O pretexto era a suposta ameaça que pesava sobre cidadãos norte-americanos, que viviam na nação caribenha, provinda de um regime marxista. Havia em Granada cerca de mil norte-americanos à época, muitos deles estudantes da escola de medicina da ilha. Em pouco mais de uma semana o governo de Granada foi derrubado.
Os norte-americanos atacaram a ilha pela manhã, em duas frentes. Cerca de 500 fuzileiros pularam de paraquedas no Aeroporto de Ponta Salina, próximo à Saint George’s, capital da ilha, que estava sendo construído por cubanos e franceses e havia sido apontado por Reagan como um futura base para aviões cubanos e soviéticos, acusação repetidamente negada por Bishop.
Outro grupo, de cerca de mil boinas-verdes, tomou o Aeroporto das Pérolas, no norte da ilha, o único operacional de Granada. Depois, cerca de 300 homens, a maioria da polícia e de exércitos das seis ilhas da região que participaram da invasão, desembarcaram no aeroporto.
A invasão dos EUA à pequena ilha de Granada teve como principal motivo, segundo Washington, o golpe de estado efetuado pelo líder do Movimento New Jewl, Maurice Bishop, que destituiu Eric Gairy do poder para estabelecer um governo marxista-lenista, alinhado à URSS e à Cuba. Foi o início de um grande trauma, porque Bishop, que tinha ganho simpatia de uma boa parte da população, graças nomeadamente aos seus programas sociais, foiderrubado por uma facção radical do seu partido dirigida por Bernard Coard e assassinado em 19 de outubro de 1983 com oito dos seus ministros e partidários.
Washington via no novo governo de Granada, uma ilha de parcos 344 km2, menos de 80 mil habitantes e menos de 800 milhões de dólares de PIB, uma potencial ameaça ao seu território. Apesar de países como o Reino Unido e o Canadá terem se posicionado contra a invasão norte-americana, isso não freou Reagan. Após a invasão dos norte-americanos, o governo de Coard entrou em colapso e foi substituído por outro, aceito pelos EUA. O governador geral de Granada, Paul Scoon, nomeou então um novo governo e, em meados de dezembro, as forças dos EUA retiraram-se da ilha.