Várias centenas de alunos do Ensino Superior, oriundos de diferentes pontos do país, como Porto, Lisboa, Vila Real, Faro, Caldas da Rainha, Faro, Braga e Évora, concentraram-se esta quinta feira no Parque Eduardo VII, rumando posteriormente até à Assembleia da República.
Os estudantes, que entoam palavras de ordem como “a propina dói”, "o ensino não é mercadoria" e “este Governo não tem educação”, protestam contra a eliminação do desconto dos passes de transporte para estudantes, os critérios injustos impostos pelo governo para a atribuição de bolsas, o subfinanciamento das instituições de Ensino Superior e os consecutivos aumentos das propinas.
Governo está “mais preocupado em pagar os juros à troika do que com a Educação”
Cláudia Campos, aluna da Faculdade de Direito da Universidade do Porto, afirmou, em declarações à agência Lusa, que este Governo está “mais preocupado em pagar os juros à troika do que com a Educação”.
Assim, defendeu, “o ensino nunca será digno e gratuito como estabelece a Constituição da República Portuguesa”
“A austeridade não leva a lado nenhum. Os estudantes têm de marcar uma posição na sociedade e porem-se ao lado das pessoas que já estão num ponto de saturação”, frisou outro estudante.
Estudantes universitários de Coimbra invadem edifício da Reitoria
A partir das14h30, cerca de 300 alunos concentraram-se no pátio das escolas da Universidade de Coimbra, sendo que parte dos universitários acabou por subir a escadaria e invadir o edifício da Reitoria, onde depositaram um caixão que simboliza a morte do Ensino Superior.
O presidente da direção-geral da Associação Académica de Coimbra e os representantes dos núcleos de estudantes das diversas faculdades reuniram-se com o reitor João Gabriel Silva.
Sindicato dos Professores do Norte solidário com estudantes universitários
O Sindicato dos Professores do Norte (SPN) emitiu esta quinta feira um comunicado no qual adianta estar “indignado com as políticas para o ensino superior público” e mostra solidariedade com a manifestação dos estudantes universitários.
“É cada vez mais importante que toda a comunidade académica se una na defesa do ensino superior público de qualidade e, como manda a Constituição da República Portuguesa, tendencialmente gratuito”, sublinha.
“O SPN há muito denuncia e repudia a desresponsabilização do Estado, a falta de financiamento, o aumento do valor das propinas e o ataque à ação social escolar, que estão a levar à elitização do acesso ao ensino superior”, lê-se ainda no comunicado.
O Sindicato alerta ainda para o facto de “a política economicista de sujeição ao mercado e à troika” estar a colocar “em causa a missão pública do ensino superior” e de o Estado estar a ignorar o “papel estratégico” do ensino superior no desenvolvimento do país.