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Laerte Braga

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Livre expressão

O trem desgovernado

Laerte Braga - Publicado: Quarta, 23 Setembro 2015 00:29

O governo de Dilma Roussef não saiu da estação. Acabou sem começar.


Não importa que ela cumpra os quatro anos, saia antes, seja votado o impedimento, nada disso. Acabou. Desgovernou na própria estação. Não há governo que saia ileso a Joaquim Levy, Aluísio Mercadante, Kátia Abreu, José Eduardo Cardoso e outros. É a alquimia do impossível. Não vira ouro de forma alguma. No máximo o tal ouro de tolo.

Os primeiros erros foram de Lula, a despeito dos avanços alcançados. Tinha ao seu dispor todos os instrumentos e forte apoio popular para promover as reformas estruturais necessárias e optou por seguir a receita das articulações políticas sem sentido e sem razão de ser.

Todos os avanços se esvaem agora na incapacidade de Dilma de enxergar além do próprio nariz. O golpe começou no mensalão, se consuma agora. Uma presidente acuada, fechada à realidade e distante dos trabalhadores.

A falta de um projeto Brasil, que Lula tanto falou, faz com que os retrocessos no campo social, político e econômico sejam um desastre. Coloca toda a esquerda brasileira na defensiva. O PT, partido de Lula e Dilma, não se preocupou com organização popular, com enfrentar a mídia de mercado e buscar um efetivo desenvolvimento, capaz de assegurar as conquistas.

A conta, como sempre vem para a classe trabalhadora. É a velha história ensinada por Lênine. Um passo inconseqüente à frente, onze atrás.

Dilma, até dias passados, poucos, tinha os militares quietos e sem se intrometer na crise. Um maluco no governo sugeriu a ela um decreto que transferia ao ministro da Defesa o direito de escolha de oficiais a serem promovidos, principalmente os chamados oficiais superiores. Jacques Wagner, o ministro, é sionista, ligado a grupos sionistas de Israel e embora se exima de qualquer participação no tal decreto, foi o artífice da inconseqüência.

Despertou leões adormecidos e leões fascistas.

Locomotiva e vagões se embaralharam na própria estação. Quando tentaram sair e achavam que poderiam impor políticas neoliberais, deram marcha a ré.

A oposição, é lógico, deita e rola e nem precisa fazer muito esforço. A cada problema Dilma reforça os seus opositores à direita. Seja um louco como Aécio Neves, ou espertalhões como FHC, Serra, Alckmin e outros menos votados.

O PT lembra o burro com a cenoura amarrada à frente e na disparada cega que vai alcançá-la. Lula já percebeu isso e tem feito críticas ao partido. O que era diferente se tornou igual aos outros. E cego em sua maioria.

A História é implacável. Cobra seu preço em curto, médio e longo prazo. Nesse caso não há tempo de recuperação. Nem que cumpra os quatro anos. Os cortes anunciados pela presidente são paliativos para tentar recompor a chamada base partidária, agradar a empresários e banqueiros. Se latifundiários matam índios e sem terra, isso é o de menos. O ministro da Justiça é um avestruz. E Kátia Abreu, ministra da Agricultura, amiga de Dilma, está ali para garantir a impunidade dos criminosos. É um deles.

Quando Leonel Brizola disse que “essa moça não merece confiança”, Brizola sabia, com sua extraordinária dimensão política, de estadista, que Dilma é o que os mineiros chamam de “ave de vôo rasteiro”.

O problema disso tudo, qualquer que seja o desfecho da crise, é que os trabalhadores vão pagar a conta. Como sempre. E o Brasil, mais uma vez, volta ao berço esplêndido do fracasso.

A confusão na estação é por obra e graça de Dilma e sua capacidade de só se enxergar no espelho e olhe lá.

Reclamar de críticas de setores da esquerda é querer apoio incondicional e isso só dá a mãe. Não é o caso.


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