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Demitiu a cúpula do partido de Mubarak, povo segue na rua

060211_manifestacoesocairoEgito - - Diário Liberdade - [Atualizado 06.02.11 às 11:30]  Ontem demitiu toda a cúpula do chamado Partido Nacional Democrático, o partido de Hosni Mubarak, apesar de que não o fez o próprio ditador.


Hossam Badrawi, identificado como pertencente à ala mais liberal do partido, foi nomeado secretário-geral do PND. Apesar desta reconfiguração do seu partido, Hosni Mubarak não parece disposto a ceder, mantendo-se na presidência.

Para os manifestantes reunidos na praça Tahrir, no Cairo, e em algumas outras cidades egípcias, este poderá, no entanto, constituir mais um sinal de que Mubarak está a ser obrigado a fazer concessões e de que o seu objectivo – a destituição imediata do presidente – estará mais próximo.

No Cairo, o exército tentou desmobilizar os manifestantes pró democracia. O General Hassan El-Rawani, chefe do comando central do exército, dirigiu-se aos manifestantes acantonados na praça Tahrir, instando-os a deixar este local, no entanto, a resposta foi firme: "Nós não vamos embora, ele [Mubarak] é que vai sair". Os manifestantes não desmobilizam nem perante os apelos do exército e nem perante as más condições atmosféricas que se fazem sentir.

Hoje também foram abertos os bancos, por primeira vez desde o começo dos protestos, e o tránsito na ponte Kasr el Nil, um dos principais acessos à Praça Tahrir, centro das manifestações. Estas duas medidas tinham o intuito de fazer a massa popular recuar, dar uma imagem de normalidade inexistente, e recuperar a Praça Tahrir.

No entanto, as e os revolucionários derom mais uma mostra de coragem, e nem as pressões dos militares ontem, nem a apertura dos acessos para provocar o caos na praçafizeram com que os protestos fossem abandonados. Ainda, o número de pessoas que entram à Praça Tahrir não parece sofrer qualquer desceso a respeito dos dias anteriores.

Forças da oposição estariam a falar com o regime para preparar a saída de Mubarak, e mesmo há informações que apontam a negociações para acolher o ditador nos Estados Unidos.

Porém, a única e completa verdade agora é que as massas populares não cederam perante as pressões do regime, e que a derrota de Mubarak é hoje tão imparável como foi desde o começo dos protestos.

Com informações de Esquerda e outros.

Foto: Al Jazeera - As manifestações, hoje por volta das 12:30 -hora do Cairo.


Povo egípcio dá a cara mais um dia

050211_manifestacompovoegipcio[Atualizado 05.02.11 às 15:50] A agressom lançada e coordenada por Mubarak contra as massas, tivo que recuar perante a abafante pressom popular. A freqüência nos confrontos tem diminuido e, ainda que esta noite tenham sido escuitados disparos, a situaçom está, de novo sob controlo completo dos e das manifestantes. Contodo, as barricadas que os e as revolucionárias construírom para se proteger da ofensiva ditatorial ainda estám aí.

Mubarak declarou-se "farto" do poder, mas alegou que nom deixará o seu posto para evitar o caos, o qual nom deixa de ser um pretexto curioso, tendo em conta o número de mortes e feridas que provocou até agora a sua negativa a dimitir.

Ontem, dia 4, repórteres internacionais informárom da que pode ter sido a maior manifestaçom até o momento da Praça Tahrir do Cairo, centro dos protestos contra o regime. Teria sido mesmo maior que a chamada 'Manifestaçom do Milhom', da passada terça-feira. As pessoas nom deixavam de chegar, e as ruas próximas a esse ponto estavam cheias de pessoas com vontade de se achegar para unir a sua voz contra o tirano. Também em Alexandria se produzírom grandes protestos.

Fontes da ditadura informárom de 11 mortes e 5.000 pessoas feridas desde o começo das batalhas nas ruas, terça-feira. As Naçons Unidas falam de que 300 pessoas poderiam ter sido assessinadas desde o primeiro dia de protestos. Um massacre cuja responsabilidade cai sobre o ditador, com um património estimado de 1.700 milhons de euros.

