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Manuel Fraga, mais um fascista que consegue evitar a justiça e morre na cama

150112_fraga_franco2Estado espanhol - Diário Liberdade - Manuel Fraga Iribarne, ministro do ditador e genocida Francisco Franco e autoafirmado como franquista até o fim da sua vida, conseguiu contornar com a morte as açons legais que na Argentina tentavam chegar a julgá-lo polo seu papel ativo durante a repressom na ditadura.


Foto 1: Aperto de maos entre um jovem Manuel Fraga e o velho ditador Francisco Franco.

Foto 2: Manuel Fraga fazendo o saúdo romano adotado polo movimento fascista em todo o mundo.

Nos seus últimos anos, desde 2006, Fraga foi senador por votaçom unánime do Parlamento autónomo galego (PP, PSOE e BNG), depois de também ocupar a presidência da Junta da Galiza entre 1990 e 2005.

Contodo, o seu importante papel no cenário político-institucional espanhol partia de tempos da ditadura fascista que se seguiu ao golpe militar e à guerra provocada polos setores mais poderosos e reacionários do Estado espanhol. Foi nas fileiras do franquismo que se formou este galego de nascença, mas espanhol de vocaçom, que desde logo orientou os seus esforços para atingir postos de responsabilidade em diferentes governos fascistas desde 1962, nom abandonando a política ativa até poucos meses antes da sua morte.

Foi ministro de Informaçom e Turismo nos anos 60 e da Governaçom, equivalente ao atual Ministério do Interior, na década seguinte. Nesse posto, converteu-se no máximo responsável político das mortes de 5 trabalhadores numha greve em Gasteiz (Euskal Herria), ao mandar a polícia franquista atacar a tiros umha igreja ocupada por operários. Os factos nunca fôrom definitivamente esclarecidos nem as responsabilidades apuradas.

150112_fraga_bracoemaltoCom a sua responsabilidade como membro de sucessivos governos franquistas (nos ministérios de Informaçom e Turismo primeiro e da Governaçom depois), aprimorou-se o controlo informativo, a censura e a intoxicaçom contra a oposiçom política; produzírom-se execuçons judiciais e sem julgamento de opositores, como o comunista Julián Grimau ou o estudante opositor Enrique Ruano; torturas, espancamentos brutais e disparos da polícia, Guarda Civil e outros grupos fascistas contra manifestantes e militantes de esquerda, em várias ocasions com resultado de morte, como nos acontecimentos de Montejurra. Também máquis como o PIloto, morto pola Guarda Civil em 1965, e apoiantes da guerrilha antifranquista galega fôrom executados, torturados e detidos por governos franquistas com presença de Manuel Fraga.

Franquista até o final, "reabilitado" polos partidos do atual regime monárquico espanhol

Firme defensor do franquismo e da linha dura anti-aberturista durante a Transiçom que se seguiu à morte do general, nom deixou de estar colado à institucionalidade em cada momento até a sua morte, aos 89 anos. Em 1979 fundou Alianza Popular e dirigiu durante anos a principal força institucional da direita espanhola, até se converter no atual Partido Popular em 1989, à frente do qual foi sucedido polo também ultra José María Aznar.

Na Galiza, ocupou o posto de presidente da Junta com sucessivas maiorias absolutas e um férreo controlo informativo dos meios de comunicaçom públicos, aplicando políticas reacionárias em todos os ámbitos competenciais da autonomia, reivindicando a espanholidade da Galiza e, ao mesmo tempo, jogando a carta do regionalismo para neutralizar qualquer alternativa conservadora de caráter galeguista. Para isso, conseguiu tecer umha densa rede de poder local, comarcal e provincial de elementos ao seu serviço, cooptando em simultáneo os meios de comunicaçom privados com dinheiro público e contando sempre, como "aliada natural", com a reacionária hierarquia da Igreja Católica. O "fraguismo" foi na Galiza a etapa do incremento das agressons urbanísticas, das minicentrais e dos eucaliptais espalhados por todo o território, da nefasta gestom da maré negra do Prestige, da folclorizaçom da língua e da cultura, do anestesiante "bilingüismo harmónico" que abriu o caminho para a atual ofensiva abertamente espanholizadora protagonizada polo seu partido...

Tal como aconteceu ao seu admirado Augusto Pinochet, nos últimos dias da sua vida viu como era no estrangeiro, na Argentina, que se davam passos no ámbito jurídico para tentar que chegasse a ser julgado polos crimes de que foi corresponsável. Porém, tal como o ditador chileno, morreu antes de que pudesse concretizar-se a puniçom correspondente, graças à total reabilitaçom recebida por parte do regime monárquico que se seguiu à ditadura franquista.

Na atualidade, todos os grandes partidos do regime espanhol defendem a figura de Fraga como um "reformista" que, partindo das entranhas do franquismo, se converteu em redator da Constituiçom (pseudo)democrática de 1978. Todos eles preferírom esquecer nom só o seu passado, como também o facto inegável de que nunca condenou e mesmo defendeu até o final a criminal ditadura do seu pai político: o assassino Francisco Franco.

Lamentavelmente, devemos incluir entre esses partidos o galego BNG, que se apressou já a "lamentar" a morte de Manuel Fraga e a transmitir as condolências ao Partido Popular, evitando expressamente qualquer juízo da sua nefasta figura histórica como franquista e repressor.


Concluímos com o vídeo da atuaçom do cantor catalám Lluís Llach, denunciando a impunidade de Fraga e dos restantes responsáveis institucionais do assassinato policial de 5 trabalhadores em Gasteiz, e cantando "Campanades a morts", dedicada às vítimas daqueles assassinatos protagonizados pola polícia de Manuel Fraga. (Nom nos foi possível encontrar a traduçom para a nossa língua da letra em catalám desta mítica cançom catalá)


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