O ataque poderá ocorrer em curto prazo, após a Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, a ser realizada em setembro, quando ao seu final está prevista uma reunião entre Netanyahu e o neofalcão Barak Obama. Na pauta, a chamada "guerra do século XXI" deve ser o centro da reunião, cujo documento denominado "ataque de pavor e choque" "vazou" de altas patentes militares sionistas. Trata-se de mais uma orquestração criminosa no imenso rol de barbáries cometidas pelo cão de guarda raivoso do imperialismo ianque no Oriente Médio. Em caso de um futuro conflito aberto, obviamente Obama encenará uma "oposição" diplomática a esta "iniciativa" sionista, mas orientada a partir das obscuras salas do Pentágono e seus órgãos de inteligência. De acordo com o "plano" de guerra do Departamento de Estado sionista, haveria uma ação coordenada em diversos ataques. Uma primeira fase abarcaria um ataque cibernético com vistas a paralisar completamente o regime político dos aiatolás, o qual teria "hackeados" a rede de internet, a telefonia, rádios, televisão, satélites de comunicação e cabos de fibras óticas, além de "desabilitar" virtualmente o sistema de lançamento de mísseis subterrâneos localizados em Khorramabad e Isfahan, debilitando a capacidade de reação militar deste país. Segundo o documento supostamente "vazado" estaria inclusa a sabotagem da rede elétrica erguida sobre a fibra de carbono, provocando curto-circuitos em cadeia, o que deixaria o Irã praticamente às escuras. Neste período, dezenas de mísseis com ogivas não-convencionais (com alto poder de destruição) seriam lançadas de navios estacionados no Golfo Pérsico, tendo como alvos sinistros as residências dos cientistas nucleares iranianos e as usinas de beneficiamento do urânio. Concluída esta fase, entra em cena o satélite-radar "azul e branco", o qual teria a finalidade de mapear o que "sobrou" da infraestrutura do Irã e assim enviar "drones" para completar o que os bombardeios não atingiram.
No entanto, a consecução de uma operação desta envergadura é muito pouco provável num curto período de tempo, mas é uma hipótese que não pode ser de modo algum descartada, uma vez que tal plano faz parte de uma enorme guerra psicológica de terror e isolamento contra o regime político iraniano que precede a intervenção propriamente dita. Demonstra, não obstante, que fora dos chamados "organismos internacionais" como a ONU, o imperialismo está movimentando secretamente suas peças do intricado xadrez da guerra no Oriente Médio. Contudo, para levar a cabo esta guerra é preciso enfrentar a oposição da Rússia e China que almejam uma transição pactuada para a saída de Assad. De concreto mesmo, são as medidas repressivas profiláticas que o enclave de Israel efetiva contra os palestinos, tal como aparece no relatório chamado "Breaking the Silence" (perseguição, espancamento e prisão de jovens palestinos sem um motivo aparente, servindo para difundir o terror na população), a guerra contra a Síria, na qual Washington introduz mercenários e grupos de extermínio e a ofensiva sobre o Hezbollah voltada para neutralizá-lo através de uma operação de guerra no Líbano, como sequencia da chamada "revolução árabe" conduzida por Washington. Ou seja, a Casa Branca em conluio com Tel Aviv, tem como meta eliminar qualquer indício de resistência "interna" a seus planos de guerra de rapina colonialista na região.
Neste quadro, uma intervenção militar iminente pode acontecer contra o regime de Bashar al Assad como uma possibilidade concreta por parte do imperialismo europeu (França e Inglaterra) face às recentes derrotas dos mercenários "rebeldes" na Síria: "Não estamos descartando nada e temos um plano de contingência para uma ampla série de cenários" (G1, 30/8), advertiu o secretário de Relações Exteriores da Grã-Bretanha, William Hague, passando por cima das decisões do Conselho de Segurança da ONU – tal como aconteceu durante a guerra contra a Sérvia em 1999 quando a população civil foi brutalmente bombardeada pela OTAN, criando zonas de "exclusão aérea" ou de "segurança", a antessala da intervenção militar direta.
Como podemos ver, tanto o imperialismo ianque como o europeu estão movimentando suas peças, organizando uma verdadeira guerra de rapina colonialista contra a Síria e Irã. Diante desta perspectiva, mais do que nunca os países semicoloniais devem apontar suas armas químicas militares (Síria) e nucleares (Irã) para se defender das tropas invasoras contingenciadas pelo inimigo maior dos povos em todo o planeta: o imperialismo. Este combate deve ser o eixo programático dos marxistas revolucionários, em oposição a esquerda revisionista que festeja cada bomba que cai sobre a população síria por intermédio dos atentados terroristas concentrados nas mãos dos mercenários "rebeldes" a serviço da Casa Branca.