Só como pequeno exemplo, reproduzimos um vídeo que mostra como a polícia do regime atropela de maneira tam brutal como gratuita um grupo de manifestantes:

Apesar da enésima reuniom da multidom contra Hosni Mubarak, o chamado 'Dia da Despedida' –por ontem- polas massas manifestantes, nom fijo o ditador desistir.

Agora mesmo Al Jazeera informa de quantidades imensas de pessoas esperando para entrarem na praça.

As hienas tomam posiçons

A vitória da massa popular é tam clara que tanto internamente como fora do Egipto, os e as que sempre fôrom aliados da ditadura de Mubarak agora nom param de exigir o seu abandono.

Começando polos Estados Unidos, as declaraçons fôrom cinicamente mudando desde o começo dos protestos (Hillary Clinton, terça-feira passada: "O do Egipto é um governo estável") até agora (Hillary Clinton, hoje: "O status quo é insustentável").

No ámbito interno egípcio, ex-ministros e outros altos cargos em diferentes instituiçons começárom a fazer movimentos para estarem bem colocados e o seu apoio ao tirano ser esquecido nas mudanças que virám.

Como dizemos, as hienas tomam posiçons.

Javier Solana: "Mubarak foi um bom colaborador do Ocidente"

O cinismo imperial ocidental foi ontem involuntariamente revelado por Javier Solana, ex-Secretário Geral da OTAN, entre outros altos cargos. Numha entrevista num meio espanhol, preguntárom-lhe: "Mubarak foi um bom colaborador do Ocidente, nom é?", "Sim, Mubarak foi um bom colaborador de Ocidente", respondeu Solana.. Mais adiante acrescentou, para sorpresa da entrevistadora, que no passado "nos precupámos muito pola estabilidade [internacional] e muito pouco polo que acontecia dentro do país".

Também ficárom em evidência ontem os interesses ocidentais em conduzir a situaçom segundo os seus interesses. O pró-ocidental Al-Baradei, nomeado cada dia na mídia comercial ocidental como o "líder da oposiçom", foi descrito ontem polo embaixador do Estado espanhol no Cairo como umha pessoa "muito pouco conhecida no Egipto".

Como era de esperar, estes apontamentos nom tivérom quase acompanhamento, nem mesmo nos meios que os publicárom .

Parálise económica

A paralise económica provocada pola negativa de Mubarak a abandonar, está levando o país a umha parálise económica completa. Falou-se de que começava a haver problemas para ter pam e outras classes de comida, e que, com os bancos fechados desde há 12 dias, as pessoas nom tenhem dinheiro.

Manhá, os bancos abrirám. É parte da "soluçom" do ditador. Em vez de renunciar ao cargo, reuniu-se com o primeiro ministro, o de Finanças, o responsável do Petróleo, o Ministro do Comércio e a Indústria e o Governador do Banco Central.

Sabotagem a conduçom de gás sionista

Umha conduçom que fornecia gas a Israel e a Jordánia foi sabotada esta noite em Al Arish, no Egipto, desconhecendo-se aos ou as autoras do ataque. O subministro foi interrompido e ainda nom se reestabeleceu.

Foto: Protestos de hoje, numha imagem de Al Jazeera.



 

Revolução no Egipto: Praça Tahrir sob controlo das massas revolucionárias

 

030211_egipt[Atualizado 03.02.11 às 21:00] Milhares de manifestantes contra o regime ditatorial permanecem na Praça Tahrir, cenário principal dos enfrentamentos ontem ao meio-dia. Desde ontem de noite, os e as revolucionárias fôrom avançando, com barricadas improvisadas, e fazendo voltar atrás as forças ditatoriais. Chegárom a ficar quase acurralados na praça, mas aos poucos, o avanço da esmagadora maioria popular praticamente derrotou aos e às reacionárias

As forças a favor de Mubarak -compostas maiormente por agentes de segurança contratadas/os, polícia militar, privilegiadas/os do regime ou funcionáriado público obrigado a participar- entrárom ontem ao meio-dia na Praça Tahrir, armados com paus e facas, atacando o povo egício.

