Na sua opinião, o jornal virou porta-voz propagandístico que não inspira confiança.

Parry apontou que a posição do jornal se revelou de uma maneira especialmente patente nas resenhas dos acontecimentos de 02 de maio em Odessa. Embora a tragédia de Odessa tivesse ceifado as vidas de mais de 40 pessoas, tornando-se a mais sangrenta depois do tiroteio de 19-21 de fevereiro em Kiev, os jornalistas deste periódico dedicaram o mínimo de atenção a este evento publicando em vez disso vastas reportagens sobre os ataques do exército ucraniano contra os partidários da federalização na região de Donetsk.

Parry aponta que mesmo o jornal The Washington Post, famoso pelas concepções neoconservadoras dos seus redatores, informou honestamente que a Casa dos Sindicatos em Odessa começou a arder quando a multidão de partidários pró-europeus lançou nela cocktails Molotov. O jornal The New York Times nem sequer mencionou isso no seu artigo. Aliás, quem lê este artigo não pode entender quem foi queimado vivo dentro do prédio e quem fez os partidários da federalização ficar por trás das barricadas.

De acordo com o publicista, o jornal The New York Times insufla sistematicamente temas que apresentam a população russófona do Leste do país como "gente má", enquanto que o governo de Kiev, que tomou o poder em resultado de um golpe de Estado, como "gente boa".

Robert Parry tornou-se famoso na década de 80 por causa dos seus trabalhos de investigação para a agência Associated Press. Foi ele quem desmascarou, em particular, os fornecimentos secretos de armas americanas aos "Contras" nicaraguanos e ao Irã, o que lhe valeu o prestigioso prêmio George Polk. A partir de 1995 ele é redator do site ConsortiumNews.com.