O repórter de teleSUR no Médio Oriente, Hisham Wannous, informou neste domingo que em uma zona de Síria fronteira com Israel se registraram quatro mortos.
Assim mesmo, Wannous indicou que "esta jornada de violência de hoje poderá continuar amanhã (segunda-feira) e na terça-feira", sendo provável que número de vítimas fatais aumente ante a repressão militar israelense.
Por sua vez, o Exército libanês anunciou neste domingo que 10 pessoas morreram e 112 resultaram feridas pelos disparos israelenses na fronteira entre Líbano e Israel.
"Apesar das estritas medidas tomadas pelo Exército libanês na região de Marun Ar Ras para acompanhar os manifestantes com motivo da Nakba, as forças do inimigo israelense dispararam em direção dos manifestantes causando a morte de 10 pessoas e feridas a outras 112, algumas de gravidade", assinala um comunicado militar.
"As unidades do Exército foram postas em estado de alerta máxima e se porão em coordenação total com a Força de Nações Unidas (estacionadas no sul de Líbano)", agrega o texto.
Em Gaza, onde também teve manifestações pela Nakba, ao menos uma pessoa morreu e 45 ficaram feridas por disparos de soldados israelenses durante uma marcha para a passagem fronteiriça israelense de Eretz, indicaram serviços médicos palestinos.
Entretanto, nos Altos do Golán, território sírio ocupado desde 1967 por Israel, dois manifestantes chegados da Síria foram mortos, enquanto quatro ficaram gravemente feridos pelos disparos israelenses, indicaram fontes médicas.
Milhares de manifestantes tinham-se concentrado na linha de alto o fogo para o 63 aniversário da Nakba.
Este é o primeiro ano desde 2007 em que as diferentes fações palestinas se unem na faixa de Gaza para organizar atos conjuntos em comemoração dos 63 anos do dia da catástrofe ou do Nakba.
Ataque contínuo
O analista em temas do Médio Oriente, George Zade explicou em entrevista para teleSUR que a repressão do Exército israelense "não é nenhuma exceção, é algo contínuo desde que começaram a invadir a Palestina (...) Os massacres existiram antes da criação do Estado de Israel".
Os deslocados palestinos representam "50 por cento dos refugiados no mundo", indicou, pelo qual "é incrível que a comunidade internacional fale de direitos humanos e tenham freado este tema dos palestinos".
A comunidade internacional "tem que dar um passo da aplicação das resoluções 194 e 3.236 para que os palestinos voltem a seus lares", manifestou o analista.
Em 1948, Nações Unidas estabeleceu uma resolução que dava o direito aos deslocados palestinos para que retornassem a seus lares, no entanto "esta nunca foi aplicada porque Israel sempre se negou", explicou Zade.
Posteriormente, em 1974, criou-se o decreto 3.236 que estabelece o direito inalienável de que "refugiados palestinos retornem a seu território, mas isto também não se cumpriu".
"Negociar o futuro do invasor, os direitos de um povo não são negociáveis", sentenciou.
"Nem Estados Unidos, nem Nações Unidas, nem Israel podem negar o direito à volta dos refugiados palestinos a seu território", manifestou o analista.
A luta do povo palestino pela recuperação de seu território remonta ao século passado.
A invadida Jesrusalém Leste, Gaza e Cisjordânia, que somam ao todo seis mil e 200 quilômetros quadrados, dos cerca de 15 mil que inicialmente pertenciam aos palestinos, foram os únicos territórios que ficaram a este povo depois de que a Organização das Nações Unidas (ONU) decidisse no ano 1948 partir o território para entregar uma parte a Israel.
Em junho de 1967, durante a Guerra dos Seis Dias, Israel invadiu Jerusalém Este, que era atribuída a Palestina. Este território ainda se mantém ocupado com uma persistente e profunda crise humanitária devido às agressões de Tel Aviv.
É mundialmente conhecida, e até criticada por Estados Unidos (EUA), aliado incondicional de Israel, a construção de milhares assentamentos judeus em Jerusalém Este, para o qual tropas e autoridades civis israelenses desalojaram os palestinos residentes pela força.