Por trás dessa açom, existe agora umha certa unanimidade que aponta às ordens diretas do regime nesses ataques. Estas teses venhem apoiadas por testemunhas no local.

Diversas vozes apontarom um possível objetivo da ofensiva do regime: Por um lado, aponta-se o óbvio interesse dos/as pró-Mubarak em controlar a Praça Tahrir, um enclave simbólico nom só no Egipto, mas mesmo no mundo árabe. Também é obvio o interesse em gerar o medo entre a massa revolucionária.

Polo outro lado, referia-se a possibilidade de o regime estar a preparar um massacre ainda maior. Segundo esta teoria, os pró-Mubarak teriam tentado violentar a manifestaçom das massas –até entom completamente pacífica- para justificar umha intervençom armada do exercito contra a revoluçom, que, no entanto, nom se tem produzido, e nem parece haver signos de ser produzir, ao menos no curto prazo.

Também, hoje fôrom registados disparos dirigidos à massa revolucionária desde as filas ditatoriais.

Mas o fato é que, agora, a situaçom na Praça Tahrir é controlada pola massa revolucionária, e os enfrentamentos com a minoria de Mubarak som já pontuais e isolados, apesar de a polícia ditatorial estar a realizar detençons.

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Mortes e feridas

O Ministro de Sanidade do regime diz que seriam 1.200 as pessoas feridas até agora durante os acontecementos. O número de mortes fornecido pola ditadura egípcia desde os ataques de ontem, é de apenas treze. Porém, os e as médicas no hospital improvisado na Praça Tahrir dizem que, só lá, já contárom dez mortes. Avisam que apenas tenhem meios para atender as pessoas que acodem feridas, algumhas gravemente.

O exército interviu

Ainda, esta tarde o exército interviu –minimamente- por primeira vez desde o começo da batalha de ontem, e foi para afastar as forças a favor da ditadura. As forças armadas egípcias entrárom na zona entre os dous bandos, disparando ao ar e fazendo retroceder depois aos e às ditatoriais.

Ataques à imprensa internacional

Hoje registárom-se inumeros ataques e detençons de jornalistas pola polícia ditatorial. Os e as jornalistas teriam sido liberadas, ou estariam próximas a sê-lo. Porém, nalguns casos, fôrom confiscadas cámaras e outros materiais. Os favoráveis a Mubarak tentam que o mundo nom poda ver o que lá está a acontecer –ou o que pode acontecer ainda.

O ditador teima em ficar: "O Dia do Abandono".

O vice-presidente do regime, Suleiman, assegurou hoje que "Mubarak é o nosso pai", e que os milhons de pessoas que chamam para o Presidente Mubarak ir embora "nom som parte da cultura do Egipto".

A máxima "concessom" feita até agora por Mubarak é um suposto compromisso para nom continuar a partir de setembro. Porém, tendo em conta que o ditador tem 83 anos e padece cáncer, nom é que poda ser considerado um grandíssimo sacrifício.

A situaçom é agora mais calma do que nas últimas horas, e para manhá espera-se umha nova manifestaçom da multidom na Praça Tahrir. Os e as manifestantes falam do dia de manhá como o "Dia do Abandono" de Mubarak. 

 


020211_feridosprotestosmubarakRevolução no Egipto: Forças da ditadura mantêm revolucionários sitiados

 

[Atualizado 02.02.11 às 20:00] Ainda não trascenderam números fiáveis sobre as pessoas feridas ou mortas nos enfrentamentos desta tarde no Cairo.

Do que sim sabemos mais, aos poucos, é de provas que apontam a presença do régime por trás dos ataques que a minoria a favor de Mubarak realizou contra os milhares de pessoas concentradas na Praça Tahrir. Apesar do caos vão trascendendo dados fornecidos pelas moradoras e moradores na zona.

