"A pátria vale mais que a democracia" é a divisa do general de divisom Juan Antonio Chicharro, adscrito à reserva mas bem ativo na realizaçom de propostas em defesa da unidade obrigatória do Estado espanhol como hoje é.
Foi num ato académico de um clube da extrema-direita sediado na Gran Via de Madrid, diante de juízes, militares, jornalistas e reitores, que o general Chicharro afirmou que "A pátria [espanhola] é anterior e mais importante que a democracia", acrescentando que "o patriotismo [espanhol] é um sentimento e a Constituiçom nom passa de umha lei".
O militar espanhol, no ativo até 2010, justificou a sua participaçom no debate em funçom do que considerou umha "ofensiva separatista-secessionista" protagonizada polo povo e polas instituiçons catalás. Segundo o general, na atualidade existe no exército espanhol um "sentimento generalizado de preocupaçom, temor, incertidom e confusom". Criticou o "ostracismo" da instituiçom castrense, que durante a ditadura franquista ocupou o centor da vida política e institucional espanhola, passando na etapa posterior (a atual) a ser garante da "unidade da pátria", segundo afirma a Constituiçom de 1978.
Chicharro subiu o tom das suas ameaças quando afirmou que "se os responsáveis da defesa da Constituiçom nom se comportarem como a sua funçom requer", isso produzirá um problema que as Forças Armadas deverám dirimir, como de facto já aconteceu noutras épocas da história contemporánea do Estado espanhol, com o resultado de centenas de milhares de mortes e a imposiçom da ditadura militar franquista.
Tal eventualidade chegaria se o PP perdesse a atual maioria absoluta, segundo o general, perguntando retoricamente "O que farám entom as Forças Armadas?". Com os precedentes históricos existentes, nom é difícil adivinhar a proposta de Chicharro.
O público deu umha sonora ovaçom e numerosos "bravos" às palavras do fardado fascista.
Ninguém espera já qualquer puniçom governativa ao militar, que ainda na reserva está obrigado a ater-se à proibiçom de que os militares intervenham publicamente na vida política, nomeadamente defendendo posiçons abertamente fascistas e de violência contra quem defende ideias políticas contrárias às do espanholismo mais exacerbado.
Tanto os governos do PP como os do PSOE sempre admitírom as periódicas ameaças públicas proferidas por elementos da cúpula militar espanhola, sendo esta mais umha numha lista interminável que confirma o caráter escassamente democrático do regime espanhol.