É uma disputa para ver quem entrega mais e mais rápido o pré-sal e as riquezas do País. O regresso de Dilma de sua viagem aos EUA mostra que a presidente é séria concorrente a tirar os sapatos no aeroporto de Washington. Ou de New York. O voto do representante brasileiro no Conselho de Direitos Humanos da ONU sobre a questão síria foi sintomático. Votando sistematicamente a favor do governo legítimo de Bashar Al Assad, o governo virou e votou com os EUA, contra o presidente da Síria.
É óbvio que Dilma não vai aprender nada com o não que o povo grego deu à banca internacional. Uma auditoria cidadã da dívida nem pensar. “Dilma bolada” está em alfa, imaginando-se presidente da República. De direito o é, de fato não.
Culpar a oposição? A mídia? As manobras golpistas que envolvem a Polícia Federal e o Judiciário na pessoa de um juiz irresponsável, Sérgio Moro? Bobagem. Criticar é uma coisa, culpar é outra. Desde o primeiro momento sabia que seria assim.
Joga suas bases reais, o PT e o PC do B às feras. Vira-se gradativamente contra seu criador, Lula, numa repetição de situações idênticas ao longo da política brasileira.
Dilma quer que o BRICS se atenha a questões econômicas e não políticas. Desvirtua o projeto dos países que formam o grupo. Vale dizer, se afasta dos reais propósitos do BRICS e cai nos braços neoliberais do FMI e do Banco Mundial. Traz de volta a tutela norte-americana sobre o Brasil e no acordo de isenções aduaneiras, previsto para vigorar a partir de 2016, recoloca na ordem do dia a ALCA.
Dá a impressão que quer chupar cana e assobiar ao mesmo tempo. Não é bem assim, é só impressão.
Boa parte do que foi discutido com Obama nos EUA, com Condoleezza Rice e o carrasco Henry Kissinger, não veio à tona. Uma delas, voltar as costas ao governo de Nicolas Maduro na Venezuela. Está encantada por ter andado no carro do futuro, projeto pelo Google, empresa dominada pela CIA, o serviço de inteligência dos EUA.
Ter sido espionada em sua intimidade de presidente e mulher é mero detalhe. Não se preocupa com isso. Os brasileiros pagam a conta das chantagens norte-americanas.
É autismo político, doença comum a figuras de menor porte guindadas a posições de maior relevância. Há quem diga que não termina o governo, vai depender do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e do jogo do TCU (Tribunal de Contas da União). Há quem diga que termina “mancando”, numa definição perfeita.
Forças populares se unem. Sindicatos, partidos à esquerda, movimento social na tentativa de se contrapor ao golpismo em andamento.
O Brasil de Dilma, nesse momento, deixa de ser uma incógnita para ser uma certeza que a presidente está dando guinadas à direita e se supõe acima do bem e do mal.
É “Dilma bolada”, com a cara enfiada num buraco onde só enxerga estrelas e não percebe que do lado de fora estão os carrascos do processo democrático brasileiro.
São os trabalhadores brasileiros cercados e à mercê dos piores bandidos da política. As elites? Têm água com descontos em São Paulo e ainda recebem dividendos.
Esse “bolada” de Dilma, no duro mesmo, é bem diferente do que imaginam, ou pretendem fazer crer. Nem parte do PT agüenta mais. Nem Lula.