"É um sítio mental! A imagem que recorda é a Praça de Tian'anmen". Disse um manifestante contra Mubarak. Segundos após estas declarações, feitas à Al Jazeera por volta das 19:20, hora local, a televisão estatal começava a avisar repetidamente: "Têm que sair da Praça Tahrir. Temos confirmação de grupos violentos tentando entrar na Praça". Mais uma mostra da perfeita planificação da manobra para tentar parar os protestos.

Testemunhas e vizinhança asseguram que a maior parte das e dos pro-Mubarak som polícias em associação com criminosas e criminosos da zona. Ainda, desde alguns meios aponta-se que entre estas pessoas poderia haver funcionariado público ameaçado pela ditadura e algumas pessoas diretamente beneficiadas pelo regime.

Moradoras nas zonas da contorna da Praça Tahrir informaram que observaram policiais obrigando guardas de segurança a se unir a eles no ataque contra as manifestações. O ataque parecia perfeitamente pensado e planejado.

Ataques organizados

As forças a favor do ditador são muito minoritárias, mas agirom com extraordinária violência esta tarde. Entraram na praça com o objetivo claro de agredir e violentar as pessoas que na altura se manifestavam, entre as quais havia crianças, e o ataque parecia ter um objetivo e planificação elaboradas. Empregaram cavalos e camelos, e levavam paus e facas, enquanto a população revolucionária egícia não tinha arma nenhuma, além das pedras com as que improvisavam a sua defesa. A minoria pro-Mubarak lançou também cócteis molotov contra as massas.

Desde a praça uma mulher dizia: "Queremos sair mas não podemos!". Ainda, houvo ataques físicos a repórters da imprensa internacional e foram confiscadas câmaras.

Atenção às pessoas feridas

Ao acabarem os confrontos, o número de pessoas feridas na praça era indeterminado. Fontes da ditadura confirmaram apenas umha morte e centenas de feridas, mas com certeza os números devem ser maiores. Pelas 20:00 h –hora local-, as ambulâncias não conseguiram ainda acessar o cenário da batalha, onde é necessária assistência imediata para numerosas pessoas feridas, talvez algumas delas gravemente. Foi organizada atenção de emergência no interior da praça.

Tentam atacar de novo

No momento de redigir este texto, as forças a favor do regime ditatorial tentam entrar na praça, e segundo informa Al Jazeera estariam a poucas centenas de metros de consegui-lo. A população revolucionária, que aguenta na Praça Tahrir em menor número do que ontem, tenciona bloquear os acessos para evitar o pior.

Um exercito "neutral"

O exercito mantem uma suposta "neutralidade" e não fez qualquer intervenção nos confrontos. De fato, poucos segundos após o ataque contra o povo começar, retiraram os tanques mais próximos ao que acontecia. Ainda, na sua imensa "neutralidade", a instituição leva horas a repetir aos manifestantes que devem abandonar a luta e voltar a suas casas, alegando que Mubarak já respondeu as suas demandas.

Al Jazeera está a fazer um acompanhamento ao vivo, as 24 h do dia, da Revolução Egípcia. É possível segui-lo (em Inglês) aqui: Acompanhamento ao vivo da Al Jazeera.

No enquanto, Hosni Mubarak continua no seu palácio sem renunciar ao poder que seqüestra contra a vontade popular egípcia desde 1981.

Foto: AFP - Manifestantes contra o Mubarak feridos.


Milhares de pessoas enfrentam-se a pedradas no centro do Cairo

020211_milharesDiário Liberdade - [Atualizado 02.02.11 às 15:00] Milhares de pessoas divididos em dous bandos enfrentam-se a pedradas na praça da Libertação da capital egípcia.

