"Sobre a base duma questão em aparência técnica, que é como se distribui o espaço radio-eléctrico, foi-nos comunicado que a metade do espaço que ocupa a CCMA há de ficar livre", sinalou Homs, ainda acrescentando "Tínhamos destinados dous múltiplex ou blocos de espaços para emitirmos diferentes canais, e agora um dos dous já não se poderá utilizar. Isto faria passar de oito canais disponíveis a quatro".
O governo catalão acusa o espanhol de unilateralidade na decisão, política, pois "isto vem de muitos meses e tentativas de negociação pela nossa parte, de cartas que nem sequer foram respondidas", disse Homs. Este porta-voz acredita que de se confirmar a decisão implicaria o feche imediato de canais da Televisão da Catalunha, renunciando também à alta definição e à possibilidade de reciprocidade com as Ilhas Baleares e criação dum possível novo canal no País Valencià (todos territórios dos Países Catalães).
Silenciar as vias de comunicação pública é mais uma estratégia para silenciar um povo nos tempos que vivemos. A Rádio-Televisão da Catalunya, popularmente conhecida como "TV3", tem sido desde a sua aparição em 1983 um importante referente social e cultural dos Países Catalães, embora sempre sob o complicado escrutínio espanhol. É, de facto, uma serviço de televisão e rádio muito bem valorado no país e com bastante seguimento, até com fama exterior por causa dalguns dos seus programas de crítica satírica, debate e investigação jornalística.
A manobra de feche total da Rádio-Televisão valenciana, no passado novembro, já fora vista no seu momento como uma ingerência política por parte da Espanha nesta mesma linha. Homs acrescenta: "Por desgraça, o governo espanhol tem credebilidade à hora de fechar canais. São bem capazes. Fazem isso e ficam na mesma. Aquelas cousas que lhes molestam têm tendência de as silenciar. Querem limitar ao máximo a Televisão da Catalunha".
Além disto, o governo espanhol tem sido acusado nos últimos tempos de pretender controlar com fórmulas repressivas as redes sociais, e outras vias de comunicação, em tudo aquilo que pude-se ir na contra do partido no poder – o direitista Partido Popular – ou a favor dos movimentos de libertação nacional dentro do Estado Espanhol, com especial focagem no caso catalão pela proximidade do referendo pela independência deste território, marcado para novembro deste ano.
Com Vilaweb e Nació Digital