Um reconhecimento a Fidel Castro, máximo inspirador da obra humana que constitui o atendimento em Cuba às crianças ucranianas e seus familiares, prejudicados pela catástrofe nuclear de Chernobyl, foi entregue durante o ato pelo 20º aniversário da chegada a Cuba dos primeiros menores prejudicados.
O primeiro vice-presidente dos Conselhos de Estado e de Ministros, José Ramón Machado Ventura, recebeu a distinção das mãos do diretor do Programa na cidade de Tarará, doutor Julio Medina.
No próprio ato, o ex-presidente da Ucrânia, Leonid Kuchma, anunciou a entrega a Fidel da Ordem ao Mérito de Primeiro Grau; e ao presidente Raúl Castro a Ordem do Príncipe Yaroslav o Sábio, de Primeiro Grau.
Kuchma impôs distinções ao ministro da Saúde Pública, José Ramón Balaguer, e a outros médicos, diplomatas e colaboradores que contribuíram com a consecução bem-sucedida deste programa.
Ao encerrar o ato, Balaguer manifestou que o programa de atendimento a estas crianças é um exemplo do que pode fazer um povo que, sem ter grandes riquezas materiais, tem a grande riqueza espiritual de ter sido educado na solidariedade, na entrega incondicional e no amor a outros povos.
Lembrou o ministro que os anos do período especial, a desintegração da União Soviética, o recrudescimento do bloqueio, não afetaram o espírito solidário e humano de nosso povo, e continuamos desenvolvendo o programa de acordo com as possibilidades existentes.
Disse que naqueles anos difíceis da década de 1990 foi quando este programa recebeu mais crianças. Foram atendidas mais de 300 crianças com doenças hematológicas, fundamentalmente leucemia, 136 com diferentes tipos de tumores, e se realizaram 14 operações complexas de coração, dois transplantes de rim, seis de medula óssea, e outras.
Balaguer avaliou que as vítimas dessa catástrofe tratadas em Cuba encontraram também o consolo e o amor, e reconheceu o trabalho daqueles que nestes 20 anos trabalharam em função de oferecer um serviço excelente, os trabalhadores da saúde, da ciência, dos serviços, da gastronomia, da cultura, todos em função dessas 25.457 pessoas, deles 21.378 menores, que levarão para sempre em seus corações a marca inapagável da amizade entre os povos da Ucrânia e de Cuba. •
Declaraço das mães ucranianas
NÓS, as mães das crianças afetadas pela catástrofe de Chernobil e o Fundo Internacional de Chernobil, dirigimo-nos a todas as pessoas de boa vontade da terra: sejam receptivas a nossas palavras porque nossas palavras provêm do mais fundo do coração materno.
Para uma mãe a maior desgraça na vida é a doença do filho. Quando no ano 1990 Cuba e o Comandante Fidel estenderam a mão de ajuda às crianças ucranianas doentes, não pudemos deixar de valorizar esta façanha do povo cubano e queremos declarar a todo o mundo que não existe uma ação mais humana com relação a crianças doentes que o Programa ucraniano–cubano "Crianças de Chernobil".
Agradecemos com todo o nosso coração ao imenso povo cubano, a seus sábios dirigentes Fidel Castro, que materializou este Programa, e a Raúl Castro, que agora assumiu sua direcção, tudo o que eles fizeram pelas crianças ucranianas afetadas pela catástrofe de Chernobil.
Existem coisas na vida que não se vendem nem se compram com nenhum dinheiro: a amizade, a ajuda mútua e o apoio nos minutos difíceis, e isso é o que une firmemente agora os povos cubano e ucraniano.
Nós confiamos em que a voz sincera e justa das mães ucranianas será escutada pelos povos do mundo todo.
E queremos declarar que não há um país mais livre do que Cuba, que em todo o mundo é conhecido como a Ilha da liberdade e onde nunca e sob nenhuma circunstância foram violados os direitos humanos.
Nós, as mães ucranianas, de todo o coração agradecemos ao povo e ao Governo da República de Cuba pelo tratamento de nossas crianças e esperamos que a sombra escura de Chernobil desapareça para sempre e que a amizade entre dois grandes povos perdure eternamente.
Viva Cuba, viva Ucrânia!