CGTP e UGT acusam o executivo de ser "o primeiro a violar a lei" e de só estar preocupado em "poupar a todo o custo".
De acordo com os dados da Direção Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP), citados pelo Correio da Manhã, no primeiro semestre do ano registou-se um acréscimo de 6912 contratos em regime de tarefa e avença na Administração Central, o que corresponde a um aumento de 68,3%.
A precarização das relações laborais é mais flagrante no Ministério da Economia e do Emprego, face ao aumento do número de contratos a tarefa no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP).
Neste organismo, o acréscimo de contratos celebrados no âmbito deste regime foi de 101,5%, passando de 7002 para 14 109.
O Ministério das Finanças ocupa o segundo lugar do pódio, com um aumento de 13,5% do número de trabalhadores a recibos verdes.
Ao mesmo tempo que se registou um acréscimo de 6912 contratos em regime de tarefa e avença na Administração Central, o emprego na administração pública caiu 1,6% nos primeiros seis meses do ano, com a saída de mais de nove mil funcionários públicos, de acordo com a Síntese Estatística do Emprego público (SIEP).
Em declarações à TSF, Tiago Gillot, da Associação de Combate à Precariedade – Precários Inflexíveis, mostrou-se "preocupado com este aumento de trabalhadores precários na Administração Central, sublinhando que o aumento vai em sentido contrário da política restritiva de admissões na Função Pública e dos cortes que esses trabalhadores têm sofrido".
Já o secretário geral da CGTP, Arménio Carlos, frisou não ficar surpreendido com estes números, na medida em que "o Estado é o primeiro a violar a lei".
Segundo Carlos Silva, líder da UGT, está aqui a prova de que "a única preocupação do Governo é poupar a todo o custo".