Grupos partidários do ditador levam horas enfrentando-se nas ruas do centro do Cairo aos milhares de pessoas presentes na praça central da cidade, um dia depois da grande mobilização pela demissão de Mubarak, que continua agarrado à presidência do País após quase uma semana de mobilizações e mais de 300 pessoas mortas pela repressão.

O prolongamento do processo insurrecional vivido durante os últimos dias no Egito parece degenerar em confrontos diretos nas ruas entre partidários do ditador e da oposição. O exército mantém a sua "neutralidade" e não está intervindo nos violentos confrontos, que se iniciaram a meia manhã de hoje e continuam neste momento.

Partidários de Mubarak reclamam a presença do canal Al Jazeera, acusando-o de fomentar a revolta popular contra o ditador. Precisamente Al Jazeera está emitindo ao vivo a luta que se desenvolve de maneira caótica no centro do Cairo.

Os confrontos começaram com a chegada de bandos pró-Mubarak à praça ocupada pela oposição, iniciando-se lançamentos de pedras e doutros objetos que já provocaram um número indeterminado de feridos e feridas. Suspeita-se que os confrontos respondam a uma estratégia do governo, que envia os seus segmentos de apoio, beneficiados pela ditadura, contra as massas populares que reclamam a queda do regime.

A falta de desenlace da revolução em curso e a posição intermédia dos estados ocidentais ameaça com degenerar em violência sem controlo, que poderia favorecer a intervenção militar. Se bem todos os analistas dão por encerrado o período ditatorial que durou as últimas três década, a situação não acaba de resolver-se, já que Mubarak diz que vai continuar até setembro no cargo e parte da dirigência da oposição parece reduzir os objetivos uma inconcreta "democratização" harmónica com os interesses do imperialismo.


010211_hosnimubarakTV

Mubarak fala para negar-se a renunciar, a revolução continua adiante

[Atualizado 01.02.11 às 21:50] Hosni Mubarak acabou de falar na televisão estatal. Vai tentar continuar no poder. Esperava acalmar os protestos com as suas palavras, mas parece ter conseguido o efeito contrário.

Tal como se esperava, um Mubarak acurralado, mas que se nega a deixar a sua cadeira apesar da forte oposição popular tentou pateticamente calmar os protestos sem renunciar à sua posição. Foi no seu discurso de há apenas 20 minutos na televisão estatal, cheio de alusões à patria e ao patriotismo, ao seu alegado amor ao Egipto e à "segurança". Foi firme assegurando que está "compromentido a não escapar" da presidência.

O presidente limitou-se a assegurar que deu "instruções para o vice-presidente começar o diálogo com a oposição" para logo criticar esta por se negar a dialogar com o ditador, que tenciona perpetuar-se no poder. Afirmou que não se apresentará às eleições fictícias de setembro, mas não vai deixar a presidência, e de fato teve o descaro de dizer que defenderá "uma transição política do poder dentro da constituição", isto é: dentro da ditadura vigente.

No seu discurso, emitido ao vivo também por Al Jazeera, disse que "morrerei em chão egípcio e serei julgado pela história", no que parece uma referência a que não escapará do país apesar das exigências populares. Também disse que a sua principal missão era "devolver a calma" às ruas e que "desde agora até o fim do seu mandato" seguiria trabalhando. O ditador ainda acrescentou que o povo Egípcio deve decidir entre "o caos ou ele e a estabilidade".

A postura do homem que sequestra o Egipto desde 1981 provocou a imediata reação dos milhares de pessoas concentradas no Cairo. A massa popular até então calma na Praça Tahrir, acompanhou o discurso nos ecrãs instalados no local. Assim que Mubarak deixou de falar, começaram fortes gritos exigindo a demissão imediata do ditador.

Também na Alexandria, a segunda maior cidade do país, o discurso decepcionou a população entre a qual se ouvem nestes momentos vozes dizendo que "vamos morrer nesta praça" se for necessário. Agora escutam-se gritos de "Fora, fora!".

O movimento nas ruas do Cairo e da Alexandria começou aos poucos segundos de o discurso acabar, e as pessoas estão a se organizar para, segundo parece, permanecer na praça por mais tempo. Os ánimos estão muito quentes neste momento.

