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131215 china africaChina - O Diário - [Carlos Lopes Pereira] A China continuará a ser o principal parceiro comercial da África e, com as suas opções de não-ingerência e de cooperação com reciprocidade de vantagens, um amigo leal dos povos africanos.


A China e a África concordaram em reforçar as suas já excelentes relações políticas e económicas, elevando-as ao nível de uma «associação estratégica integral de cooperação».

Durante a cimeira do Fórum de Cooperação China-África (Focac), em Joanesburgo, a 4 e 5 deste mês, o presidente Xi Jinping anunciou mais investimentos e previu uma nova era de cooperação. O fórum, criado há 15 anos, agrupa a China e 50 dos 54 países africanos e a sua organização continental, a União Africana.

Estes laços de amizade são antigos e remontam aos anos 60 do século XX, com o auxílio de Pequim à luta de libertação nacional dos povos africanos. Para o aprofundamento dessas relações, o dirigente da segunda maior potência económica mundial sugeriu agora fortalecer «cinco pilares importantes».

Um primeiro pilar tem a ver com a aceitação dos princípios da igualdade política e da confiança mútua. Jinping, citado pela agência noticiosa Xinhua, enfatizou que «a China acredita firmemente que a África pertence ao povo africano e que os assuntos africanos devem ser tratados pelos africanos».

No plano económico, a China e a África devem continuar comprometidas com a cooperação mutuamente vantajosa, centrada nesta fase na capacidade de produção, na construção de redes regionais de transporte e na industrialização.

No âmbito cultural, a China e a África, «ambas com uma antiga e esplêndida civilização», devem conhecer-se melhor e concentrar-se no intercâmbio entre jovens, mulheres, grupos de peritos, organizações mediáticas e universidades.

Um quarto pilar é o da segurança. As duas partes vão cerrar fileiras neste sector e a China apoia a África «na resolução dos problemas africanos à maneira africana» e está pronta para ajudar o continente a melhorar a capacidade de salvaguardar a paz e a segurança.

Por último, Xi Jinping apelou à unidade e coordenação sino-africana nas questões internacionais e na defesa conjunta dos interesses comuns. E assegurou que a China continuará a pugnar por um maior peso da África no cenário mundial.

Um amigo leal dos povos africanos

Para alargar a cooperação com a África, a China vai concretizar nos próximos três anos uma dezena de programas.

O maior pacote abrange as áreas de industrialização, modernização agrícola, infra-estruturas, serviços financeiros, desenvolvimento verde, comércio e facilitação de investimentos, redução da pobreza, saúde pública, intercâmbio entre pessoas e paz e segurança.

A China concederá 60 mil milhões de dólares em apoios financeiros. A soma inclui cinco mil milhões em subvenções e empréstimos sem juros, 35 mil milhões em empréstimos a taxas preferenciais e créditos para exportação, cinco mil milhões em capital adicional para o Fundo de Desenvolvimento China-África, outros cinco mil milhões para as pequenas e médias empresas africanas e, ainda, 10 mil milhões como capital inicial de um fundo de cooperação para incrementar a capacidade de produção.

Procurando responder à necessidade de pessoal qualificado, os chineses criarão vários centros profissionais e escolas regionais visando a preparação de 200 mil técnicos africanos, ao mesmo tempo que proporcionarão a formação de 40 mil quadros na China.

Sobre a redução da pobreza, serão lançados 200 projectos e programas especiais centrados nas mulheres e crianças. E Pequim perdoará ou reduzirá algumas dívidas dos países africanos menos avançados.

Para ajudar a África a acelerar a modernização agrícola, a China levará a cabo projectos de desenvolvimento agrícola e elevação do nível rural em 100 aldeias africanas, enviará 30 equipas de expertos agrícolas e estabelecerá um mecanismo de cooperação entre institutos de investigação agrícola das duas partes.

Quanto ao sector de segurança, a China oferecerá uma ajuda de 60 milhões de dólares à União Africana para operacionalizar uma força militar permanente com capacidade de resposta imediata a crises.

À margem da cimeira de Joanesburgo, Xi Jinping manteve encontros com os seus homólogos da África do Sul, Jacob Zuma, o anfitrião, e do Zimbabwe, Robert Mugabe, que encabeça a União Africana, e com os presidentes de Angola, José Eduardo dos Santos, e de Moçambique, Filipe Nyusi, entre outros.

O anúncio do aprofundamento das relações entre a China e a África foi recebido com satisfação pelos dirigentes africanos, preocupados com os efeitos do «abrandamento» da economia chinesa e da queda dos preços das matérias-primas.

A China continuará a ser o principal parceiro comercial da África e, com as suas opções de não-ingerência e de cooperação com reciprocidade de vantagens, um amigo leal dos povos africanos.

*Este artigo foi publicado no “Avante!” nº 2193, 10.12.2015


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