Foto de Vilaweb - Manifestaçom a 19/10 em Barcelona.
Um mês e uma semana depois de umha das maiores manifestaçons de sempre na Europa, que juntou quase dous milhons nas ruas de Barcelona em favor do direito a votar sobre a independência do Principado da Catalunha, dúzias de milhares de pessoas (110,000 segundo a Guarda Urbana) regressárom ao centro da capital catalá.
Desta vez, foi para exigir passos em frente ao governo autónomo, a Generalitat da Catalunha, chefiado por Artur Mas, que após meses defendendo a celebraçom de um referendo sobre a independência no vindouro 9 de novembro, sempre arrastado polo estado de opiniom na sociedade catalá, parece recuar perante a proibiçom espanhola. Nesse recuo, a CiU de Mas tenciona lançar umha consulta descafeinada e de caráter quase-festivo, cuja natureza nom permitirá tirar conclusons legítimas para umha eventual declaraçom de independência. Sempre segundo Mas, dita consulta virá seguida de umhas eleiçons plebiscitárias, mas nom se tem concretado nada sobre datas ou sobre o quê fazer a seguir (caso ganharem os partidos pró-independência, haverá declaraçom unilateral de independência?).
Para as dúzias de milhares de manifestantes que assistirom à chamada da Assembleia Nacional Catalá (ANC) e Òmnium Cultural (OC) sob a legenda 'Ara es l'hora' ('Agora é o momento'), o objetivo é claro: manter a pressom sobre Mas (e sobre ERC, que apoia o governo de CiU) e ter as ditas plebiscitárias antes de três meses. Carme Forcadell, Presidenta da ANC, assegurou neste meio dia em Barcelona que "convertiremos o 9-N em mais um ato massivo para o mundo saber que o Estado espanhol nom nos deixa votar. Queremos que o 9-N seja enfrentado como um primeiro turno das plebiscitárias. Nada nem ninguém impedirá que este país seja independiente se assim quigerem a maior parte dos seus cidadaos".
ANC e OC condicinárom o seu suporte à consulta de 9N a que Artur Mas se comprometa a ter um novo Parlamento (talvez com maioria independentista) antes da primavera de 2015. Esse será o Parlamento que, eventualmente, declararia a independência do Principado da Catalunha.
Mas, submetido à pressom popular
Enquanto 90% dos municípios cataláns tenhem apoiado a celebraçom do referendo, 2/3 do Parlamento autónomo apoiam ainda a consulta e, segundo inquéritos de diferentes fontes, mais de 70% da sociedade catalá apoia o referendo, o recurso de Madrid ao Tribunal Constitucional espanhol fez com que Artur Mas acabasse por romper na semana passada o consenso com os partidos pró-soberania nacional na Catalunha (para além da governante CiU e a ICV -ambas com apoio timorato à consulta a todo momento, e sempre a reboque das exigências sociais-, a CUP e ERC), assegurando que a proibiçom espanhola terá conseguido com que nom existiam garantias para dar plena validez democrática à consulta.
Artur Mas tinha procurado esgotar as próprias vias legais espanholas para forçar uma consulta sobre a independência da Catalunha. Agora, e de forma unilateral, propõe uma consulta popular não referendária que não fique ligada à Lei de Consultas;e ao decreto de convocatória, suspensos pelo Tribunal Constitucional Espanhol. Assim, Mas pretende utilizar marcos legais preexistentes para continuar à frente com uma votação, mas rebaixa à vez o seu status legal e forte carga simbólica.
Na sua contra, a crença comumente acetada de que ninguém acreditou nunca que Espanha fosse permitir o referendo e, portanto, nom é um pretexto válido suspender o processo, pois antes deveria avançar com ou sem o consentimento espanhol. De facto, Nesse recuo, a CiU de Mas tenciona lançar umha consulta descafeinada e de caráter quase-festivo, cuja natureza nom permitirá tirar conclusons legítimas para umha eventual declaraçom de independência. Sempre segundo Mas, dita consulta virá seguida de umhas eleiçons plebiscitárias, mas nom se tem concretado nada sobre datas ou sobre o quê fazer a seguir (caso ganharem os partidos pró-independência, haverá declaraçom unilateral de independência?)..
Os anos desde a Transición em que o partido de Mas, sob mandado do seu pai político Jordi Pujol (atualmente investigado por corrupçom), apostou claramente na integraçom da Catalunha no Reino de Espanha, mantendo simplesmente cotas de autonomia mínimas, nom ajudam a credibilidade do President diante de umha populaçom maciçamente comprometida com a soberania nacional, e disposta a demonstrá-lo em frequentes, variadas e massivas manifestaçons.
Em qualquer caso, a enéssima demonstraçom de força do independentismo em Catalunha, parece indicar que o retrocesso de Mas nom terá muita distáncia a percorrer e que a decisom do Povo da Catalunha sobre o seu futuro nacional será tomada, antes ou depois, com ou sem CiU e consentida ou nom pola totalitária Madrid.