A arrogância do ditador, que se nega a admitir o inevitável, é ilimitada e não lhe permite aceitar que a sua derrota é já um fato.

Foto: Mubarak durante o seu discurso, em imagens da Al Jazeera. Na direita, a concentração no Cairo.

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Centenas de milhares nas ruas do Cairo na primeira jornada de Greve Geral no Egito

 

[Atualizado 01.02.11 às 13:30] O objetivo é obrigar o presidente Mubarak a se render à evidência: tem que abandonar o poder já.

A oposição juntou centenas de milhares na primeira jornada da Greve Geral indefinida na capital do Egito, reclamando a renúncia de Hosni Mubara, que leva 30 anos exercendo o poder absoluto no país, com o apoio dos Estados Unidos e Israel, seus principais aliados. Porém, não será suficiente com uma simples substituição de Mubarak, deve haver mesmo uma mudança de regime, segundo as demandas opositoras e populares.

O canal árabe Al Jazeera realiza um acompanhamento ao vivo dos acontecimentos e mostra imagens da praça da libertação do Cairo, que mostra uma multitudinária concentração de pessoas já durante a manhã desta terça-feira. Algumas fontes falam de uma eventual marcha sobre o Parlamento, que poderia ser tomado polas massas, se não forem atendidas as demandas da multidão mobilizada.

O conjunto da oposição inclui quatro pontos numa tabela reivindicativa apresentada hoje:

1. Renúncia imediata de Mubarak.

2. Dissolução do Parlamento

3. Elaboração de uma nova Constituição

4. Criação de um Governo de transição que inclua representantes do conjunto das forças opositoras.

Um grupo de intelectuais e pessoas "representativas" seriam as encarregadas de estabelecer mecanismos para o diálogo nacional e ordenar a transição, dando por feito que o fim do regime de Mubarak é irreversível, uma vez que até o exército retirou o apoio a qualquer medida repressiva contra as massas, reconhecendo a legitimidade da luta.

EUA envia marines à embaixada ianque no Cairo

Entretanto, o imperialismo, que joga as suas cartas apoiando os setores mais pró-ocidentais da oposição, não acaba de ver controlada a evolução dos acontecimentos, e já enviou marines para a sua Embaixada no Cairo, segundo o órgão de propaganda imperialista chamado CNN.

Os governos imperialistas insistem em garantir uma transição "ordenada", que assegure a estabilidade dos seus interesses na região, de importância estratégica fundamental. Contra esses planos, só a confirmação do papel das forças operárias, sindicais e de esquerda poderiam garantir a volta ao ideário socialista árabe, verdadeiro caminho para a libertação do povo egípcio e do conjunto da nação árabe.


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Movimento popular egípcio convoca Greve Geral indefinida para esta terça-feira

[Atualizado 31.01.11 às 17:50] O povo egípcio não quer deixar passar o momento para dar cabo da ditadura de Mubarak e incrementa a pressão nas ruas.

O objetivo é levar um milhão de pessoas às ruas da capital, Cairo, nesta terça-feira, numa jornada de greve geral ao cumprir-se o sétimo dia de mobilizações crescentes, que ainda não conseguiram a queda de Hosni Mubarak.

Para dar mais força à jornada, manifestantes de Alexandria vão juntar-se aos do Cairo, numa convocatória dos sindicatos que quer paralisar a atividade no país. De fato, os bancos e parte do comércio levam dias paralisados no meio do movimento insurreccional que percorre as principais cidades do Egito.

Nas últimas horas, ficaram livres vários jornalistas da al Jazeera que tinham sido detidos pela polícia egípcia, diante da cada vez maior pressão popular nas ruas e a parálise do exército.

