Milhares de manifestantes papus pediram nesta semana a organização dum referendo de independência para Papua Ocidental, território sob controle da Indonésia desde 1963. O independentismo papu denuncia que as riquezas do território são espoliadas pelo Estado indonésio e que a autonomia concedida a Papua Ocidental há dez anos dá-lhe muito pouca margem de autogoverno.
A oficialista Jakarta Post admite que foram vários milhares os papus que percorreram as ruas de várias cidades de Papua Ocidental para denunciar a anexação do território na Indonésia em 1969 e para reclamar às Nações Unidas a organização dum referendo de independência. O New York Times recolhe que as marchas se desenvolveram diante de uma forte presença do exército e da polícia.
As manifestações coincidiram com a celebração, em Londres, de uma conferência sob os auspícios dos Advogados Internacionais por Papua Ocidental (International Lawyers for West Papua, ILWP), uma organização que procura uma via legal para conseguir a autodeterminação do território.
Apesar que a potência colonial de Papua Ocidental (os Países Baixos) primeiramente tinham de conceder a independência ao país, finalmente aceitou que a Indonésia exercesse o controlo. Em 1969, a Indonésia organizou um referendo onde só participaram um milhar de pessoas. Desde a década de 1970, o movimento papu tem tentado conseguir a independência, incluindo a via armada, empregada pelo Movimento por uma Papua Livre (Organisasi Papua Merdeka, OPM).