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Laerte Braga

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Brasil: A mídia de mercado e a morte de Chávez

Laerte Braga - Publicado: Quinta, 07 Março 2013 16:00

Um apresentador da BANDNEWS, canal a cabo de uma das redes nacionais de tevê do País, ao referir-se à morte de Chávez, disse "finalmente ele morreu". Estava trocando figurinhas com um "especialista" sobre assuntos latino-americanos.


Leilane Neubarth é a apresentadora de um jornal de mais de uma hora de duração na GLOBONEWS, canal fechado das organizações GLOBO, o maior conglomerado de comunicações no Brasil. Vai ao ar de segundas a sextas no horário das dezoito. No dia da morte de Chávez, guiada pelos diretores do jornal, por pouco não tem um trem qualquer ao vivo, já que não tem a menor noção do que fala, apenas lê e faz comentários às vezes, na maioria das vezes despropositados, sobre qualquer tema.

Tem presença de cena, indispensável à sociedade do espetáculo e foi transferida do canal aberto, onde fazia o mesmo, outro telejornal, por ter atingido a idade máxima para os padrões de beleza, indispensável, a apresentação de notícias ao público que o editor do JORNAL NACIONAL chama de "Homer Simpson", no pior sentido possível, o de idiota.

Um dos "especialistas" ouvidos por Leilane foi o embaixador Rubens Ricúpero, ex-ministro da Fazenda e que, em 1994, na primeira campanha presidencial de FHC disse a um jornalista (vazou ao vivo pelas parabólicas) que "eu não tenho escrúpulos. O que é bom a gente mostra, o que é ruim a gente esconde".

O principal jornal de tevê no Brasil, o JORNAL NACIONAL, procura descobrir chances de vitória para a oposição venezuelana e sufoca a morte de Chávez, principal notícia desses dias, com uma interminável cobertura do julgamento do goleiro Bruno, ex Flamengo, acusado de matar uma companheira com a qual teve um filho. Enxurrada de especialistas, sentença pré determinada.

Duas semanas antes do golpe frustrado de 2002 contra Chávez, a GLOBO fez uma série de reportagens sobre a Venezuela, para concluir que o povo "estava farto de Chávez". No fracasso do golpe esse "farto", no duro mesmo, era mais uma das mentiras da mídia de mercado. Chávez voltou ao poder por força do povo.

A enviada especial foi Míriam Leitão, porta-voz dos banqueiros brasileiros na rede.

Murdoch é um dos sócios da GLOBO no sistema de tevê fechada.

A morte de Chávez deixou de ser o fato, sua importância, seu significado, o futuro da Venezuela e a grandeza do presidente em toda a América Latina, para entrar em cena a campanha eleitoral da oposição, mesmo aqui no Brasil, parte do grande arranjo que transforma a América Latina em América Latrina e tem sede em Washington e filial em Wall Street.

A interrogação começa, deliberadamente, a ser posta, se Maduro, o vice, consegue ou não manter unido o chavismo.

No caso da senhora Leilane Neubarth, acabou atropelada por uma declaração ao vivo da presidente Dilma Rousseff chamando Chávez de "amigo do Brasil e do povo brasileiro". Foi visível o constrangimento.

Os jornais refletem essa característica de mentir, falsificar e inventar a notícia. A FOLHA DE SÃO PAULO chama Chávez de "líder populista".

As tevês não mostram as grandes manifestações de comoção popular no país pela morte do presidente, apenas imagens rápidas e buscando reduzir o tamanho da dor dos trabalhadores venezuelanos.

Nas emissoras de rádio, onde pontificam senhores da "verdade", o fato é objeto de comentários no mínimo absurdos e mostram a profunda ignorância e subserviência da grande e esmagadora maioria da categoria, naquele negócio de ganhar o pão de cada dia. Cada asneira dita vale um ponto no saco dos donos.

Uma das características fundamentais do jornalismo de espetáculo, que aliena e se dirige guiado pelo GPS da mentira, é a mediocridade dos atores. Mediocridade e subserviência.

A final, admitem que será difícil derrotar Maduro num primeiro momento, apostam num fracasso, na divisão do chavismo, escondem a importância histórica e o verdadeiro legado do presidente venezuelano.

O Brasil é uma das maiores vítimas da desinformação da mídia de mercado. A necessidade urgente de uma nova lei de meios é decisiva para a pluralidade do debate político, para por fim ao controle que seis ou sete famílias exercem sobre o setor e agora, o risco apresentado pelos grupos evangélicos, uma potência que emerge no setor e compreende perfeitamente a importância dele para alienar. Via de regra ou terminam na desmoralizada Academia Brasileira de Letras, ou na lista de bilionários da FORBES.

A morte de Chávez e os fatos que se seguiram servem para mostrar mais que o poder dessa mídia podre, mas os seus objetivos. Foram escancaradamente apresentados e faltou pouco para dizer "graças a Deus ele morreu". Há muitos se apropriaram de Deus, o que eles moldaram e criaram para iludir milhões de pessoas.


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