BE
Dezenas de milhares na manifestação contra a NATO
Segundo a organização, mais de 30.000 pessoas desfilam na Avenida da Liberdade em Lisboa, em defesa da Paz e contra a NATO.
O Bloco de Esquerda participou na manifestação com faixas com a palavra de ordem "Portugal fora da NATO" e cartazes contra a NATO.
Em declarações à Lusa, Francisco Louçã disse que a manifestação é uma cimeira da paz, para "responder a uma cimeira da guerra" e salientou: "Quando a NATO se arroga o direito de invadir qualquer país, de instalar uma colónia em qualquer parte do mundo, de promover a guerra através de mentiras, é importante haver uma boa definição [dos perigos que hoje o mundo tem]".
PCP
Grande jornada de luta: povo português contra a NATO
Grande manifestação popular, promovida pela campanha «Paz Sim, NATO, Não», plataforma que integra mais de 100 organizações, juntou mais de 30 mil pessoas, hoje, em Lisboa, em luta contra a guerra, contra a NATO, pela Paz.
CMI Portugal
Crónica da manifestação antimilitarista em Lisboa contra a Nato
Cerca de 30 000 manifestantes desceram a Avenida da Liberdade, debaixo de um dispositivo policial nunca visto, com polícia de operações especiais postada na Rotunda do Marquês e helicópteros sobrevoando a baixa lisboeta.
Milhares e milhares de bandeiras do Partido Comunista Português numa manifestação que ficou marcada pela divisão clara entre movimentos autoritários e movimentos não autoritários em Portugal. O facto da organização desta manifestação ter mostrado um sectarismo absoluto tendo, inclusivé, em comunicado público, considerado a Pagan, Plataforma anti-guerra, anti-Nato, portuguesa, e todas as organizações internacionais antimilitaristas e pacifistas personas não gratas nesta manifestação, revela até que ponto o nacionalismo reacionário desta esquerda chegou. A polícia cumpriu o papel que um estado cada vez mais militarizado e policial lhe reservou.
Iniciado o desfile, na cauda da manifestação, dezenas de activistas antimilitaristas da PAGAN e internacionais desfilaram com todo o aparato bélico nas suas costas e à sua frente a ignomínia de "gorilas" a impedir a sua aproximação, fascização de autoritários, numa Europa onde isto já é raro, todo este preconceito contra o antimilitarismo.
Centenas de anti-autoritários quiseram juntar-se à manifestação, a seguir à Pagan.
A polícia imediatamente estabeleceu uma barreira para os impedir de avançar.
Ouviram-se gritos de "Vergonha!", centenas de apitos, gritos da multidão, activistas da Pagan parados recusando-se a avançar enquanto as pessoas retidas não se juntassem à manifestação...gritos de indignação pela fascização da polícia...não mostrando medo e resistindo conseguiram que a polícia se afastasse e que a manifestação seguisse o seu rumo. Dezenas de panos anti-Nato, anti-guerra, bandeiras anarquistas, tambores, slogans como "Nato terrorista", "A paixão pela liberdade é mais forte que a autoridade!"
"Activistas presos, liberdade já!", palhaços antimilitaristas em perfomances junto da polícia, a solidariedade anti-autoritária no final da manifestação que se prolongou no Rossio, no Largo Camões e em Monsanto, onde os activistas continuam presos, em protesto e exigindo a libertação dos activistas presos esta manhã durante a acção directa não violenta de bloqueio em Cabo Ruivo, à entrada da Cimeira da Nato.
A linha clara entre um nacionalismo balofo e decadente de uma esquerda, anquilosada e fascizante, e um antimilitarismo internacionalista pujante é, sem dúvida, uma das consequências da preparação e realização das actuais Acções anti-Nato, em Portugal.
Pimenta negra
Chefe de Polícia não sabe os crimes que incorrem os activistas pacíficos anti-NATO:
"ora portanto, os crimes em que incorrem são... alterações da ordem pública... e outras coisas que ainda estamos a averiguar..."
Enfim, é a polícia, e está tudo dito. Ou seja, prendem, e logo se verá do que é que se vai acusar, nem que se invente uma incriminação qualquer.
Será isto um Estado de Direito ou um Estado policial?
Protesto pacífico anti-NATO e anti-Guerra no Parque das Nações reuniu dezenas de activistas que com música e faixas em que se lia «Nato game over» procuraram demonstrar o seu repúdio pela reunião em Lisboa dos senhores da guerra e do bloco político-militar mais agressivo e dotado de armamento mais ameaçador para o nosso planeta e toda a humanidade.
Os activistas manifestaram-se pacificamente nas imediações do Parque das Nações, onde decorre a cimeira da NATO no cruzamento da Avenida Infante D. Henriques com a Avenida de Pádua.
Inicialmente, os activistas concentraram-se em cima de um dos túneis, no cruzamento das duas avenidas, fazendo-se ouvir ao som de tambores.
Os manifestantes derramaram tinta vermelha no chão, num acto simbólico daquele que consideram ser o sangue derramado nas acções bélicas da NATO.
O protesto foi simbólico e pacífico, com recurso ao derrame de sangue artificial no chão, simbolizando o sangue das vítimas da guerra.
Além do Portugal, também activistas provenientes de Espanha, Finlândia, Bélgica, Canadá, França, Alemanha, Holanda e Polónia juntaram-se nesta acção não-violenta, exercendo o direito à desobediência civil, para contestar e questionar o militarismo dos senhores da guerra que estão reunidos na Cimeira da NATO.
A polícia que há longo tempo esperava manifestações violentas acabou por intervir para lavar a tinta vermelha que tinha sido derramada no piso da rua e veio a deter 40 activistas que estavam a manifestar-se pacificamente contra a guerra e a morte de mais 70.000 pessoas provocadas pelas forças militares da NATO, o bloco político-militar que escolheu desta vez Lisboa para a realização da sua cimeira que tem como objectivo a aprovação da nova estratégia militar daquela organização.
Os detidos foram encaminhados para as carrinhas do Corpo de Intervenção da PSP.
Apesar do carácter pacífico do protesto, a acção mobilizou largas dezenas de agentes policiais entre elementos do Corpo de Intervenção, da Brigada de Trânsito e polícias à paisanas que não encontraram resistências nem se depararam com actos violentos o que confundiu a polícia, pois esta tinha sido treinada e mentalizada para confrontar-se com actos violentos.
Uma cena irrisória simbolizava toda aquela situação quando um transeunte berrava com a polícia: "Isto não é uma bomba, é um frasco para fazer chichi", refilava o homem que queria atravessar o cruzamento, acabando por conseguir, devido à insistência.
Fonte: informações da imprensa online