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Enchentes, inundações, mortes... A tragédia é responsabilidade dos governos capitalistas

150111_enterroBrasil - PCO - A morte da população atingida pelas chuvas poderia ser evitada caso os governos não tivessem usado o dinheiro público para beneficiar os capitalistas e deixado a infra-estrutura do país completamente sucateada.


Já virou rotina. Toda a população já sabe há algum tempo que todo o início de ano o País é tomado pelas chuvas, principalmente alguns estados da região Sudeste como é o caso do Rio de Janeiro e de São Paulo. Ano após ano o que se vê são milhares de desabrigados e centenas de mortos.

Diante da tragédia os governos municipais, estaduais e federal tratam logo de colocar a culpa na ação da natureza e, pior, nas próprias vítimas das enchentes por estes estarem ocupando áreas de risco, na sua maioria localizada na periferia das grandes cidades. O argumento de que o governo não possui uma "bola de cristal" para saber da intensidade das chuvas é ridículo e cínico. A intensidade das chuvas é totalmente previsível pelo histórico dos últimos anos.

Já no que diz respeito a colocar a culpa na população revela algo de maior importância: a política da burguesia de esconder os verdadeiros motivos destas tragédias e de usá-las para reprimir a população. Neste sentido, tanto São Paulo como o Rio de Janeiro tem casos emblemáticos que mostram as verdadeiras causas de tanto sofrimento.

Em São Paulo o processo de privatização da Sabesp tem levado a um caos no Sistema Produtor do Alto Tietê. Desde 2009 ele vem sendo operado por uma empresa pertencente ao Grupo Queirós de Galvão, a CABSPAT. Como o contrato prevê o aumento da remuneração do Estado pago à empresa conforme o crescimento do fornecimento de água, a empresa está operando as Barragens da região no limite máximo de armazenamento, com sérias ameaças de transbordamento.

Agora, vale ressaltar que foi justamente nesta região do Alto Tietê que barragens precisaram ser abertas para evitar o seu rompimento pela elevação do nível da água causada pelas fortes chuvas. A abertura das comportas para reduzir a vazão do Rio Juqueri inundou boa parte da cidade de Franco da Rocha e região. Ou seja, se a empresa não colocasse em prática a política de operar no limite máximo, provavelmente as comportas não precisariam ser abertas.

Também na região de Franco da Rocha há outro fato grave e esclarecedor. Dos 41 piscinões que deveriam estar construídos na região, apenas um foi entregue. Os outros sequer tiveram suas obras iniciadas. Também não foram feitos a canalização e implementação de parques lineares ao longo de 34 quilômetros de rios da região. Todas estas obras já estavam previstas para serem realizadas há anos atrás.

A política de deixar a situação caótica é típica dos processos de privatização. Não se investe em infra-estrutura e deixa-se a que existe sucateada, depois se apresenta a entrega do patrimônio público à uma empresa capitalista como a solução dos problemas.

Já no Rio o caso envolve as Organizações Globo. Mais de R$ 24 milhões que deveriam ser usados na contenção de encostas, drenagem de rios, prevenção de enchentes etc. foram entregues para a Fundação Roberto Marinho construir um Museu no Cais do Porto, o Museu do Amanhã. Recentemente, o Rio já passou por inúmeras tragédias como esta que estamos vendo nos municípios de Teresópolis, Nova Friburgo Sumidouro e Petrópolis. Alguns casos foram as tragédias no Morro do Bumba, Ilha Grande, Niterói, entre outros. Qualquer um, portanto, sabe que desviar esta verba teria graves conseqüências.

Neste caso do Rio, revela-se não apenas a política criminosa do governo e sua responsabilidade pelas mais de 500 mortes, como também traz à tona os motivos pelo qual a imprensa capitalista tenta isentar o governo de sua responsabilidade.

Aqui cabe uma comparação. A Austrália passou por problemas parecidos com enchentes recentemente. Tempestades arrasaram o País e cerca de 115 mil casas foram devastadas pela ação das chuvas. No entanto, na Austrália que possui uma infra-estrutura muito superior à brasileira, o número de mortos chegou a 14 até este final de semana.

Após as tragédias os governos não propõem de fato nenhuma solução. Pelo contrário, a única medida efetiva tem sido culpar a população pobre por estarem em áreas de risco por não ter onde morar. Esta política de repressão ocorre justamente porque a situação de calamidade é responsabilidade dos governos locais e federal e o estado em que se encontra a população aumenta a tendência de luta contra esta política que já causou a morte de quase 600 pessoas em todo o Brasil.


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