Os governos imperialistas estão já ocupando posições para a eventual queda de Mubarak, retirando-lhe o apoio e apelando a uma "transição ordenada". Estados Unidos e Israel são os mais interessados em evitar uma deriva anti-imperialista da situação institucional no Egito, consoante as aspirações do povo que ocupa as ruas do país. Também a União Europeia mostra preocupação pelo perigoso exemplo que a revolução egípcia pode supor para toda a região árabe e, portanto, da correlação de forças no palco internacional de um capitalismo mundial em grave crise.


300111_cairoProlonga-se o impasse no Egito, com os tanques e o povo nas ruas da capital

 

[Atualizado 30.01.11 às 21:50] Hosni Mubarak continua mantendo o poder apesar das multitudinárias mobilizações nas principais cidades.

 Enquanto os EUA parecem ter retirado o apoio ao ditador, o "novo" Executivo de Mubarak mantém bloqueada Internet e as emissões de canais como Al Jazeera, sendo também expulsos jornalistas de determinados meios de comunicação do prédio de transmissões na capital. Tudo para tentar deter a sublevação das massas populares egípcias contra o presidente e amigo de Israel, Hosni Mubarak, que mantém uma ditadura de fato há três décadas no país mais populoso do mundo árabe.

Duas lideranças opositoras

O dirigente opositor Mohamed El Baradei parece contar com o apoio da mídia ocidental no que seria, nos seus planos, uma transição ordenada que evite uma ruptura revolucionária com o imperialismo. Por outro lado, a 'Irmandade Muçulmana', poderosa força integrista ilegalizada, fortalecida durante as últimas décadas com políticas assistencialistas e de orientação teocrática, propôs negociações aos restantes setores opositores para unificar a estratégia, visando a sua incorporação ao um possível governo "de concentração" que possa vir a substituir o atual, se finalmente cair Mubarak.

Medo em setores burgueses

Segundo informamações de Al Jazeera, até 19 jets privados terão abandonado o país nas últimas horas, devido ao medo de setores empresariais e de negócios à instabilidade aberta no Egito. Israel é o outro grande preocupado com a situação aberta no país árabe, já que pode vir a perder um aliado importante, o ditador Hosni Mubarak, na sua guerra permanente de extermínio contra o povo da Palestina.

Parlamento reconhece agora fraude eleitoral

Na sequência da crise dos últimos dias, o Parlamento egípcio comprometeu-se a corrigir os resultados das eleições legislativas do ano passado, denunciadas como fraudulentas pela oposição. O presidente do Parlamento, Fathi Sorur, declarou que se estudaria o assunto e se tomariam medidas, contrariando o critério da justiça e atendendo às reclamações do conjunto de partidos perante a esmagadora fraude que deu 80% dos deputados ao Partido Nacional Democrata egípcio.

Pequenas concessões do gênero tentam evitar que o movimento de massas vá longe de mais e acabe por derrubar o regime.

Entretanto, as mobilizações vão continuar, segundo anunciaram porta-vozes das diferentes correntes envolvidas na pressão nas ruas pela queda de Mubarak e seu regime corrupto e pró-imperialista


 290111_povoemlutaCrise revolucionária no Egito: As massas avançam e Mubarak pode cair antes do previsto

[Atualizado 29.01.11 às 19:50] Mais de 100 mortes nas ruas: parte da tropa une-se ao povo e pede a demissão de Mubarak, a revolução avança.

Apesar de que a mídia ocidental tenta apresentar a crise como pugna "eleitoral" entre Mubarak e o prémio Nobel Al Baradei, que dirige um partido reformista da oposição, a força da ofensiva popular faz abalar o regime num país fundamental na geoestratégia do mundo árabe, e o de maior população, com quase 100 milhões.

Mubarak ainda resiste a pressão

Mubarak não renuncia ao cargo e tenta que a repressão abafe a revolta do povo egípcio, mas já há soldados que aderiram aos manifestantes, ainda que seja pedindo "calma" ao povo sublevado contra o neoliberalismo e a ditadura.

