Milhares de estudantes chilenos voltaram às ruas nesta quinta-feira, em Santiago, em novo protesto por melhorias na educação pública. “E vai cair, e vai cair, a educação de Pinochet”, voltaram a gritar os cerca de 150 mil jovens, que responderam ao apelo da Confech (Confederação de Estudantes do Chile). A governadora de Santiago, Cecilia Pérez, estimou a participação na manifestação em 60 mil pessoas.
"É uma manifestação massiva que vai além de nossas expectativas", disse o líder estudantil Giorgio Jackson, que liderava uma das colunas de manifestantes. Com a grande mobilização, os estudantes mostraram cabalmente que o movimento não está desgastado. A manifestação foi vista como uma prova da força contra o governo, e esteve ao nível dos maiores protestos estudantis de Junho e Julho.
O diálogo entre os estudantes e governo está suspenso, depois de o Executivo ter rejeitado quatro condições exigidas pelo movimento estudantil para abrir uma mesa de negociações que resolvesse o conflito.
Ao longo do ano, de acordo com o governo, os estudantes chilenos realizaram 35 manifestações em Santiago para exigir o fortalecimento da educação pública, num país que conta com um dos sistemas educativos mais segregados do mundo, produto das reformas liberais impostas pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).
A manifestação foi pacífica, mas no final, durante um concerto musical que a encerrou a polícia atacou com bombas de gás lacrimogéneo e jatos d'água para dispersar os jovens. Seguiram-se confrontos entre estudantes e polícias, que acabaram com 50 detidos "por desordens graves".