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Corrida brasileira ao pré-sal angolano

301211_angolaAngola - Visto do Pico - Por estes dias há uma notícia interessante na imprensa, aparentemente a Petrobrás ira iniciar a perfuração exploratória do pré-sal no sudoeste atlântico já no ano que vem.


Em consequência de uma série de contractos assinados com diversas companhias internacionais para a exploração de 32 000 km2 nas águas de Angola, a estatal brasileira prepara-se para tomar a liderança. Alguns media escrevem como se a existência de petróleo e gás fosse quase uma certeza, mas na realidade pouco se sabe sobre a região. Incluído nos contractos assinados está a demanda de levantamentos sísmicos tridimensionais dos blocos em questão.

Não é fácil interpretar esta corrida à costa leste africana, enquanto em águas brasileiras o potencial do pré-sal está ainda por conhecer completamente. É possível que a Petrobrás esteja acima de tudo a tentar afirmar a sua liderança técnica no que toca à produção submarina de petróleo e gás a altas profundidades. Em segundo lugar estará decerto a confiança que os engenheiros brasileiros têm em encontrar condições geológicas muito semelhantes àquelas da costa brasileira. E por fim talvez haja o intuito de manter um visão de longo prazo, isolando a actividade exploratória de incertezas económicas ou variações de preço; o petróleo continuará a ser uma energia muito difícil de substituir.

Vale também a pena ponderar nas somas envolvidas. Só a Petrobrás irá investir mais de 200 mil milhões de euros em actividades exploratórias nos próximos três anos. Este valor é de ordem de grandeza semelhante ao produto interno bruto anual de Portugal. Não se pode evitar pensar que tais somas aplicadas (mesmo que parcialmente) à exploração de estratos geológicos incertos e complexos como o pré-sal atlântico poderão indicar algo de muito profundo quanto à viabilidade das companhias internacionais de petróleo a longo prazo.

Por fim será de notar que este é mais um pequeno passo na emergência do Brasil como potência dominante no hemisfério sul. Não apenas no petróleo e gás, mas também na agricultura, o Brasil tem vindo a impor a sua experiência técnica e capacidade de investimento. A facilitar este domínio está o facto dos dois países com melhores perspectivas nestas indústrias na África sub-sahariana serem membros da CPLP. Todos os oito países desta comunidade tem jurisdição sobre partes relevantes dos Oceanos em em todos eles actividades exploratórias terão lugar na próxima década. A Petrobrás e o Brasil desempenharão certamente um papel central em quaisquer desenvolvimentos que daí advenham.


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