Ora, explodir o carro de um dos líderes de uma organização não seria um típico ato de terrorismo?
Não para o imperialismo. Esse só enxerga como terrorista os atos cometidos pelos setores mais fracos contra o seu poderio. Quando é ele mesmo que comete tais atos e geralmente em escala muito maior do que seus inimigos, é chamado de “operação militar” ou “defesa da democracia”.
Israel assassinou o chefe do Hamas, assim como o imperialismo norte-americano assasinou Osama Bin-Laden.
Ambos eram classificados como “terroristas”. Com essa denominação, o imperialismo espera tornar aceitável que eles possam ser executados sumariamente.
O Hamas é considerado terrorista e um desses atos de terrorismo seria atirar foguetes caseiros contra Israel. E essa ação não é gratuita, como faz parecer a imprensa pró-imperialista internacional. O Estado de Israel não apenas expulsou os palestinos de suas terras, jogando-os em um gueto, como realiza um brutal e cruel bloqueio econômico à região em que por enquanto permanecem instalados. Até mesmo barcos com voluntários que levavam ajuda humanitária à região são atacados constantemente por militares israelenses. Em 2010, o ataque levou à morte de nove voluntários.
No entanto, quando Israel, da mesma maneira, lança um míssil matando um dos líderes do Hamas, a ação não é terrorismo, mas sim uma “operação militar”.
Vale lembrar que o Hamas é governo eleito da Faixa de Gaza, o que aumenta a gravidade do crime.
Essa ação, como assassinato de Bin Laden, revelam a farsa da democracia imperialista, que considera legítimo e inclusive louvável o assassinato de pessoas em outros países, sem julgamento, porque as vítimas seriam “terroristas”. O terrorismo se tornou assim um prretexto para todas aquelas ações em que os países imperialistas transgridem totalmente as regras democráticas que dizem defender. O Estado democrático de direito se mostra assim uma ficção que o imperialismo não hesita em ignorar quando lhe é conveniente.