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DCE da PUC/RS agride mulheres estudantes da oposição estudantil durante eleições do 52º CONUNE

150611_puc_rsBrasil - Diário Liberdade - [Luka] Na última segunda-feira a noite (13) a PUC/RS foi palco mais uma vez da intransigência do Diretório Central dos Estudantes (DCE PUC/RS) desta universidade. Duas estudantes foram agredidas pelos membros da atual gestão do DCE PUC/RS ao questionarem a legitimidade das eleições de delegados ao 52º Congresso da UNE (Conune). Paola Piumato e Tábata Silveira fazem parte do Movimento 89 de Junho, recém articulado por conta de diversas irregularidades ocorridas durante o processo eleitoral do 52º Conune na PUC/RS e estavam dentro da sala da atual sede da entidade questionando a lisura do processo tocado pelo DCE quando foram agredidas por membros da direção da entidade.


A estudante de psicologia Gabi Hammerschmitt conta que a atual gestão da entidade havia impugnado 3 chapas de delegados, com cerca de 52 pessoas cada, do processo eleitoral, porém em momento algum apresentou documento ou justificativa para que as chapas fossem impugnadas. A estudante conta que as chapas impugnadas seriam todas de grupos opositores ao grupo que está na gestão do DCE há mais de 20 anos.

Os estudantes indignados com as ações do diretório acamparam nos dias 8 e 9 de junho na PUC/RS por democracia na universidade e no DCE quando a reitoria da universidade pediu a reintegração de posse contra os manifestantes e a juíza responsável pela concessão da reintegração encaminhou que poderia ser usado de força para remover os estudantes do acampamento.

As eleições do Conune estavam marcadas para se realizarem ontem, mas quando os estudantes chegaram no local na sede da entidade não havia urna e nem material das chapas aptas a participarem do processo na PUC/RS. A estudante de Serviço Social Paola Piumato – uma das estudantes agredidas – conta que um dos integrantes do DCE tentava fechar a ata das eleições sem a presença de representantes das chapas aptas ao processo quando a estudante sentou em cima da urna para que a fraude não continuasse.

A estudante Paola Piumato conta que dentro da sala do DCE estavam 3 meninas e 1 menino, além de 3 membros da atual gestão do DCE PUC/RS e mais 2 seguranças privados do DCE. Segundo ela na hora em que as luzes foram apagadas a urna em que estava sentada foi jogada pra longe e ela começou a se espancada pelos membros do DCE e também foi abusada sexualmente pelos agressores. Paola acredita ter sido agredida não apenas pelos membros da entidade presentes na saleta, mas também pelos seguranças terceirizados do diretório.

A sala em que as estudantes foram agredidas foi fechada pelos seguranças do DCE e para a estudante os seguranças da universidade foram coniventes com a situação, em entrevista à Rádio Guaíba a outra estudante agredida, Tábata Silveira que cursa direito, disse que um dos seguranças da PUC/RS iria depor à favor das agredidas, agora a noite Paola contou que os seguranças informaram à advogada das estudantes que não iriam mais depor, pois não tinham visto nada.

As estudantes fizeram Boletim de Ocorrência e os agressores haviam saído da PUC/RS algemados, entretanto eles não estão presos e o caso deve ser acompanhado pela delegada Flávia Faccini da Delegacia da Mulher de Porto Alegre e pela Secretaria Estadual de Política para Mulheres do Rio Grande do Sul e foi enquadrado como violência contra mulher.

A direção nacional da UNE soltou nota onde repudia as ações da gestão do DCE da PUC/RS, porém até o fechamento desta matéria não conseguimos conversar com ninguém da direção nacional da UNE para saber se o processo eleitoral da PUC/RS seria impugnado e quais outras medidas a entidade tomaria frente os abusos realizados na universidade.

Os estudantes do Movimento 89 de Junho devem continuar as manifestações contra o DCE, hoje está marcado o velório da entidade e também uma assembleia estudantil para determinar os rumos do movimento frente aos últimos acontecimentos. Amanhã está marcado um ato em repúdio a violência contra mulher.

Mais de 20 anos grupo se perpetua no poder

A atual gestão do DCE da PUC/RS faz parte de um grupo que está, segundo as estudantes, há mais de 20 anos a frente da entidade e não é a primeira vez que há conflito entre a oposição e a gestão do diretório. Em 2004 houve denúncia de fraude nas eleições para a direção do DCE, um grupo de estudantes foi a Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul (ALERGS) denunciando a então chapa eleita para a direção do DCE PUC/RS de ter usado durante os dois dias de eleição da entidade segurança privada armada.

À época diversos estudantes prestaram depoimentos em sessões da ALERGS sobre o processo eleitoral fraudulento da entidade e posteriormente incluiu-se no processo denuncias de violência física contra os estudantes da oposição ao DCE, ausência da prestação de contas da entidade, proibição de circular pela universidade panfletos ou manifestos em oposição ao diretório. Durante este processo foi mencionado o assassinato do estudante Fábio Borba em 1997 tendo como possível motivação a disputa do DCE PUC/RS.

Foi quando a Subcomissão da CCDH e CECDCT da ALERGS concluiu que as eleições dos Centros Acadêmicos e do DCE não eram livres e nem democráticas, que a Reitoria da universidade interferia nas entidades de representação estudantil, havendo censura prévia feita pela Reitoria às manifestações estudantis e indícios de formação de quadrilha por parte dos membros do DCE PUCRS, configurada pela prática de ameaças, violência e coação física contra os estudantes de oposição, sendo o caso do assassinato de Fábio Borba é relembrado sistematicamente para intimidar seus opositores.


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