A contradição está instalada no seio do exército, que continua despregado nas diferentes cidades do país, tentando conter a revolta, o que dá oxigênio a Mubarak. O toque de recolher não está sendo respeitado pelo povo nas três cidades onde foi decretado, Cairo, Alexandria e Suez, e as massas mantêm as marchas reclamando a renúncia de Hosni Mubarak.

As Forças Armadas egípcias contam com 468.500 soldados ativos e 479.000 reservistas, aos quais se somam 397.000 paramilitares.

Entre as novidades após a queda do governo, salienta a nomeação como vice do novo executivo do responsável da Inteligência do Estado, Omar Suleiman, o que pode indicar a orientação repressiva que o chefe do Estado quer dar à saída da crise. O cargo de vice-presidente não era ocupado desde faz 29 anos, e só agora, em plena crise, resolveu nomear um homem de perfil repressivo. As eleições estão marcadas para setembro, mas parece difícil que Mubarak resista ou até que possa entregar o poder ao filho, como tinha previsto.

Incógnitas continuam abertas

A volta dos ideais do socialismo árabe, presentes na forte auto-organização operária existente no Egito, situa-se no primeiro plano como necessidade para uma saída revolucionária que permita dar maior impulso à luta internacional contra o capitalismo e pelo socialismo global. Para isso deve ser derrotado não apenas Hosni Mubarak, mas também a alternativa que querem impor as forças imperialistas: o bem-comportado e pró-ocidental Al Baradei.


290111_egito9.01.11 / 00.00 horas

Pressom popular fai cair governo egípcio, mas Mubarak tenta manter o poder com mais repressom

A revolta popular do povo egípcio, inspirado no heróico povo da Tunísia, já conseguiu fazer cair o governo. Porém, o ditador continua a tentar manter o controlo mediante a nomeaçom de um novo executivo.

Até este momento, 29 mortes é o custo provisório em vidas humanas da queda do governo, após multitudinárias manifestaçons de massas inspiradas no exemplo tunisino. No caso egípcio, o presidente Hosni Mubarak está a repetir o guiom do seu colega, o ditador da Tunísia, Zine El Abidine Ben Ali. Também tenta evitar a sua própria derrocada trocando as restantes peças do seu governo.

Com enorme hipocrisia, fala de "vítimas inocentes de ambos bandos" e de "devolver a soberania ao povo", afirmando estar "preocupado" e que ele está "do lado da gente". O Cairo e Suez repartem a maior parte das 29 mortes e 1.000 pessoas feridas pola repressom policial e militar, que está a encontrar resposta popular com centenas de milhares nas ruas, que nom recuam apesar das promessas de Mubarak, que ordenou sair os tanques às ruas e apoiar a polícia no esmagamento dos protestos, sem o conseguir até este momento.

O povo controla a cidade de Alexandria

O levante popular conseguiu o seu principal fruto tomando o controlo da cidade de Alexandria, depois de que mais de meio milhom de manifestantes fosse em manifestaçom em direçom à sede do Governo da cidade, que caiu sob controlo do povo, segundo informou Al Jazzira. "Nom há presença policial na sede do governo. Todos fôrom embora", afirmou o canal árabe, que informa da morte de ao menos umha pessoa durante a insurreiçom numha cidade com forte presença da organizaçom integrista Irmaos Mussulmanos, sem que se saiba ao certo se existe umha dirigência na sublevaçom.

Bloqueio governativo da Internet e desfecho incerto

O governo de Mubarak cortou o acesso à Internet em todo o país, segundo informam as agências de notícias estrangeiras, atribuindo a este meio um papel importante na comunicaçom no seio da oposiçom popular ao seu regime ditatorial e amigo do imperialismo norte-americano.

No egipto, contrariamente à Tunísia, existe um forte movimento islamista de caráter reacionário que, até agora, tem tido um papel pouco relevante nos protestos, mas alguns meios atribuem-lhe uma crescente influência que está por verificar. Para além da possível queda de Mubarak, abre-se a incógnita sobre o caráter de umha revoluçom popular sem umha direçom clara.

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