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Corrupção Real: Genro do rei espanhol é acusado de criar 510 sociedades para lavagem de capitais

Estado espanhol - Diário Liberdade - 210312_bourbonContinuam as investigações contra Iñaki Urdangarin, marido da filha mais nova do rei de Espanha, Juan Carlos de Bourbon, no processo contra ele que se segue por suposta malversação de fundos públicos, prevaricação, fraude à administração e falsidade documental.


Segundo recentes publicações da promotoria anticorrupção espanhola, depois da análise do relatório apresentado pela Polícia Judicial, Urdangarin, junto a seu sócio Diego Torres e seu assessor financeiro Salvador Trinxet, criaram 510 sociedades comerciais em todo mundo, especialmente em paraísos fiscais, para lavarem dinheiro público, informou La Jornada.

O documento revela que o maridos da infanta Cristina utilizou o Instituto Nóos, fundado em 1999 como entidade sem fins lucrativos, para obter contratos públicos e desviar fundos a paraísos fiscais.

O referido documento afirma que o dinheiro, além de o Estado espanhol, foi parar a empresas fantasmas em Costa Rica, Reino Unido, Belice, Malta, Panamá, Romênia, Antilhas Holandesas, Holanda, Hungria, Portugal, Ilhas Virgens Britânicas, Hong Kong, Chipre, Luxemburgo, Alemanha, Uruguai, Itália, França e Estados Unidos (Wyoming, Delaware, Nova York, Arkansas, Nevada e Oregon).

Nestas provas é que se baseou o magistrado José Castro para argumentar o processamento de Urdangarin e seus colegas.

Grande burguesia ligada à Família Real... privilégios, milhões e corrupção

O esposo da filha menor dos reis espanhóis, obteve este dinheiro através dos bons relacionamentos com autoridades locais e autonômicas, principalmente políticos do Partido Popular (PP). Convém lembrar que Urdangarín é conselheiro da multinacional Telefónica e sua mulher diretora da área social de La Caixa, um importante banco catalão, cargos aos quais acederam diretamente por serem integrantes da Família Real espanhola. Antes disso, foi membro do Comité Olímpico Espanhol, diretor da empresa Octagon Esedos SL, administrador conselheiro de Motorpress Ibérica SA, etc. Tudo a partir de casar com a filha do Rei espanhol, que por sua vez é um dos chefes de estado com maior património do mundo, se bem ele próprio provinha já da grande burguesia basco-espanhola.

Do dinheiro obtido no caso da Fundação Nóos, ao menos 650 mil euros foram enviados a Belice, usando como suporte à Fundação Deporte, Cultura e Integração Social (FDCIS), criada por Urdangarin em 2006, supostamente para ajudar meninos discapacitados.

O Ministério das Finanças também apresentou provas contundentes contra o marido da infanta Cristina. Um relatório que esta instituição forneceu ao juiz José Castro revela que, entre 2004 e 2006, o Instituto Nóos obteve 2,3 milhões de euros do Governo das Ilhas Baleares e mais de 3 milhões de euros do Executivo de Valência.

Desses mais de 5 milhões de euros, 3,2 milhões foram parar a duas empresas de Urdangarin, a Consultoria Nóos (um adendo do Instituto Nóos e Aizoon S.L.)

Precisamente esta terça-feira foi sentenciado a seis anos de prisão Jaume Mata, o ex presidente da comunidade autônoma espanhola das Ilhas Baleares (1996-1999 e 2003-2007) e ex ministro de Ambiente do conservador José María Aznar (2000-2003).

Mata foi acusado de fraude à Administração, de falsidade em documento oficial, falsidade em documento mercantil, prevaricação, malversação e tráfico de influência. Entre outras coisas, foi condenado por ter beneficiado com dinheiro público o jornalista que lhe escrevia os discursos, Antonio Alemany.

Justamente Mata esteve à frente do Governo balear quando foram enviados fundos desta administração para o Instituto Nóos de Urdangarin.

"Não vou ser o único da família que não se dedique aos negócios"

O Rei e atual chefe do Estado espanhol não se pronunciou sobre o caso Urdangarin. Até o momento, o único que Juan Carlos I fez é proibir a participação de sua genro em atos oficiais, segundo um anúncio feito público por Rafael Spottorno, o chefe da Casa real. Também falou indiretamente do assunto em seu discurso de Natal, em dezembro de 2011, afirmando que "qualquer atuação censurável deverá ser julgada e sancionada consoante a lei. A justiça é igual para todos".

Durante as declarações feitas à promotoria anticorrupção no final de fevereiro, Urdangarin assinalou que o Rei lhe pediu em 2006 que rompesse relacionamentos com o Instituto Nóos, depois de conhecer a existência de milionários contratos com os governos das Ilhas Baleares e Valencia, supostamente para organizar eventos esportivos. Nessa altura, Urdangarin respondeu, segundo algumas informações jornalísticas, que ele não iria ser "o único da família que não se dedicasse aos negócios".

Com La Jornada, Aporrea e Diagonal.


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