alguns alunos negros ou mestiços, mas eles eram proibidos de freqüentar os dormitórios do campus e até mesmo impedidos de participar das aulas de medicina pós-mortem realizadas em cadáveres de brancos.

Após o fim do apartheid, o Congresso Nacional Africano (CNA) não foi capaz de acabar com tal segregação. A melhor universidade da África do Sul está envolvida em um debate sobre a implantação de cotas raciais para minimamente incluir negros na universidade. Tal debate ecoa conflitos semelhantes nos Estados Unidos, onde meia dúzia de Estados já proibiram o uso de preferências raciais nas admissões em universidades, bem como no Brasil, onde o DEM questiona as cotas raciais no Supremo Tribunal Federal.

A Universidade da Cidade do Cabo deveria ter resolvido esse impasse no ano passado, quando seus professores – sete em cada 10 deles homens brancos – apoiaram uma política que concedia cotas com preferências baseada em categorias raciais estabelecidas durante o apartheid, como negros, mestiços e indígenas. Porém, nenhuma ação concreta foi tomada nesse sentido.

Mesmo sendo a maioria esmagadora da população sul-africana (90%), os negros ainda tem de lutar por cotas nas universidades, e o principal defensor da cota estudantil no campus é Max Price, vice-chanceler que chegou a ser detido quando estudante e ativista antiapartheid, em meados da década de 70. Price afirma que "as preferências com base em classificações raciais da era do apartheid fornecem um meio para ajudar os que foram prejudicados por esse sistema a obter oportunidades educacionais".

Atualmente a universidade tem uma política abertamente declarada de admitir negros, mesmo com pontuações inferiores àquelas obtidas por brancos, porém, os brancos são mais numerosos que os negros - 45% contra 25% - entre os 20, 5 mil estudantes sul-africanos na universidade.

Mesmo com o fim formal do apartheid a África do Sul continua sendo controlada em todos os âmbitos por uma minoria branca. A esmagadora maioria da população negra continua sendo discriminada e humilhada pelo poder da burguesia escondida por trás de um governo pretensamente negro e pretensamente democrático que promete estruturar o país.

A questão racial está muito longe de estar resolvida, pelo contrário, a população negra é o setor mais prejudicado e excluído na distribuição de renda não somente na África do Sul, mas no mundo inteiro.

A situação na África do Sul evidencia que não serão reformas burguesas, liberais e legais - propostas pelo CNA de Nelson Mandela - que irão garantir efetivamente as reivindicações dos negros. Todas as reivindicações conquistadas pelos negros foram garantidas com mobilizações organizadas e enfrentamento direto com os governos burgueses.


Diário Liberdade é um projeto sem fins lucrativos, mas cuja atividade gera uns gastos fixos importantes em hosting, domínios, manutençom e programaçom. Com a tua ajuda, poderemos manter o projeto livre e fazê-lo crescer em conteúdos e funcionalidades.

Microdoaçom de 3 euro:

Doaçom de valor livre:

Última hora

Última hora

Quem somos | Info legal | Publicidade | Copyleft © 2010 Diário Liberdade.

Contacto: info [arroba] diarioliberdade.org | Telf: (+34) 717714759

Desenhado por Eledian Technology

Aviso

Bem-vind@ ao Diário Liberdade!

Para poder votar os comentários, é necessário ter registro próprio no Diário Liberdade ou logar-se.

Clique em uma das opções abaixo.